Capítulo I - O começo do fim

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Reino de Rize

Antes

Eda: Já está indo? - pergunta ao entrar em seu quarto

Serkan: Sim, eu preciso ir - diz terminando de se vestir

Eda: Sabe que fugir não vai resolver, não é?

Serkan: Eda, se preocupe por você, eu sei bem o que fazer - diz de maneira grosseira

Eda: Desculpe, não vou te incomodar mais - sai do quarto e bate a porta

Ela foi até um rio próximo do castelo para esvaziar a mente e levou consigo seu gato de estimação

Eda: Ele é um idiota, eu apenas me preocupo com ele - joga uma pedrinha na água

Sua gatinha Ay apenas a observava resmungar

Eda: Sei que a morte do irmão dele foi uma baque para todos, mas eu não tenho culpa - joga outra pedrinha e escuta passos se aproximando

Ayfer: Eda, venha me ajudar, preciso preparar o jantar mais cedo para que o Serkan possa partir - fala parada atrás dela

Eda: Eu já estou indo tia, só preciso me acalmar - joga outra pedrinha

Ayfer: E o que te deixou tão furiosa? - se senta ao seu lado e puxa seu rosto para que Eda a olhe

Eda: O Serkan - diz emburrada

Ayfer: O Serkan? - franse a sobrancelha - mas vocês são tão amigos, o que houve?

Eda: Fui até o quarto dele...

Ayfer: Eda, quantas vezes já te disse para não ir lá, a Senhora Aydan não gosta disso, se ela souber - diz interrompendo a sobrinha

Eda: Eu sei, bom fui no quarto dele ver se ele já estava indo e falei que não adiantava ele fugir e ele foi super grosseiro comigo - diz acariando Ay

Ayfer: Minha querida, é uma situação difícil para ele, perder o irmão e ver a mãe sofrer assim e sem o marido para lhe dar apoio

Eda: E aí ele resolve fugir? Grande solução a dele - se levanta- Cansei desse assunto, vamos logo arrumar esse jantar

Ayfer: Melo está me ajudando, mas quero você lá também - se levanta e pega Ay no colo e vai com Eda para dentro do castelo

Serkan observava tudo pela janela, mas não podia ouvir nada do que diziam

Engin: Irmão, devemos nos apressar - irrompe o quarto sem se importar

Serkan: Quantas vezes vou ter que pedir para bater na porta - diz zangado

Engin: Que bicho te mordeu? Não venha descontar em mim seu mal humor não - diz se jogando na poltrona próximo a janela

Serkan: Esquece, vamos logo, quero partir o quanto antes - pega sua bagagem

Engin: Sua mãe mandou preparar um banquete para sua despedida, até a afilhada do seu pai está aí - revira os olhos ao citar a moça

Serkan: Selin está aqui? - olha confuso - Estranho isso, não fui avisado, mas é melhor irmos logo

Ambos saem do quarto e descem em direção ao salão principal, onde a
conteceria o jantar

Ao adentrarem o local, Selin corre em direção a Serkan

Selin: Serkan, quanto tempo - o abraça de imediato - Sinto muito por sua perda

Serkan: Obrigado, Selin - se afasta da moça - Melhor irmos nos sentar

Eda que havia acabado de entrar no salão, viu toda a cena, sentiu uma lágrimas descer por seu rosto, mas a limpou rapidamente, deixou os vinhos sobre a mesa e saiu

Aydan: Venha querido, se sente ao meu lado - disse olhando para Serkan de maneira triste, era de longe a mulher que irradiava alegria

Serkan: Onde está meu pai? - questionou e Aydan apenas abaixou a cabeça

O jantar foi em completo silêncio, só se ouvia o barulho dos talheres e das taças e as vezes Selin tentando puxar um assunto aqui e ali, mas ninguém a respondia, não era hora para isso

Seyfi: Precisa de algo, Senhora Aydan? - diz ao vê-la longe

Aydan: Só quero ir para o meu quarto - Seyfi a ajudou a se levantar - Filho, faça uma boa viagem e saiba que sempre vou apoiá-lo - diz com a voz carregada de mágoa

Era muito para Aydan, perder um filho e ver outro partir para longe, não estava sendo fácil para ela, assimilar tudo
Serkan: Mãe, logo estarei de volta, eu prometo - diz a abraçando - vem, eu mesmo te levo para o quarto

Serkan apoiou seu braço na cintura da mãe e foram para o quarto dela, nem se quer se importou com os outros na mesa, sua única preocupação era sua mãe

Ele colocou a mãe na cama e a cobriu, deu os medicamentos que o médico a recomendou e assim que Aydan dormiu ele foi para o seu quarto

Antes que ele pudesse alcançar a maçaneta, alguém o chama

Serkan: Era que o que me faltava - bufa e aperta suas têmporas

Selin: Serkan, já ia sem sem despedir?! - diz o alçando e parecendo chateada

Serkan: Estou com pressa, Selin, não posso partir muito tarde, as estradas ficam perigosas

Selin: Eu sei, mas queria me despedir - alisa o braço dele

Serkan: Não pretendo ficar muito tempo fora, apenas quero esvaziar a mente...

Selin: Eu entendo, boa viagem - beija o rosto dele e se vai

Serkan ficou parado ali por um tempo, antes de entrar no seu quarto e ver Eda ali

Eda: Eu só vim te devolver isso, não vou te incomodar - se levanta da poltrona e o entrega um colar

Serkan: Mas é seu, eu te dei - tenta devolver o colar

Eda:Não, Serkan, ele é seu, não posso ficar com algo tão valioso e você vai embora, só vim para te devolver mesmo

Serkan: Eda, não precisa disso tudo - diz inconformado

Eda: Foi você quem quis assim, as coisas em segredo, por medo, então será assim, faça uma boa viagem, mas não conte comigo - sai do quarto

Serkan viu seu mundo desmoronar, acabava de perder seu grande amor e essa era só mais uma razão para partir
Terminou de ajeitar suas coisas e guardou o colar em forma de flor de cerejeira e partiu junto a Engin, sem falar com mais ninguém

Meu maior ErroOnde histórias criam vida. Descubra agora