Alexis Mary Diann era constantemente atormentada por um mesmo pesadelo, esse porém nunca fez nada além de fazer com que a garota chegasse atrasada na escola, isso até o dia em que uma tragedia na família obrigou-os a se mudarem para uma nova casa...
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Alexis caminhava de forma automática atrás de Raven. Sua mente estava uma bagunça, e ela não conseguia assimilar o fato de que toda a sua vida havia sido uma mentira. Parte dela só queria se sentar em um canto, abraçando as próprias pernas e ficar ali para sempre. Mas, por algum motivo, ainda havia uma parte que queria continuar. E se ainda havia uma ponta de esperança em seu coração, por que não se agarrar a ela? Alex nunca foi do tipo que se deixava abater facilmente. Seus pais a haviam criado para ser forte, e, sendo reais ou não, ela queria honrar isso. Então, simplesmente respirou fundo, ergueu a cabeça e colocou todo aquele turbilhão de emoções que estava sentindo em uma caixinha. Trancou-a e enterrou-a o mais fundo possível dentro de seu coração.
Enquanto caminhavam, a paisagem ao redor começou a mudar lentamente. As ruínas e destroços deram lugar a uma floresta densa e sombria. O som de galhos quebrando sob seus pés era o único som que quebrava o silêncio opressor. Raven liderava o caminho com passos firmes, e Alexis tentava acompanhar, seus pensamentos começando a se organizar de forma mais coerente.
— Para onde estamos indo exatamente? — Alexis finalmente perguntou, sua voz soando um pouco mais firme do que antes, e Raven apenas sinalizou com a cabeça, apontando para a silhueta de uma pequena cidade que surgia no horizonte. — Não parece muito amigável. — Ela acrescentou conforme se aproximavam cada vez mais do local.
— E não é, mas preciso de suprimentos, e este é o melhor lugar para conseguir. — Raven parou enquanto observava o pequeno movimento entre as construções já degradadas. — Isso vai dar mais trabalho do que eu pensei.
— Não me diga que vamos roubar. Olha o tamanho desses caras. — Alexis arqueou uma sobrancelha enquanto olhava as criaturas de diversas espécies andando pelas ruas. A maioria parecia humana, mas alguns eram realmente peculiares, como o esqueleto que caminhava tão tranquilamente que era até difícil acreditar que ele era um inimigo, ou a criatura grande e cinzenta que não tinha olhos e possuía apenas uma enorme boca cheia de dentes afiados bem no centro de seu rosto, parada em um beco.
— Eles são fortes, não inteligentes, ou pelo menos é o que eu espero. — Raven deu um riso nervoso enquanto tirava um binóculo de sua bolsa. — A gente entra sem ninguém ver, pega o que precisamos e sai. Caso alguém nos veja, sempre há a opção de correr como se não houvesse amanhã.
— Realmente não vai haver um amanhã. Esse é um péssimo plano e nós vamos morrer. — Alexis retrucou, cruzando os braços e olhando desconfiada para Raven.
— É só outro dia normal por aqui. Se você não morre, se acostuma com planos ruins ao longo do tempo. — Raven respondeu, observando atentamente a movimentação com o binóculo.
Alexis bufou, mas sabia que não havia outra opção. Ela precisava de suprimentos, e Raven parecia conhecer bem o lugar. Talvez houvesse uma chance de que o plano, por mais arriscado que fosse, desse certo.
