3- O encontro de almas...

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A moça preencheu o boletim de ocorrência e entregou-o para o policial, que permaneceu todo o tempo sentado ali por perto. Ele recebeu o documento e acusou a escrivã:

- Nena o BO da senhorita está sobre sua mesa. Já tirei uma cópia e forneci uma via para a vítima.

Livia apanhou o documento e pergunta lhe:

- Que faço com isto? Será que consigo reaver pelo menos os meus documentos? Tenho na mala um pouco de dinheiro, que guardei separado, pois tinha receio de cidade grande, mas nem imaginava que isto fosse acontecer comigo...
Ele responde-lhe prontamente:

- Primeiro eu já sei o seu nome e nem se interessou em perguntou o meu? Os seus documentos lhe garanto que vou devolvê-los ou não me chamo Brandon Adams, O Grande...

Sorrindo muito, principalmente com quando revela seu apelido e continua:
- Vou acompanhá-la. Você já tem onde ficar?

Livia, sentindo-se protegida, pois já havia muito tempo que ninguém lhe assegurava nada a respeito de sua vida, responde-lhe na mesma hora:

- Sim, já aluguei pela internet um quarto numa pousada próxima da lagoa Rodrigo de Freitas. Aluguei por um mês, inclusive já está paga, tempo que preciso para conhecer o local, buscar um apartamento para alugar e também procurar um trabalho em alguma empresa, na área de RH, pois nunca quis clinicar, de problemas... Bastam os meus...

Brandon apoiando sua mão no braço de Lívia, a conduz para seu carro particular, uma camionete preta, com vidros muito escuros, rodas enormes.
Quem a conhecia poderia perceber que hesitou para entrar naquela condução.
Mesmo temerosa e apreensiva entra no carro.

Ele carregou sua mala, abriu a porta e ofereceu sua mão para que a mesma se apoiasse para entrar no veículo. Um homem verdadeiramente educado, atencioso e até delicado em suas posturas com ela.

Brandon já com o veículo em movimento, procura inclinar uma conversa:

- Lívia... Vou levá-la pela avenida beira mar para que você veja a beleza e o encanto deste lugar... Fique com os vidros abaixados para sentir a brisa que vem do mar... É maravilhoso sentir a natureza tocando nosso corpo...

Ela ouvia e observava atentamente o que ele falava e como se comportava, nem de perto parecia aquela polícia formal que lhe receberá.

Entregou-se ao momento e ficou maravilhada e perplexa com tudo que via, até parecia uma garotinha saboreando tudo com os olhos, quase que com o corpo para fora do veículo através da abertura do vidro.

Já sorria com segurança e mais tranquila.
Ele pede-lhe o endereço da pousada e seguem para lá, explicando a ela cada ponto turístico ou histórico que passavam.

Ela de vez em quando olhava o perfil daquele desconhecido, mas reconhecia que tinha uma beleza escultural. Bonito, barba bem feita, cheiroso, fala muito firme, as vezes até parecia que estava dando ordens. Pensava, deve ser por conta da profissão...

Sentia também que ele lhe média dos pés a cabeça, de forma sútil e educada, enquanto iam falando dos locais por onde passavam.

"Pousada bom sossego" era a placa indicativa do nome do local onde Lívia havia alugado.

Brandon sorrindo brincou:

- Garota tomara que aqui você alcance o seu merecido sossego, porque até agora heim, foi um tumulto só. Pode contar comigo, serei seu amigo, seu protetor, seu anjo da guarda... E da guarda eu já sou...

Ela lhe sorri em forma de agradecimento.

Ele continua falando:

- Posso tirar uma foto sua?
E já vai explicando...
- Para poder identificar seus documentos, caso eu os ache. Mas fique tranquila, vou achar!

Lívia sem saber o que fazer e sem entender direito, sorri para que ele lhe fotografe.

- Me passe seu número do celular.
Pede Brandon.

Livia responde-lhe:
-Uai... Você não sabe que não está comigo? Foi tombado também, estava na bolsa...

- Ah entendi, mas fique com meu número, entregando-lhe um cartão de visitas. E porque fala uai?

Ela sorri e fala:
- É uma forma de expressão do meu povo mineiro, lá das Minas Gerais. É uma palavra que faz parte da linguagem corrente e que significa dúvida, espanto ou surpresa.

- Ah... Legal! Responde o moço.

Ele pegou a mala de Livia e levou até a recepção e falou ao recepcionista em tons de comando.

-Boa tarde. Está garota tem uma reserva aqui na sua pousada. Ela tem a minha proteção. Qualquer problema, por favor, me ligue com urgência, a qualquer hora, entendeu? Entregando-lhe um cartãozinho

O recepcionista intimidado diz temeroso:
- Pois não senhor!

Apanha a reserva com os dados de Livia e as chaves do quarto, dizendo:
- Podem me acompanhar, por favor. O quarto é o número 07, o melhor que temos no momento.

Brandon entrou na frente, carregando a mala, que era pesada para a garota, porém para ele parecia que não pesava nada. Observava tudo, no quarto olhou pela janela, viu os armários e até o banheiro. Após, despediu-se de Livia com um beijo na face e lhe disse:

- qualquer problema me ligue. Você sabe que sou seu protetor. Voltaremos a nos ver com certeza.
Sorrindo Brandon sai da pousada.

Livia senta-se na cama, sentindo uma alegre sensação de conforto, de segurança, de não estar mais sozinha. Afinal, desde a morte de seu pai, ninguém lhe dissera nem algo parecido a "fique tranquila", "vou cuidar de você" ou "vou te ajudar".

O recepcionista, um senhor de mais ou menos uns cinquenta anos, volta no quarto de Livia pra lhe entregar-lhe toalhas de banho, sabonete e disse:

- Moça, cuidado!!! Os policiais nem sempre são aquilo que tentam parecer... Fique atenta, principalmente porque pelo percebi, a senhorita nem o conhece direito.

Livia fica reflexiva e pensa:

"A polícia e corrupção podiam estar caminhando juntas em algumas intervenções?
Seria um argumento verdadeiro ou simplesmente um paradigma, um modelo criado por algumas ocorrências?
Meu pai era da polícia, porque será que fui encontrar esta pessoa que atua na mesma área? Será mais uma nova coincidência?".




















E este Brandon em???
Sempre vem para estragar nossos casais né 😭😭

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