— Você o que? — Bruno, Sandra e Toni exclaram em uníssono. Carlos tomava tranquilamente o seu café da manhã, ignorou completamente o descrença estampada no rosto da sua família.
Dois meses inteiros haviam passado desde a conversa na queda de água e Carlos evitava ter uma conversa com Diego sobre qualquer coisa que não envolvesse trabalho.
— Eu disse que vou casar. Não irei viver para sempre e está na hora de arranjar uma esposa e ter herdeiros — Diego apertou o punho por debaixo da mesa o mais velho manteve o seu queixo erguido olhando para o outro.
— Não concordo com essa loucura, Carlos — Sandra mencionou fazendo Toni e Bruno assentir com a adolescente.
— Com licença, tenho algumas tarefas para terminar — Carlos não gostou quando Toni seguiu o capataz assim que ele saiu da mesa visivelmente abalado pela notícia.
— Porque mentiu? — Bruno perguntou sério. Ele conhecia muito bem o próprio filho para saber que aquilo não passou de uma mentira para afastar Diego.
— Não menti, pai. Eu sei que posso gerar filhos mas não vou continuar me privando disso enquanto não aceito esta “condição” — O seu pai sentiu um aperto no peito ao escutar o filho falar da sua própria sexualidade como se fosse uma doença.
— Isso é auto-sabotagem, Carlos. Vê se acorda e engole o seu maldito orgulho — A mais nova dos gêmeos, Sandra declarou.
— Até quando vais continuar afastando qualquer um que quer um relacionamento contigo? — Sandra continuou indignada, também detestava ver o seu irmão mais velho claramente tentando afastar Diego.
— Não vou discutir isso com uma adolescente que não sabe nada da vida — Respondeu duro.
— Mas ela está certa. Fugir de quem tu és não é a solução, filho — O seu pai indagou tentando chamar o seu primogénito a razão.
— Perdi o apetite! — Respondeu deixando o seu pai e irmã para atrás.
Diego, tentou aguentar a raiva que queimando o seu interior mas não podia perder a sua compostura, nem mesmo por causa de Carlos.
— Senhor Contreras! — Diego escutou alguém o chamando. Respirou profundamente antes de voltar a sua atenção ao homem a sua espera, pelo menos o trabalho o manteria distraído.
Carlos passou o dia todo trancado no seu escritório, não estava com vontade de ver Diego e tinha um monte de papelada por revisar e assinar.
Eram quase dez da noite quando saiu do seu escritório, estava exausto e com os olhos a esquentar de tanto papel que leu.
— Diego? — Chamou ao ver o homem encostado a parede próximo a porta do seu quarto. Sem resposta, tentou ignorar o outro passando directo por ele, antes que girasse a maçaneta, sentiu as mãos fortes apertando a sua cintura.
— O-o que pensa está fazendo? — Estremeceu ao sentir o hálito quente próximo ao seu pescoço e o cheiro a álcool causou um certo alívio ao homem negro, a sua pele inteira arrepiou quando a voz rouca sussurrou.
— Mostrando o que você realmente quer — O maior murmurou mordendo o lóbulo da sua orelha, moçambicano que engoliu com dificuldade quando sentiu a garganta ressecada.
Carlos tentou afastar o homem mas, Diego o segurou com firmeza, virando-o para que ficasse de frente com ele. Os olhos dourados de Diego brilhavam com intensidade, com raiva, desejo e frustração.
— Pára de fugir de mim — Diego disse com a voz baixa mas autoritária.
Carlos hesitou por um momento, a sua mente lutando contra um turbilhão de emoções, o seu coração batia tão forte que doía. Usando toda a coragem que tinha, assentiu quase imperceptível.
Um beijo intenso se iniciou quando chegaram ao quarto. O seu corpo começou a tremer quando Diego foi distribuíndo beijos molhados pelo seu pescoço.
Fuentes jogou o mais velho na cama sem delicadeza alguma, as suas costas bateram contra o colchão macio da cama King size, segurando o quadril de Carlos o puxou para mais perto.
— Vai me obedecer, Carlos? — A pergunta era mais afirmação do que uma dúvida.
Os olhos castanhos levemente marejados contendo uma batalha interna entre resistência e entrega, encararam Diego antes de assentir.
— Sim — murmurou, quase num sussurro. Carlos estava convencido que o maior não iria lembrar de nada por estar bêbado então porque não realizar a mais profunda das suas fantasias?
Diego sorriu se inclinando para voltar a beijar o outro enquanto tiravam a roupa de um do outro.
Carlos gemeu reprimido quando os dentes do capataz foram mordiscando a pele escura, abocanhou os mamilos escuros fazendo o outro arquear as costas.
Aquele prazer novo, embriagou totalmente Carlos que não se reconhecia, os seus lábios latejantes por causa do beijo intenso, os seus pulmões queimavam pedindo por ar.
— Quero mais — pediu sem vergonha. A sua pele formigando por onde as mãos ásperas de Diego passavam mas não era suficiente, ele queria o maior preenchendo o seu interior como precisava de ar para respirar.
— Abre as pernas! — O maior comandou segurando as coxas musculosas de Carlos que arqueou as costas ao sentir a boca húmida envolvendo o seu membro duro.
Diego apertou o pescoço de Torres que se deleitava no prazer totalmente novo, era tão intenso, os dedos grossos porém cuidadosos envolveram o pescoço de Carlos.
Carlos gemeu alto ao sentir algo frio penetrando o seu interior, aquilo foi melhor que o dildo que havia comprado há dias.
Diego parou ao sentir as pernas trêmulas, a boca aberta, as mãos apertando os lençóis e os gemidos cada vez mais altos, eram sinais de que estava chegando ao seu limite.
— Porque? — Questionou ofegante seguindo a língua que passava pelos lábios rosados de Diego, de joelhos entre as pernas abertas do homem negro se posicionou na sua entrada.
Carlos seguiu o movimento dos músculos do maior se contraindo, esperou pacientemente até sentir a glande inchada pressionar a sua entrada, o sentimento de antecipação tomando o melhor de si.
— Esta noite, você é meu — Declarou possessivo, antes de penetrar o mais velho numa única estocada. Carlos arranhou as costas de Diego tentando suportar a dor mesclado ao prazer.
— Dieg-aahh! — Gritou quando as tocadas fortes e firmes vieram, Diego estocava sem dó nem piedade.
Carlos amou sentir o membro friccionando as suas paredes sensíveis, a respiração pesada contra o seu pescoço, envolveu as pernas na cintura de Diego querendo mais.
— Mais! Diego! — Diego saiu do seu interior, virou o mais velho o colocando de quatro antes de voltar a penetra-lo.
Carlos sentiu uma mão pressionando as suas costas e outra a sua cabeça, o mantendo no lugar, gemia a vontade perante o ataque feroz e prazero que Diego estava dando.
— Te gusta, perra? — A voz grossa ressoou pelo quarto mas Carlos estava tão perdido no prazer que sequer ouviu.
Revirou os olhos quando uma onda tomou conta de todo o seu corpo quando gozou e sentiu algo quente preenchendo o seu interior.
Diego caiu em cima de Carlos ambos tentando recuperar o fôlego após o momento intenso que tiveram, momento que ficaria marcado para sempre.
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Translúcido
RomanceNa imponente fazenda da família Torres, Carlos é a personificação do sucesso: rico, másculo e com uma alma indomável. No entanto, por trás da fachada implacável, ele guarda um segredo profundo: o desejo de ser amado por outro homem, apesar de seu or...