Alexis Mary Diann era constantemente atormentada por um mesmo pesadelo, esse porém nunca fez nada além de fazer com que a garota chegasse atrasada na escola, isso até o dia em que uma tragedia na família obrigou-os a se mudarem para uma nova casa...
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Alguns meses haviam se passado desde o triste ocorrido, e os Diann abalados, tomaram a decisão de mudar-se para um novo lar. A sombra do bandido, infelizmente ainda foragido, pairava sobre o antigo endereço, trazendo receios que tornavam a permanência insustentável. O trauma psicológico e as lembranças amargas tornavam cada canto da casa um eco doloroso do passado.
Após dias de acompanhamento psicológico e longas conversas familiares, a conclusão foi unânime: um recomeço era necessário. A mudança para um lugar novo, cercado por novos rostos e distante das memórias que os assombravam, com certeza soava como uma oportunidade de superação para que todos os membros da família pudessem seguir em frente.
A espera pela liberação do pai de Alexis do hospital foi breve, uma vez que o ferimento não comprometeu órgãos vitais e Shane exibia uma saúde robusta. Sua recuperação, impressionantemente rápida, surpreendeu até mesmo os médicos. Embora restrições físicas fossem aconselhadas, a teimosia irreparável de Shane frequentemente o levava a desafiar essas recomendações, empolgado em contribuir ativamente na mudança. Ocasionalmente, o homem se aventurava a carregar caixas pesadas, escapando da vigilância atenta de Alexis e Emma. Esses momentos, entretanto, frequentemente acabavam em episódios, por muitas vezes, desesperadores, marcados por pontos que vertiam sangue, uma esposa angustiada e uma filha furiosa, pronta para repreendê-lo por sua imprudência.
Ainda que tivesse concordado com a mudança nos momentos imediatos após o incidente, a insatisfação de Alexis crescia à medida que o tempo avançava. Mais calma em relação ao ocorrido, ela não conseguia se contentar em deixar para trás o lugar que a viu crescer. Aquela casa era mais que um endereço; era o cenário de suas memórias desde os três anos de idade, moldando as relações que ela cultivava ao longo dos anos. Alexis conhecia cada canto e mantinha uma ligação genuína com poucos em quem confiava, mas conhecia e mantinha uma relação saudável com todos da vizinhança. Contudo, para seu desgosto, uma nova casa já havia sido encontrada numa cidadezinha do interior, cujo nome ela mal conseguia pronunciar.
Depois de acertarem todos os detalhes por telefone, seus pais foram verificar a nova casa. Enquanto isso, Alex permanecia na casa antiga junto com seus tios, responsáveis por conduzir a mudança até a nova residência. A confirmação de que a nova moradia estivesse pronta para recebê-los era uma condição vital para a partida, refletindo o nível de paranoia que havia se instaurado na família. Era um comportamento quase doentio, evidenciado pelo fato de que tudo já estava devidamente encaixotado e carregado no caminhão semanas antes mesmo de encontrarem o anúncio da nova casa. Apenas algumas roupas, colchões e itens essenciais para a cozinha permaneciam fora das caixas, como se estivessem prontos para uma fuga iminente.
Alex estava sentada nos primeiros degraus da escada, absorta na leitura de um livro que encontrara entre as coisas de sua mãe enquanto organizavam as malas para a mudança. Folheava as páginas automaticamente, sem absorver muito do conteúdo, apenas tentando se distrair de alguma forma quando seu celular interrompeu a tranquilidade do momento.
