XVII. Coração Dividido

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Com um aperto firme no braço, Leon impediu [Nome] de seguir em frente.

— Não! Precisamos sair daqui agora! — ele insistiu, puxando-a com força na direção oposta, em busca da segurança do final do corredor.

A clone de [Nome] avançou impiedosamente, seus tentáculos se expandindo com uma velocidade assustadora. Em um movimento instintivo, Leon e [Nome] se esquivaram no último segundo, mas a criatura implacável não estava disposta a deixá-los escapar. Seus movimentos eram calculados e precisos, como se guiados por uma fúria incontrolável.

— Espero que você saiba com quem está lidando. — ela zombou, avançando implacavelmente em direção a [Nome], a derrubando no chão.

[Nome] se levantou com dificuldade, seus olhos arregalados de medo e determinação. Ela não se deixaria intimidar. Com um grito de guerra, ela se lançou contra a clone, seus punhos cerrados prontos para a batalha.

Leon, que observava a cena com urgência, não podia ficar parado. Ele se juntou à luta, seus movimentos rápidos e precisos complementando os de [Nome].

— [Nome]! Cuidado! — Leon a alertou e um tentáculo passou por cima da mulher, quase que por pouco a acertando.

Tentáculos se chocavam contra punhos e pés, criando um espetáculo de violência e caos. A cada golpe, a raiva da clone parecia crescer, alimentando sua ferocidade. Mas [Nome] e Leon não se intimidavam. Lutavam com a garra de quem não tem nada a perder, defendendo suas vidas e a única chance de escapar daquele pesadelo.

— Precisamos acabar com isso rápido — Leon murmurou para [Nome], seus olhos fixos na clone. — Ela é muito forte.

— Você não pode me vencer, sua indesejada! — a clone rosnou, seus olhos cheios de raiva. — Eu sou melhor que você em tudo!

[Nome] ignorou a provocação, concentrando-se em cada movimento, cada golpe. Ela sabia que a clone era forte, mas também sabia que tinha algo que a clone não tinha: a força de vontade de lutar por aqueles com quem ela se preocupava.

— Você está errada. — [Nome] respondeu com firmeza. — Eu tenho algo que você jamais terá!

Um flash de Alice correndo em um campo passou na mente de [Nome], e com um golpe certeiro, [Nome] conseguiu desviar de um ataque da clone e acertar um soco em cheio em seu rosto. A clone cambaleou para trás, atordoada, mas logo se recuperou e contra-atacou com ferocidade redobrada.

Finalmente, Leon, com um movimento rápido e preciso, conseguiu acertar um golpe na clone. A criatura cambaleou para trás, um grito agudo rasgando o ar. [Nome] e Leon se entreolharam, ele sorriu para a mulher e perdeu a atenção no inimigo.

De repente, com um golpe brutal, a clone lançou Leon contra a parede. Um gemido de dor escapou dos lábios do rapaz enquanto ele caía no chão, atordoado pelo impacto.

— Leon! — [Nome] exclamou, horrorizada, virando-se para o companheiro caído

— Cuidado! — Leon alertou, apontando para a clone que avançava em sua direção. Em um movimento rápido, [Nome] conseguiu desviar do ataque, agarrando um dos tentáculos da criatura com força.

Apesar de ter sido criada para lutar, [Nome] não tinha nenhuma memória de treinamento. Seus instintos básicos a guiavam, mas ela não sabia como usar todo o seu potencial. A clone soltou um grito agudo enquanto tentava puxar o tentáculo de volta, mas [Nome] se recusava a ceder.

O tentáculo era viscoso e escorregadio, ameaçando escapar de suas mãos a qualquer momento.

Em um esforço sobre-humano, [Nome] apertou o tentáculo com ainda mais força. A dor latejava em seus músculos, mas ela não desistiria. A vida de Leon dependia dela.

Ao observar a clone de perto, [Nome] percebeu que alguns dos tentáculos estavam feridos. Ela se lembrou da luta recente com Alex, e deduziu que ele provavelmente havia causado esses danos.

Com um sorriso frio, ela soltou o tentáculo que segurava e avançou em direção a outro que parecia mais machucado.

— Espero que goste disso mais do que eu. — Com um pisão forte e preciso, [Nome] pressionou o tentáculo da clone contra o chão. Um grito agudo de dor ecoou pelo corredor enquanto a criatura se contorcia em agonia.

