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- Não!

- O que? Você não tem escolha, perdeu a aposta agora tem que aceitar.

- Não estava no acordo ... isso!

Ele aponta para a grande... gigantesca... montanha russa que estávamos bem a frente.

- Você aceitou a aposta de "se eu perder você pode me levar pra qualquer brinquedo que quiser e eu não posso negar, e se eu ganhar... a mesma coisa", não pode negar que não lembra porque isso foi a menos de meia hora atrás.

Digo já andando lentamente de costas ainda o olhando, e ele, sem mover um músculo.

- se acredita que eu fui diagnosticado com perda de memória recente ontem....

Eu bufo e largo meus braços de frustração, apenas segurando a grande pelúcia para que não caísse, revirou os olhos e fui até a direção do mais alto.

- Eu aceito tudo menos esse....

Ele resmunga para si mesmo escutar, quase como uma confissão. E novamente estava atrás de suas costas, mas dessa vez, ao invés de bater minha cara ali, o comecei a empurrar para frente com toda força que eu tinha.

- não me interessa, se vai e ponto final.

Ele até tentou fugir mas quando ele viu já estávamos no final da fila de espera, prontos para entrar na próxima volta, bem, eu estava, já ele não parecia tão pronto assim.

- Isso é ridículo, porque eu fui aceitar...

Tinha uma cara emburrada que podia ser vista até do outro lado do parque, mas não me importava menos. Me segurava com todas as minhas forças a vontade de dar pulinhos de felicidade e ... ansiedade, tudo pela vontade de ir.

- Você poderia muito bem ter recusado, mas arrogante do jeito que é nunca perderia a chance de humilhar alguém.

Dito pagando nossos bilhetes ao moço e já indo me posicionar no nosso lugar, ele veio logo atrás, porém muito lentamente.

- que isso? Tá com medo é?

Reclamei deixando meu grande dinossauro de pelúcia em um lugar para que pegasse depois.

- Vai se fuder, é claro que eu não tenho medo.

Ele diz em um tom firme e mais alto que o normal, claramente ele tá tão nervoso que nem está ligando para seu tom de voz.

- Então para de ser frouxo e vamos logo!

Em um reflexo, seguro em seu pulso e o puxo até o nossos lugares, se sentamos e então colocam em nós a trava de segurança. E a cada movimento, barulho ou quaisquer coisas que anuncie que vamos nos movimentar me causava um reviro forte em minha barriga, um frio inexplicável, e nada fazia eu parar meus pés quietos.

- Pelo amor de Deus você pode parar de bater esses seus pés, tá me irritando.

Ele se segurava nas barras de segurança me olhando irritado, e em outras ocasiões eu até me sentiria intimidada, mas, sei que não passa de uma atuação para esconder o medo que ele estava sentindo.

- Está estressadinho?

Um tranco é sentido e então começamos a se movimentar, o som dos trilhos nos levando para cima piorava catastroficamente nossas ansiedades.

- Vai se fude!

Olho para o lado e o vejo com os olhos fechados se segurando na barra como se sua vida dependesse disso, e eu não podia perder a oportunidade de colocar um pouco mais de lenha na fogueira.

𝐎𝐩𝐢𝐚 - Kei Tsukishima Onde histórias criam vida. Descubra agora