XVIII. Sacrifício e Esperança

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Alice avançou em direção a [Nome], seus passos pesados ecoando pelo corredor enquanto tudo ao redor se desfocava. [Nome] ficou imóvel, seus olhos fixos nos de Alice, procurando qualquer sinal da irmã que ela conhecia. O tempo parecia desacelerar, cada segundo estendendo-se como uma eternidade.

Quando Alice finalmente parou bem em frente a [Nome], seus olhos grotescos se encontraram com os de [Nome], e por um momento, o mundo inteiro se reduziu a apenas elas duas. [Nome] sentiu as mãos grandes e deformadas de Alice a agarrar com uma força que poderia esmagá-la facilmente, mas ao invés de apertar, ela segurou com uma estranha suavidade.

— Alice... — [Nome] sussurrou, sua voz quebrada pelo desespero e pela esperança. Lágrimas escorriam pelo seu rosto, misturando-se com a sujeira e o sangue. — Eu sei que você ainda está aí. Eu sei que pode me ouvir.

Alice não disse nada, mas seus olhos, por um breve momento, pareceram suavizar. A criatura titânica que ela havia se tornado parecia hesitar, lutando contra a fera dentro de si. As mãos dela, ainda segurando [Nome], tremeram ligeiramente.

[Nome] aproveitou aquele instante, segurando firme as mãos de Alice, sentindo a pele áspera e escamosa contra a sua. Ela olhou fundo nos olhos da irmã, tentando transmitir todo o amor e a saudade que sentia.

— Lute, Alice. — [Nome] implorou. — Lute contra isso. Você não é um monstro. Você é minha irmã. Você é Alice.

O tempo parecia parar, tudo ao redor delas era um borrão indistinto. Era como se fossem as únicas duas pessoas no universo, presas em um momento de intensa conexão. O alarme soava ao longe, os ruídos da destruição iminente mal se registravam em suas mentes.

Alice soltou um rugido gutural, mas dentro dele, [Nome] podia ouvir um som familiar, um eco da voz de sua irmã. Era um som de dor, de luta interna. A criatura hesitou novamente, os olhos arregalados em conflito.

— Eu te amo, Alice. — [Nome] murmurou, as lágrimas caindo livremente. — E eu nunca vou desistir de você.

Na escuridão, [Nome] encontrou-se em uma versão onírica do laboratório, mas ao invés de ser um lugar de terror, era brilhante e acolhedor. Alice estava lá, parecendo a mesma menina que [Nome] lembrava: olhos grandes e curiosos, um sorriso tímido no rosto.

— Alice? — [Nome] chamou suavemente, dando um passo à frente. — Sou eu, [Nome]. Estou aqui para te buscar.

Alice olhou em volta, confusa e assustada. — [Nome]? — Sua voz era pequena, quase como um sussurro. — Onde estamos?

— Eu não sei Alice.. — [Nome] estendeu a mão. — Eu sei que tudo parece confuso e assustador, mas você precisa confiar em mim. Precisamos sair daqui juntas.

Alice hesitou por um momento antes de segurar a mão de [Nome]. Quando seus dedos se tocaram, uma onda de memórias e sentimentos as envolveu. [Nome] viu flashes da infância das duas: risos compartilhados, sonhos confessados em segredo, e momentos de pura felicidade.

— Eu lembro disso. — Alice disse, seus olhos se enchendo de lágrimas. — Eu lembro de nós duas, antes de tudo ficar tão errado.

O mundo ao redor delas começou a tremer, as sombras do laboratório real tentando invadir o espaço seguro que haviam criado. [Nome] sentiu a presença da fera Tyrant, a entidade monstruosa que dominava o corpo de Alice, tentando puxá-la de volta para a escuridão.

— Não deixe isso te dominar, Alice. — [Nome] implorou. — Você é mais forte que isso. Lembre-se de quem você realmente é.

Alice fechou os olhos com força, lutando contra as trevas internas.

— Eu não sei se consigo [Nome]..

— Você consegue Alice, eu to aqui com você — [Nome] rodeou os braços em volta da pequena garota.

Com um grito de pura determinação, Alice empurrou as sombras para longe, a luz dentro dela queimando mais brilhante. A ligação entre as duas irmãs se fortaleceu, e a escuridão começou a dissipar, revelando o verdadeiro espírito de Alice.

De volta à realidade, Alice abriu os olhos, ainda com a aparência de Tyrant, mas com uma clareza e humanidade que não existiam antes. Ela olhou para [Nome], os olhos cheios de gratidão e amor.

Algo pareceu quebrar dentro de Alice. As mãos que seguravam [Nome] suavemente se soltaram, e a criatura recuou um passo, a expressão em seu rosto mudando de raiva para confusão e tristeza.

Vínculos Inquebráveis - Leon kennedy x LeitoraOnde histórias criam vida. Descubra agora