A dor era intensa, quase insuportável, mas [Nome] não se comoveu. Ela sabia que precisava ser implacável para vencer essa batalha.

Aproveitando a fraqueza da clone, [Nome] desferiu uma série de golpes rápidos e precisos em seus pontos mais vulneráveis. Tentáculos se retorciam e se contorciam em agonia, enquanto a clone tentava se defender em vão. A cada golpe, [Nome] se aproximava da vitória.

Finalmente, com um golpe certeiro, [Nome] conseguiu derrubar a clone no chão. A criatura se contorcia de dor, seus tentáculos se debatendo fracamente.

— Chega — ela disse com a voz fria e cortante. — Sua hora aqui acabou.

Com um último golpe mortal, [Nome] silenciou a clone para sempre. O corpo da criatura se dissolveu em uma névoa escura, deixando para trás apenas um silêncio sepulcral.

Exausta e coberta de suor, [Nome] se ajoelhou no chão, respirando com dificuldade.

De repente, um som fraco chamou sua atenção. Era o nome dela, sussurrado baixinho em meio à quietude. [Nome] ergueu a cabeça lentamente, seus olhos encontrando a figura de Leon se aproximando com passos hesitantes.

Ele estava ferido, a camisa manchada de sangue que escorria de um ferimento na barriga. O rosto pálido e a expressão de dor indicavam que o ataque da clone havia sido grave.

— [Nome]... — ele murmurou, a voz fraca e rouca.

Em um impulso, [Nome] se levantou e correu para o lado de Leon, ignorando a própria dor e fadiga. Ela o envolveu em seus braços, sentindo o calor do corpo dele contra o seu.

Leon apertou os olhos com força, tentando conter a dor que latejava em seu abdômen.

— Ela me pegou desprevenido. O ferimento é profundo, preciso de ajuda.

Ele sussurrou.

[Nome] examinou o ferimento de Leon com cuidado, seu coração batendo descompassado no peito. A ferida era feia, sangrando abundantemente. Ela sabia que precisava agir rápido se quisesse salvar a vida do rapaz.

— Calma, Leon — ela disse com voz firme, tentando transmitir uma calma que ela mesma não sentia. — E-eu vou dar um jeito nisso.

Com a ajuda de Leon, que se apoiava em seu ombro para se manter de pé, [Nome] o guiou pelo corredor escuro. A adrenalina da batalha havia passado, dando lugar ao medo e à incerteza.

O tique-taque da contagem regressiva ecoava nos ouvidos de [Nome] como um tambor implacável, alimentando seu nervosismo a cada segundo que passava. As luzes vermelhas piscantes que inundavam o corredor pareciam zombar de sua situação, transformando o ambiente em um palco macabro para a cena que se desenrolava diante de seus olhos.

Seus ombros pesavam sob o fardo da adrenalina e da exaustão. A dor pulsava em seu corpo, uma lembrança constante da batalha que acabara de travar. Mas a imagem de Leon, deitado no chão, fraco e sangrando, era o que a impulsionava a seguir em frente.

Algo quente escorria por sua bochecha e pingava no chão. Era uma mistura de sangue, suor e água, vestígios da luta árdua que ela havia travado. Mas, naquele momento, ela não se importava com a própria dor ou cansaço. Tudo o que importava era salvar Leon.

— Leon, por favor... — ela murmurou, sua voz carregada de angústia. — Não me deixe... Preciso de você.

As palavras saíram em um sussurro, mas estavam cheias de força e determinação. Ela sabia que Leon era forte, que ele lutaria para sobreviver. E ela estaria ao seu lado, a cada passo do caminho.

Um calafrio percorreu a espinha de [Nome] quando ela ouviu passos pesados e descompassados ecoando no corredor atrás dela e de Leon. O som era irregular, como se a criatura que se aproximava estivesse cambaleando, mas isso não a tornava menos ameaçadora.

Com o coração batendo descompassado, [Nome] virou-se lentamente, seus olhos lutando contra a luz piscante para distinguir a forma na escuridão. As luzes vermelhas do alarme distorciam a realidade, transformando sombras em monstros e silhuetas em ameaças.

Foi então que ela a viu.

