A carta de Baji para Emma

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Minha cabeça ainda doía, tentaram me matar? nossa que ideia dura de se digerir, passei exatamente 1 mês naquele quarto de hospital horrível, estava entediada. Percebi que não tinha ninguém ali, peguei minhas roupas sobre a mesinha, me vesti e sair dali. Fui pelos fundos, onde ninguém me viu. 

O sol estava lindo, as nuvens perfeitas e o vento agradável, respirei fundo e andei até uma cafeteria, me sentei na mesa perto da janela de vidro, fiz meu pedido e agora estou aguardando. Quem era realmente Tetta Kisaki? apenas o conheço por vista, mas na primeira vez que vi ele, não tive uma boa primeira impressão, me passava um certo medo e angústia, por que eu? por que me matar? qual é a justificativa para querer tirar a vida de alguém? desde que acordei, sinto que as coisas estão fora do lugar. 

Mordi os lábios ao me lembrar do garoto que sonhei, ele era muito bonito, tinha cabelos trançados e era gentil. Voltei a minha realidade assim que um garoto colocou dois cafés sobre a mesa. O observei se sentar na cadeira a minha frente.   

Chifuyu: Não era para você está no hospital? — Me olhou fixamente com aqueles olhos verdes esmeraldas. 

— Me dei alta, não aguentava mais ficar lá. — Peguei meu copo de café. — Voce é o Chifuyu, não é? 

Chifuyu: Sim sou eu. Fico feliz que não tenha se esquecido do meu nome. — Sorriu gentil. 

— Como posso esquecer? estudamos juntos. — O olhei e tombei a cabeça para o lado. 

Ficamos em silencio por alguns segundos, ele colocou um envelope sobre a mesa, o olhar dele parecia entristecido, peguei a carta, automaticamente meus olhos se encheram de lágrimas, olhei para ele e para a carta. 

Chifuyu: Sei que esse não é momento, mas encontrei isso entre as coisas do Baji... — Seus olhos também começaram a encher de lágrimas. — Ele me deixou uma também, mas ainda não tive coragem de ler. 

— Keisuke... — Olhei para a carta. 

O loiro se levantou, se despediu de mim e me deixou ali sozinha com a carta dele, com a carta de Keisuke Baji. Já fazem literalmente dois meses que ele se foi, e eu ainda não superei. Por que ele tinha que ir? acho que nunca vou me esquecer do rosto pálido e corpo gelado dele, aquele dia realmente eu desabei, quem gostaria perder uma das pessoas que mais ama? 

Abrir a carta. minha respiração já estava desregular, era a letra dele, tinha o perfume dele. 

"Ah... nem sei como começar isso mas lá vai. Emma, se lembra de quando nos conhecemos? juro por Deus que aquele dia foi o mais marcante para mim, você era tímida e tinha acabado de chegar no dojo dos Sano's, sabe de uma coisa? eu iria sair daquelas aulas, pois não achava que eu estava me saindo bem. Mas ao ver você, meu coração me deu um novo motivo para ir aquele dojo cheio de meninos suados."

No mesmo instante parei de ler e deixei minhas lágrimas caírem ainda mais, isso era uma carta de amor? ele me amava? minha cabeça começou a doer mais ainda. Não me importei com a minha dor, abrir a carta novamente. 

"Eu gostava muito de você, na verdade ainda gosto, durante todo esse tempo observei você e seu amor por Draken, isso realmente me machucou, porém, fiquei feliz ao saber que ele retribuía seus sentimentos, e que vocês poderiam ficar juntos. Eu só queria te ver feliz, mesmo que não fosse comigo. Eu te amo muito e obrigado por tudo que fez por mim, desde que sair da Toman, sinto que meu tempo está acabando, aquele beijo foi o meu primeiro... essa é mais uma carta que vai para gaveta. " 

No final da carta tinha uma foto minha e dele quando éramos crianças, eu já tinha perdido aquela foto. Abracei a carta com toda minha força, me levantei e sair correndo dali, meu peito doía mais que tudo. Eu queria mais, queria mais cartas de Keisuke, para ser verdadeira, eu queria ele de volta. Aquele beijo... 

Era mais um dia de aula, Keisuke era um péssimo aluno, mas nunca me importei de ajuda-lo no que ele precisava, ele estava feliz, ainda estava na Toman. O sorriso dele naquele dia era o mais lindo de todos, seu cabelo estava amarrado e estava sem aqueles óculos ridículos. 

Keisuke; Oh Emma! vamos sair? — Perguntou com uma voz fraca. 

Juro que fiquei que nem uma pimenta, pois estava começando a ver ele de um jeito mais além do que amizade, estava apaixonada por ele, e parecia que a cada segundo ia aumentando. 

— Vamos, mas para onde vai me levar? — Fiquei bem curiosa. 

Keisuke: Não sei, só vamos andar e ver até onde os caminhos vão nos levar. — Se levantou e estendeu a mão na minha direção. 

Não sou de recusar nada, aceitei ir com ele, aquele dia foi o mais feliz que já tive. Ele me levou em vários lugares, nos divertimos muito. Quando a noite caiu, a chuva se fezx presente, corremos e brincamos na chuvas, depois disso? nos aproximamos demais e acabamos nos beijando, não sabia o que fazer. Nunca havia beijado antes. Fomos para a casa dele, a mãe dele não estava. E foi com Keisuke Baji que tirei meu bv e minha virgindade, não me arrependi. Foi bom. 

No dia seguinte ele saiu da Toman e não consegui mais falar com ele. 31 de outubro, eu estava em sala de aula, quando me ligaram e falaram que ele tinha morrido. Meu coração parrou por alguns minutos, sair correndo da sala, só queria que fosse mentira. Quando cheguei no hospital, Mikey não queria que entrasse, mas dei meu jeito. Meu mundo simplesmente desabou. O garoto que estava amando estava na minha frente, morto e eu não tive a oportunidade de dizer que eu amava ele. 

E agora? vem essa carta comprovando que ele me amava, mas agora já era tarde, ele não estava mas aqui, não está na minha frente para que eu possa abraçar e me declarar. Estava andando sem rumo, nem sabia onde estava, e nem ligava. 

Alguém puxou meu pulso e me tirou do meio da rua. O encarei, era Takemichi, ele me olhou com os olhos sem entender, balancei a carta e entreguei a ele, fomos para uma pracinha. Ele leu e depois me olhou. 

— Ele me amava e eu o amava... 

Takemichi: Emma... — Ele começou a chorar. — É tudo minha culpas, eu não conseguir salvar ele e nem iria conseguir te salvar... 

— Nada é sua culpa, Takemichi. — Passei a mão na costa dele. 

Takemichi: Se eu tivesse me empenhado mais, teria conseguido impedir a morte de Baji, mas nem pra isso eu sirvo, sou apenas um chorão que do nada conseguiu poderes de saltar no tempo... 

Ele estava falando que nem percebi o que falava. Takemichi parecia desgastado, ele me olhou e chorou mais ainda, abracei ele e chorei junto. Ele me deixou em casa e foi para a sua, subir para meu quarto depois de ligar para Mikey e avisar que não estava mais no hospital. Me joguei na minha cama e encarei a foto que Keisuke havia deixado para mim, chorei, ainda doía muito. 

A irmã do ComandanteOnde histórias criam vida. Descubra agora