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- When it hurts to much to see
Keep your eyes on me


𓏲 ׁ ְ🦇 Porchɑy ׁ ❁̷ ׁ ꫶↱

Sou obcecado por vampiros desde que fui salvo por um, ainda bebê. Não lembro desse dia, mas meu irmão mais velho, Porsche, estava lá e me contou tudo com detalhes. Desde então, estou em busca dessas criaturas ditas sanguinárias; na verdade, estou atrás de apenas uma: o vampiro que salvou minha vida. Quero encontrá-lo. Sei que isso é arriscado, mas não ligo. Devia valorizar mais a minha vida, mas desde que perdi meus pais e meu único irmão se mudou de pais, viver perdeu a graça. Se eu morrer indo em busca do vampiro que salvou minha vida, que assim seja. Bom, eu gostaria de conhecê-lo primeiro. Talvez ele me mate, mas pensar em morrer por suas mãos me deixa estranhamente quente. Porsche diz que sou louco. Eu realmente sou.

Encontrar um vampiro foi mais fácil do que imaginei. Só precisei esperar em uma viela às três horas da madrugada, correndo o risco de me tornar sua refeição. Felizmente, a criatura que me encontrou parou para me ouvir quando disse que tinha uma proposta e não simplesmente me mordeu. Eu daria parte do meu sangue a ela e, em troca, ela me daria informações sobre o clã Theerapanyakul, que, segundo as lendas, são os vampiros mais antigos da história. Conseguir essas informações custou boa parte do meu estoque de sangue, e é por isso que vivo desmaiando por aí. A falta constante de sangue me acarretou alguns problemas de saúde, mas tudo bem.

- Isso é tudo que sei - o vampiro murmura, encarando meu pescoço com os olhos brilhando de desejo. Em nenhum momento ele olhou nos meus olhos; tudo que esse cara quer é o meu sangue.

- Obrigado - murmuro e inclino a cabeça, oferecendo meu pescoço liso a ele. Suas presas perfuram minha pele e preciso me segurar na parede para não cair. O vampiro me abraça, gemendo ao redor do meu pescoço. Sinto como se estivesse prestes a ser rasgado e a sensação é estranhamente excitante. A dor nunca foi um problema para mim; cresci aprendendo a lidar com ela. Apanhei tanto nessa vida que comecei a gostar. Meus pais não nasceram para serem pais, e quando eles morreram, foi o melhor dia da minha vida.

- C-chega - murmuro, exausto. Eu disse a ele que seria somente um pouco, mas ele está abusando.

Tento afastá-lo, mas é em vão. A força humana não se compara à força de um vampiro, ainda mais um aparentemente recém-criado.

Onde eu me meti?

- Por favor - peço, sentindo que vou perder a consciência em breve. A criatura parece ouvir meus apelos e se afasta, lambendo os lábios, não querendo desperdiçar nenhuma gota de sangue.

- Tem certeza de que não vou me tornar um de vocês? - Pergunto, ofegante. Ele levou muito, estou fraco.

- Não. Somente vampiros de sangue puro podem criar novos vampiros. Eu fui criado por um, não tenho como me reproduzir. - O infeliz responde, encarando fixamente meu pescoço.

Puxo a gola da camisa para cima, cobrindo a marca recente.

O vampiro respira fundo e sai andando, deixando-me sozinho na viela escura. Encosto na parede e desço lentamente até a minha bunda encostar no chão sujo. Ficarei até recuperar parte das minhas forças para voltar para casa. Só espero não encontrar nenhuma outra criatura sanguinária. Se elas me encontrarem, não serão tão pacientes quanto esse vampiro.

Enquanto espero, minha mente vagueia para o clã Theerapanyakul. As informações que consegui são vagas, mas é o suficiente para me dar esperança. Estou disposto a pagar qualquer preço para encontrá-lo, mesmo que isso signifique entregar ainda mais do meu sangue e arriscar minha vida novamente. Afinal, para mim, essa busca é tudo que resta.

𝗜𝗠𝗣𝗥𝗜𝗡𝗧𝗜𝗡𝗚Onde histórias criam vida. Descubra agora