Alice, emergiu do caos como um fantasma. Seu rosto, outrora belo e radiante, agora estava pálido e contorcido em uma máscara de fúria. Seus olhos, antes cheios de vida e amor, agora brilhavam com uma luz sinistra e cruel.

Um gemido animalesco escapou de seus lábios, ecoando pelo corredor como um aviso macabro. Ela se arrastou em direção a [Nome] e Leon, seus movimentos desajeitados e desconexos, mas implacáveis.

O sangue gelou nas veias de [Nome]. Ela nunca imaginaria que sua própria irmã se tornaria uma criatura tão monstruosa. Mas a realidade era cruel e implacável, e agora ela precisava lutar pela sua vida e pela de Leon contra a própria carne e sangue.

— Alice... — ela sussurrou, sua voz carregada de medo e tristeza. — Por que está fazendo isso?

A tyrant gigante parou centímetros antes de chegar perto de ambos.

[Nome] e Alice se fitavam, seus olhares carregados de uma mistura de emoções complexas. A irmã de [Nome] se arrastou alguns passos para frente, deixando um rastro sangrento no chão. Sua respiração era pesada, ofegante, e seus olhos, antes cheios de vida, agora estavam opacos e vazios.

— Alice... — [Nome] sussurrou, o nome da irmã soando quase como um pedido de ajuda. Mas Alice não respondeu. Ela apenas a encarava, com uma expressão que era impossível de decifrar.

O som dos alarmes ecoou pelos corredores do laboratório, crescendo em intensidade a cada segundo. Uma contagem regressiva começou a soar, anunciando a iminente destruição do local.

[Nome] apertou os punhos, a frustração e a impotência crescendo dentro dela. Ela precisava salvar Alice, mas também precisava encontrar uma maneira de escapar do laboratório antes que fosse tarde demais.

Tomando uma decisão rápida, [Nome] esticou a mão para a irmã.

— Alice, se você ainda esta ai, vem comigo. — ela disse com firmeza. — Eu posso te tirar desse lugar, eu posso...eu...posso trazer a antiga Alice de volta

A criatura grotesca pairou diante de [Nome], seus olhos vazios fixos nela com uma intensidade perturbadora. Um fedor nauseante emanava de seu corpo, uma mistura pútrida que nada tinha a ver com o perfume doce e floral que Alice costumava usar.

[Nome] fitou a criatura, seus olhos arregalados de horror. A imagem de Alice, a irmã que ela amava tanto, havia sido distorcida e corrompida, transformada em algo que ela mal podia reconhecer.

Aquilo não era Alice. Era um monstro, uma aberração da natureza, um produto da loucura e da violência que ela criou. Um nó de tristeza se formou na garganta de [Nome]. Lágrimas brotaram em seus olhos, ameaçando escorrer por suas bochechas. Ela queria gritar, chorar, implorar por uma explicação. Mas as palavras falharam em sua garganta, sufocadas pelo horror e pela dor.


Em um gesto instintivo, ela recuou um passo, seus instintos de sobrevivência tomando o controle. A criatura avançou, seus movimentos desajeitados. [Nome] sabia que precisava lutar, que precisava se defender e proteger a si mesma e a Leon.

Mas como lutar contra sua própria irmã? Como ferir a pessoa que ela tanto amava, mesmo que agora estivesse corrompida e transformada em algo monstruoso?

Seu coração se partia em pedaços. Ela estava presa em um dilema cruel, dividida entre o amor por sua irmã e a necessidade de sobreviver.

Com um grito de angústia, [Nome] ergueu as mãos, pronta para se defender. Mas no fundo de sua alma, uma esperança ainda lutava para sobreviver. Uma esperança de que, de alguma forma, Alice ainda estivesse lá dentro, aprisionada dentro daquela criatura monstruosa.

E se ela pudesse encontrar uma maneira de libertá-la? Se ela pudesse quebrar a maldição que a consumia e trazer de volta a irmã que ela tanto amava?

Era uma chance remota, quase impossível. Mas era a única chance que ela tinha. Alice avançou em direção a [Nome] correndo como se estivesse atrás de uma presa. Com uma nova determinação queimando em seus olhos, [Nome] se preparou para enfrentar a criatura. Ela lutaria com todas as suas forças, não apenas por sua vida, mas também pela vida de sua irmã.


Vínculos Inquebráveis - Leon kennedy x LeitoraOnde histórias criam vida. Descubra agora