Capítulo 5: Salvadora

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"Vejo em seus olhos,
As chamas carregadas.
Nos lembrando de uma memória,
Apagada pela historia.
Deixe-a queimar,
Sumir, desaparecer.
Deixe-a viver."

Bella Rossi:

As minhas pernas se tremiam, quase sem força, enquanto a fumaça se espalhava como um manto negro sobre o céu, envolvendo o casarão em seu abraço tenebroso

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As minhas pernas se tremiam, quase sem força, enquanto a fumaça se espalhava como um manto negro sobre o céu, envolvendo o casarão em seu abraço tenebroso. Cada pedaço que caía era um sussurro de desespero, um lembrete da fragilidade da vida. Eu via as chamas dançarem com uma voracidade assustadora, engolindo tudo em seu caminho, enquanto os gritos de socorro ecoavam pelo ar. E Martha... Martha estava ausente. Sua ausência era um buraco negro no meu coração, cada segundo sem notícias dela era um golpe mais profundo no meu desespero já insuportável. 

Henrique emerge do inferno, uma figura sombria coberta de cinzas, sua respiração ofegante e pesada. Ele se aproxima com um olhar repleto de ódio, cada passo um convite para a tragédia.

- Vamos embora, agora!! - ele ordena com uma voz que corta o silêncio, mandando seus homens arrastarem os carros até nós. Confusão e medo se misturam em nossos olhares, enquanto as outras sobreviventes olham para ele com uma mistura de medo e terror.

- Mas a Martha ainda está lá dentro... - eu murmuro, minha voz trêmula e fraca. A casa, agora um monstro de chamas e fumaça, parece convidar-nos para dentro com suas garras ardentes. Eu tento me libertar das mãos que me prendem, mas os homens de Henrique são fortes e determinados. Minhas pernas se debatem contra o chão, mas é inútil; eu estou presa no meio da tempestade de fogo que nos cercava.

- Não! Por favor, Martha! Ela não saiu, Martha, por favor! - Eu grito desesperadamente, a dor aguda me corroendo por dentro. Eu olho a entrada da casa, esperando ansiosamente que ela saia. Eu choro sem lágrimas, eu grito.

Sinto as mãos brutas dos seus subordinados me jogarem dentro da vã, junto com as outras meninas que estavam assustadas. Eu choro ainda mais quando vejo a casa desabando. Eu grito chamando por Martha, meus olhos ardem incapazes de soltar sequer uma lágrima. Eu perco a voz à medida que o carro começa a se mover com velocidade para longe. Ela era a minha família... Todas aquelas que morreram por minha causa...

Eu sou o verdadeiro monstro da história.

O carro parte antes da chegada da polícia e dos bombeiros, eu não sabia como seria nossas vidas depois dali, ou o que Henrique planejava. Mas eu só pensava em morrer.

Só pensava na Martha.

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Alessio Moretti:

Alessio Moretti:

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Sussurros Na EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora