03. Sonho ruim e esquecido.

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Me vejo afundar cada vez mais, após minha mãe ter me empurrado e meu pai não ter dado a mínima importância. Afundo mais e mais, me debato e ouço meu coração bater como uma sirene de uma ambulância, só que mais rápido, e vou perdendo a visão do fundo do mar enquanto eu nunca paro de imergir.
Acordo sem ar e percebo que eu estava com o rosto enfiado no travesseiro, começo a respirar fundo para me estabilizar e fecho os olhos pensando no pesadelo.

- Olie, teve um pesadelo? - Lily Evans, minha colega e amiga mais próxima depois dos meninos, pergunta e vem em minha direção sentando em minha pequena cama.

- Te acordei? Desculpa por isso. - Ofego um pouco mas depois de uns segundos minha respiração fica normal. Me sinto mais calma quando Lily passa sua mão nas minhas costas.

- Tudo bem, tudo bem comigo, Livia! - Ela me olha com estressada, quer dizer... Preocupada. - Quero saber de você.

- Tive um sonho ruim que eu estava sem ar, mas estava sem ar porque estava com o meu rosto enterrado no travesseiro. - Rio de leve com minha história. - Não consigo me lembrar do sonho. - Me preocupo quando noto o fato, mas logo deixo o pensamento evaporar. - Não deve ser nada demais.

- Certeza, Livia? Sabe que qualquer coisinha que houver ou qualquer coisa lhe afligir. Bom, você sabe. Eu estou aqui. - Lily deixa um beijo desengonçado na minha bochecha e sorri.

- Obrigada, Lils. Você já quer descer ou prefere dormir mais uma meia hora? - Pergunto em um tom autoritário para garota, que bocejava.

- Pare, mãe. Na verdade ja está na hora de garotas bonitas e inteligentes levantarem. - Lily ri e balança a cabeça.

A manhã, ao contrário da tarde, passou ligeiramente, porém eu não vi os meninos, o que é estranho porque eles nunca perdem o café da manhã ou o almoço. Aliás eles deviam se preocupar mais com a saúde deles, onde já se viu passar tanto tempo sem nada no estômago? Pular duas refeições não é do tipo certo pra quem é esfomeado, eles devem ter pedido para alguém os levar comida, assim espero. Lembro que o mapa do maroto, nosso mapa que fizemos no final do ano, está com o James, então nem posso bisbilhotar o que eles estão fazendo ou algo do tipo.
Estou deitada na grama, no pátio da escola, lendo "A metamorfose" escrito por Franz Kafka e pensando, para variar, como os seres humanos são tão egoístas? Eu não sei se estou confiando na irmã do personagem principal. Ah, para finalizar o pensamento, claro, não digo somente dos trouxas, jamais pensaria algo divergente assim. São todas as pessoas, mesmo que seja relativo.

- Olivia. - Ouço uma grossa voz me chamar. Olho para o lado e vejo Lucius.

- Lucius? - Ponho o livro em meu peito e o olho pedindo respostas. Ele nunca conversa comigo.

- Por Salazar. - Ele se abaixa e se aproxima cuidadosamente de mim. - Você não parece preocupada.

Se tivesse mais pessoas, ele que estaria preocupado de ser visto comigo, eu aposto. Uma traidora de sangue e seu irmão certinho? É fofoca. - Oi? Sobre? - Sorrio, não entendendo a conversa.

Lucius franze a testa. - Porra. Você por acaso...

- Está importunando nossa garota, loirinho? - James interrompe Lucius antes dele provavelmente falar coisas indevidas. Ele, Sirius, Remus e Pete chegam perto de nós. Estão vivos, e, com uniforme? Rio pelo nariz com o pensamento.

Lucius levanta e ajeita a roupa de marca e passa a mão nos longos cabelos. - Estamos só conversando. Só queria dizer que não fico preocupado com a minha carta, nem com a sua na verdade. Mas você está calma demais para alguém que o leu. - Me olha desafiador.

- Mas o que? - Cochicho começando a me estressar. - Escuta aqui, saia de perto de mim. E não fale sobre eu estar tranquila ou não, você não me conhece assim. Não conhece. Essa minha carta é da minha conta. Entendido?

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⏰ Última atualização: Aug 07 ⏰

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DESTINO SANGUE PURO, James F. PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora