6- A máscara caindo...

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A viagem de núpcias foi tranquila.
Fizeram um cruzeiro pela costa sul do Brasil até em Punta Del Leste.
Havia muitas atividades a bordo: teatro, cinema, cassino, academia, aulas de danças,  boates, bares, restaurantes com bebidas e comidas a vontade.

Eles participaram de tudo e quando iam para a cabine, estavam exausto e logo dormiam.
Tiveram algumas relações sexuais, porém quase todas com pressa por conta das programações do navio.

Livia sentiu que algo estava diferente, parece que após a cerimônia do casamento, exatamente após este evento, Brandon distanciou-se dela, tanto que chegou a falar com ele:

- Meu amor o que aconteceu? Uai, até parece que você ficou distante de mim... Você sempre foi tão atencioso, mas parece que assim que nos casamos, na própria festa, você se manteve afastado de mim o tempo todo, o que houve? Fiz algo que não gostou?

Brandon com o olhar voltado para o oceano lhe responde sem olhar nos seus olhos:
- Querida qual é? Agora vê problema em tudo? Lógico que não aconteceu nada. Está tudo igual... Parece novamente que está enlouquecida. Chegando em casa, acho que vai ser preciso te levar ao médico psiquiatra. E já te falei para nunca mais falar esse UAI, nunca mais, você me entendeu?

Falou assim e foi saindo, andando na frente de sua mulher.

A partir desta data, Livia procurava controlar sua comunicação e nunca mais falou com seu marido, a forma popular da fala do povo mineiro.

Os oito dias transcorreram desta forma, toda vez que ela falava algo que não estava bem, ele, Brandon, saia pela tangente e desconversava, quando não, respondia de forma agressiva, demonstrando braveza, sinal de homem fraco, mas que quer amedrontar a mulher e conseguia, tanto que ela resolveu a contragosto, não conversar diversos assuntos porque deixava o garoto "bravinho". Parecia um garoto mimado mesmo!

Quando desceram no Porto do Rio de Janeiro, Livia estava novamente ansiosa, numa expectativa enorme, pois a casa onde iam morar ia ser apresentada para ela agora, no retorno das núpcias, conforme ele já tinha avisado antes do casamento.
Ele falava que seria uma grande surpresa para ela. Inclusive disse várias vezes que ela iria adorar o local, as dependências da casa, a mobília e tudo mais.

Ao descerem do navio, dirigiram-se para o estacionamento para pegarem a camionete.

Assim que chegaram próximo do veículo e no momento que Brandon abre o porta malas, ela vê suas malas e todas as suas coisas que havia deixado na Pousada, que iria pegar no retorno e novamente espantou-se:
- Amorzinho que horas que você pegou minhas coisas na Dª Maggie?

- Querida quando a levei no salão de beleza para se arrumar... Como estava com tempo, fui lá buscar tudo que era seu, assim teremos mais tempo para nós.

- Brandon, eu quero ir vê-los. Combinei com eles que no retorno da viagem passaria por lá. Eu lês são meus únicos amigos.

- Livia deixa disto. Agora vamos para casa. Você vai ficar maravilhada com a nossa casa.
Nisto ele a abraça e a beija demoradamente e então ela entra no carro e não fala mais nada a respeito.

Ela estava cheia de esperanças, achava que a partir daqui seria finalmente feliz. Em contraposição, além de empolgada, estava muito curiosa.

- Amor me dá uma dica: onde iremos residir é casa ou apartamento? É perto da Pousada? Fale alguma coisa vai...

- Querida é uma casa sim. É um lugar calmo, tranquilo, muito bonito. Posso lhe dizer somente que é a herança de meu avô materno, que "Deus o tenha", o velho já morreu. Tem mata...

- Brandon então é um sítio, uma chácara?

- Surpresa meu bem...

Brandon continuava dirigindo seu veículo e somente se atinha a responder as perguntas da esposa, não fazendo nenhum comentário adicional.
Não iniciou nenhuma conversa.
Percorrem vários quilômetros dentro da cidade, inclusive estavam dirigindo-se por um lado da cidade que Livia nunca tinha ido, percebeu que não conhecia.

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