Hazbin Hotel Irmãos Morningstars (PT BR) oficial

Reencontro

Um sonhador, é assim que meu pai era antes, ou como é dito nas histórias, quando ele vivia na cidade dourada, o paraíso, como um anjo, até conhecer Lilith, minha mãe. Ele se apaixonou e, disso, tentou dar o livre-arbítrio para a humanidade, corrompendo Eva e toda a humanidade, gerando desordem. Lúcifer e Lilith foram jogados nos confins do inferno e lá eu nasci, o príncipe do inferno, Johnny Morningstar, fruto de Lilith e Lúcifer.

Minha mãe me adorava, mas meu pai... sempre me olhava distante, como se não gostasse de mim, sempre sério. Até alguns milhares de anos depois, ela nasceu, Charlotte Morningstar, minha irmã mais nova, o total oposto de mim. Enquanto eu tentava chamar atenção me metendo em confusão, ela era a filha perfeita. Mas eu não a culpo, ela sempre me tratava bem e eu sempre a protegia.

Já faz 7 anos que não a vejo. Eu ando e viajo pelo inferno sem rumo, até aquele momento. Eu estava no anel da Ira, sentado em meio àquelas árvores do lado da minha moto. Se eu me descrevesse: pálido, com cabelo loiro e arrepiado, corpo atlético e alto, diferente do meu pai, 1,90m. Escuto meu celular tocar, procuro no bolso da minha jaqueta e, quando vejo, era Charlie me ligando. Eu hesito, não sei se quero atender, já faz tempo que não falo com ela. Olho fixamente para a tela e atendo:

"Alô..."

"John! Tudo bem?" Charlie fala alto, quase gritando.

"Para de gritar no meu ouvido, caralho! Eu não sou surdo!"

"Hahaha, é bom saber que você não muda." Charlie parecia superfeliz. "Então, preciso de uma ajuda. Aí eu decidi perguntar se meu irmão mais velho poderia me ajudar."

"Do que se trata?"

"Nada de especial. Olha, vem para o anel do orgulho que eu te explicarei."

"Na... casa do papai?"

"Não, num lugar chamado Hotel Feliz."

"Hotel o quê?" Charlie apenas desliga. "Espera, Charlie... Legal, ela desligou... Hotel Feliz..."

Pego minhas coisas e subo na minha moto indo para o anel do orgulho. Após um tempo, vejo agora aquele céu vermelho escuro. Ando em meio às ruas dos distritos:

"Sério, onde eu vou achar um tal de Hotel Feliz no inferno sem ser um puteiro..." Eu vejo de longe um grande prédio com um letreiro nada sutil "Hotel Feliz". "Achei."

Paro na frente do hotel, tiro meu capacete e desligo minha moto. Olho em volta, me perguntando se é aqui. Vou até a porta e abro: "Charlie? Com licença, alguém?"

"Quem é você?" Uma garota com cabelos longos e brancos, sem um olho, aponta uma lança para mim.

"Vaggie!" Charlie abaixa a lança de Vaggie. "Ele é meu irmão." Vaggie abaixa a lança, olhando desconfiada para mim.

"É sua amiga, Charlie?"

"Bem, ela é minha namorada." Charlie dá um sorriso, fazendo Vaggie corar. "Vaggie, John. John, Vaggie."

"Hum... você gosta de garotas agora? Legal. Então, qual o motivo de me chamar?"

"Bem, então vamos sentar que eu te explicarei." Charlie leva John até um sofá velho e quebrado.

"Sério, o papai sabe que você está morando num lugar lixo desses?"

"Então, não. Olha, eu quero fazer uma coisa com esse hotel..." Charlie hesita por um momento, mas Vaggie segura sua mão. "Eu quero redimir os pecadores."

"QUÊ!?!"

"Foi o que você ouviu."

"Charlie, redimir os pecadores não é algo fácil e nem sei se é possível. Tipo, é muita loucura."

"Se você não vai ajudar, então pode ir."Vaggie olhava com raiva para John.

"Calma aí, eu não disse que não iria ajudar."

"É sério, irmão?" Charlie abraça John bem forte.

"Para começar, de onde saiu essa ideia? E sem cantar!"

Charlie iria cantar, mas logo para. Todos os anos o paraíso manda os anjos exterminarem os pecadores, já que Lilith ficava mais forte por cada pecador no inferno. O paraíso, com medo do inferno, teve a ideia do extermínio. Então Charlie veio com a ideia:

"Se conseguirmos mostrar para o paraíso que os pecadores podem mudar, podemos parar com essa matança."

"Deixa eu entender. Você quer fazer os pecadores se redimirem para o paraíso parar de exterminá-los, isso?"

"Exato." Charlie sorria.

"Onde fui amarrar meu burro... e o papai sabe disso?"

"Ele... não, não sabe."

"Ok... Charlie, sendo sincero, o que você quer é muito complicado. Para começar, nem temos um patrocinador, porque, sério, esse lugar é horrível."

"Eu sei, mas a gente pode conseguir juntos." Charlie tinha um brilho em seu olhar que tocava no coração do John.

"Golpe baixo isso... Ok, pelo menos a gente já tem alguém para reabilitar?"

"E... então... Não."

"Aí complica. Não é como se algum pecador fosse cair do céu querendo se redimir." Alguém bate na porta do hotel. "Não é possível."

Charlie, Vaggie e John vão até a porta e abrem, revelando uma figura com aspectos de aranha, pelo branco e com detalhes em rosa num terninho.

"Olha, o nosso primeiro pecador, digo, cliente." Charlie sorria sem jeito.