O destino das outras Bruxas
Estava um dia chuvoso e sombrio quando a senhora permitiu que as meninas ficassem no celeiro, longe da chuva intensa que caía lá fora. O som da tempestade ecoava forte, enquanto os pingos de chuva batiam no telhado e corriam pela madeira envelhecida, criando um ritmo constante e nostálgico no ambiente. O cheiro de terra molhada e a umidade no ar misturavam-se à fragrância pungente da palha seca do celeiro, criando um clima acolhedor, apesar do cenário externo ser tão hostil.
As irmãs estavam sentadas entre fardos de palha, seus corpos envoltos em mantas que tentavam aliviar o frio da chuva que penetrou pelo telhado. Elas conversavam baixinho, refletindo sobre o caminho que teriam de seguir para chegar à Morada dos Mortos e resgatar Gwen. Era um desafio desalentador, como atravessar um abismo sem fim, e a incerteza de como proceder as deixava inquietas.
A neblina que se estendia pelo campo tornava o horizonte uma visão embaçada e distante. As árvores ao redor do celeiro balançavam com o vento forte, e suas folhas sussurravam entre si como se compartilhassem segredos sobre o mistério que as aguardava. As irmãs podiam sentir o peso da tarefa diante delas, mas também sabiam que precisavam tentar.
Enquanto elas sentavam em silêncio, absorvendo a melodia da tempestade e a frieza do ar, o calor do celeiro as envolvia. Elas percebiam que, por enquanto, aquele era o único refúgio seguro enquanto planejavam o próximo passo.
- Bom, quando Gwen chegou, eu tenho certeza de que ela deu de cara com um labirinto. Se ela conseguiu encontrar o caminho até o rio Estige, então ela deve ter passado por ele - Nix fala, tentando compreender os passos da irmã.
Dora interrompe:
- Mas e se ela encontrou outro caminho no labirinto? - pergunta, com um tom de desespero na voz.
- Não há outro caminho. Todos levam até o rio Estige - Nix responde, sua voz firme, mas carregada de tensão.
Sol, impaciente e com os olhos marejados, pergunta:
- Então, por que existe um labirinto? - ela questiona, os olhos arregalados de incredulidade.
Nix faz uma pausa antes de responder, as palavras saindo como um sussurro, carregadas de amargura e desânimo:
- O labirinto serve apenas para torturar as almas. É um pesadelo interminável, projetado para prendê-las enquanto tentam encontrar o caminho até o rio Estige. Só depois de atravessá-lo é que conseguem alcançar alguma paz... ou o que restou dela - ela explica, as lágrimas prestes a escapar.
O silêncio se instala enquanto elas processam o significado das palavras de Nix. Era um labirinto cruel e interminável, uma barreira que simbolizava os tormentos e obstáculos que enfrentam no caminho para o rio Estige.
- Tá, então ela encontrou o rio Estige e o que vem depois? Ela vai nadando até algum lugar? - indaga Sol.
- Ela encontra o Caronte, o barqueiro que a leva até o Submundo, onde é julgada pelos juízes infernais. O julgamento é assistido por Hades - ao falar o nome, as meninas ficam inquietas.
- E para onde eles podem enviá-la? - pergunta Lua, sua voz baixa e tremula.
- Bom, ela pode ser mandada para Campos Elísios, Campo de Asfódelos ou Tártaro, dependendo do que ela fez na Terra. - Nix responde, sua voz carregada de preocupação.
Os olhos de Sol se estreitam e Lua engole em seco. O Submundo, o lugar sombrio onde as almas são julgadas e enviadas para seus destinos finais. Elas podem sentir o peso dessa realidade, uma jornada de sofrimento e redescoberta. A ideia de que suas escolhas na Terra podem determinar seu destino na eternidade é assustadora e avassaladora.
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Zodíaco - Nas Profundezas do Submundo
FantasyGwen, uma bruxa do Zodíaco do signo de Áries, é capturada e aparentemente morta pelos sacerdotes. Suas irmãs, desesperadas para entender o que aconteceu, descobrem que o Zodíaco foi alterado e portais para outras dimensões foram abertos. Em meio a e...