Sanemi saiu do estúdio de fotografia sentindo uma mistura de ansiedade e curiosidade. Encontrar Tomioka depois de tanto tempo trouxe à tona muitas emoções. Ele decidiu caminhar até o café próximo à escola, aproveitando o tempo para se preparar mentalmente para a conversa.
Tomioka, por sua vez, estava se organizando para o encontro. Ele não conseguia parar de pensar em Sanemi e em como o reencontro inesperado havia mexido com ele. Depois de arrumar suas coisas, ele dirigiu-se ao café, ansioso para finalmente conversar de forma mais aberta.
No café, Sanemi encontrou uma mesa no canto, um lugar mais tranquilo onde poderiam falar sem interrupções. Ele pediu um café e aguardou, observando a entrada para ver Tomioka chegar.
Poucos minutos depois, Tomioka entrou no café. Seus olhos encontraram os de Sanemi quase imediatamente, e ele caminhou até a mesa com um sorriso nervoso. "Sanemi," ele disse, sentando-se. "Obrigado por vir."
"Claro, Tomioka," Sanemi respondeu, tentando manter a voz firme. "Acho que temos muito o que conversar."
Eles fizeram seus pedidos e, por um momento, ficaram em silêncio, ambos procurando as palavras certas para começar.
"Então," Tomioka começou, olhando para sua xícara de café. "Como você tem estado nesses últimos seis anos?"
Sanemi suspirou, pensando nos desafios e nas conquistas que enfrentou. "Tem sido uma jornada e tanto. Depois que nos separamos, eu me joguei no trabalho para tentar superar a dor. Decidi me tornar professor, e isso tem sido uma experiência incrivelmente gratificante. Meus alunos, especialmente meu irmão Genya, me deram um novo propósito."
Tomioka assentiu, entendendo a profundidade das palavras de Sanemi. "Eu também passei por muitas mudanças. Mudar para Kyoto e começar uma carreira como fotógrafo foi difícil no início, mas encontrei uma paixão que nunca imaginei ter. Capturar momentos, emoções... tem sido uma forma de expressar o que sinto."
"Você sempre teve um olhar único para o mundo," Sanemi comentou, lembrando-se das vezes que Tomioka falava sobre suas visões artísticas.
"E você sempre teve uma maneira de ver o potencial nas pessoas," Tomioka respondeu, sorrindo levemente. "Ver como você guiou seus alunos hoje... é inspirador."
A conversa fluiu naturalmente, enquanto eles compartilhavam mais detalhes sobre suas vidas. Sanemi falou sobre os desafios de ser um professor, as alegrias e frustrações, e como cada aluno trazia algo especial para sua vida. Tomioka contou sobre as sessões de fotos mais memoráveis, as viagens que fez e como cada clique da câmera capturava uma parte de sua alma.
"Apesar de tudo, eu nunca consegui esquecer você," Tomioka admitiu finalmente, sua voz suave. "Sempre pensei em você e em como as coisas poderiam ter sido diferentes."
Sanemi olhou para ele, sentindo uma mistura de tristeza e esperança. "Eu também. Sempre me perguntei se tomamos a decisão certa. Havia tantas coisas que não dissemos um ao outro, tantas coisas que ficaram sem resolução."
"Eu sei," Tomioka disse, estendendo a mão sobre a mesa, hesitante, mas determinado. "Ainda sinto o mesmo por você, Sanemi. Nunca mudou, nem por um segundo."
Sanemi olhou para a mão de Tomioka e depois para seus olhos, sentindo uma onda de emoções. "Eu também. O sentimento nunca desapareceu. Sempre esteve aqui, em algum lugar profundo."
O silêncio que se seguiu foi carregado de emoção e significado. Ambos sabiam que a estrada para uma possível reconciliação seria longa e cheia de desafios, mas também sabiam que ainda havia algo real entre eles.
"Talvez... possamos começar de novo," Tomioka sugeriu, sua voz cheia de esperança. "Não precisamos apressar nada. Apenas... ver onde isso nos leva."
Sanemi assentiu lentamente, sentindo o peso das palavras de Tomioka. "Sim, podemos tentar. Vamos ver onde isso nos leva."
Eles passaram o resto do tempo no café conversando sobre os pequenos detalhes de suas vidas, rindo e lembrando de momentos passados. A conexão entre eles, embora enfraquecida pelo tempo, ainda estava lá, e ambos estavam determinados a explorá-la novamente.
Quando finalmente saíram do café, o sol estava se pondo, pintando o céu com tons de laranja e rosa. Caminharam juntos até a esquina, onde se despediram com um abraço apertado.
"Obrigado, Sanemi," Tomioka disse, seus olhos brilhando com uma nova esperança. "Vamos nos falar em breve."
"Sim, vamos," Sanemi respondeu, sentindo uma renovada sensação de propósito. "Até logo, Tomioka."
Enquanto seguiam seus caminhos separados, ambos sabiam que aquele encontro era apenas o começo de uma nova jornada juntos.