Capítulo XI - Serkan?!

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Eda POV

Meu coração estava destroçado, como ele fez isso? Ir se deitar com ela após tudo, como ela caiu assim? Meu mundo havia desmoronado da noite para o dia, mal sentia minhas pernas e fui até meu quarto me apoiando nas paredes do corredor, assim que adentrei meu quarto chorei alto, o máximo que podia, para arrancar essa dor latente do meu peito

Apenas peguei minha camisola e troquei ali mesmo, me sentei na penteadeira e comecei a tirar adorno por adorno, minha maquiagem, o penteado, que por mais que fossem cachos nas pontas, ainda penteei meu cabelo, olhei a aliança em meu dedo e a deslizei para fora, não havia mais sentido usar aquilo, até pensei em ir ao banheiro e tomar um banho para ver se retirava toda essa dor do meu coração, mas eu não tinha forças

Caminhei a minha cama e vi Ay ali, tudo que eu precisava era da minha bolinha de pelo

-E novamente somos apenas nós duas - aperto Ay contra meu corpo - por quê dói tanto assim?

A gatinha apenas me encara e se aconchega em meu corpo, aos poucos vou me acalmando, porém eu não conseguia dormir. Olho meu piano do quarto e penso em tocá-lo, porém capaz de acordar todos aqui

Então simplesmente desço até o ateliê e vou em direção ao piano de lá, era mais afastado e iria fazer menos barulho, Serkan podia até ter terminado a nossa melodia, porém eu tinha uma nova melodia e uma letra, olho para o canto e vejo minha Harpa e mudo os planos, indo tocar nela

-O que nós achamos que seria para sempre era passageiro
Ainda vivos, matando tempo no cemitério
Nunca enterrados de verdade

A melodia vinha fluindo, eu sentia novamente a dor do dia em que escrevi essa música e melodia

Lembranças on

Ele se foi é só me restaram lembranças, os dias se arrastavam, Aydan piorava a cada dia, já se passaram dois anos de tudo, eu não suportava mais essa dor

Tudo caia sob minha pessoa, Aydan confiava apenas a mim e nem o Seymen ela queria perto, ele era um médico jovem, porém renomado, ele tentava ajudar Aydan como podia, mas ela não queria

Eu nem podia ir ao jardim que ela já pedia para me chamarem, Serkan a deixou, Alptekin não estava nem aí, ela tinha apenas a mim para ela, seu medo era que eu a abandonasse novamente e nesse momento estávamos em seu quarto

-Ele me respondeu, Eda

-Quem? - pergunto penteando seus cabelos

-Serkan - meu coração acelerou - mas quis te esperar para ler com você

-Vamos lê-la então, sei o quanto esperou por isso

-Claro, a carta está na minha cômoda pode buscar para mim?

-Vou pegar - pego a carta e a entrego

-Será que ele está vindo me ver? - ela tinha um grande sorriso no rosto

-Talvez, quem sabe

-Eu vou ler para nós duas

-Siga em frente

-Mamãe, ou melhor Aydan, sei que a muito não escrevo para você e que existem muitos cartas suas destinadas a mim e por isso peço que pare, estou seguindo minha vida e você é uma memória dolorosa de tudo, me deixe em paz e pare de me contatar, com carinho Serkan Bolat

Eu vi a cor dela sumir, ela começou a tremer e a chorar, uma nova crise começaria, ela surtaria

-POR QUE? O QUE EU FIZ PARA MERECER ISSO? - derruba tudo que vê pela frente

-Aydan, se acalme, eu estou com você - seguro o choro

-TODOS ME ABANDONARAM E AGORA O MEU FILHO - começa a se bater

-Pare com isso - abraço seu corpo e vejo Seyman

-Eu sou tão ruim assim? - tenta se bater

-Senhora Aydan, peço que se acalme

-SAI DAQUI VOCÊ TAMBÉM, VOCÊS QUEREM ME FAZER FICAR LOUCA COM ISSO - vejo ele deixar os remédios na cama e sair

-Aydan, senta aqui, vamos - ela se senta - ninguém aqui quer seu mal, fazemos isso para o seu bem, vamos tomar somente um medicamento?

-Não quero

-Por mim, tome por mim - entrego a ela um comprimido - vamos lá, você consegue e eu estou e sempre estarei aqui

-Toca a Harpa para mim?

-Se me prometer tomar o remédio

Ela toma ele rapidamente, engolindo a seco mesmo, toco um pouco e ela rapidamente dorme, o remédio tinha esse efeito mesmo

Saio do quarto e me encontro com Seymen, sorrio fraco para ele

-Como ela está?

-Dormindo, foi uma emoção forte

-Emoção forte?

-Serkan, o filho dela - explico - mandou uma carta pedindo que ela o deixa-se em paz

-Meu Deus, Eda

-Pois é, mas agora estou indo buscar água para ela, acabou a do quarto e tomar um banho enquanto isso


J

á era noite e eu estava escrevendo uma letra, a melodia eu tinha em partes, era sobre o Serkan, eu precisava disso para me libertar dessa dor que me consumia dia e noite

Aydan dormia tranquila agora, o remédio era muito forte e a mantinha apaga por um bom tempo, espero que logo ela não precise mais dele, e se depender de mim, não irá. Tenho Aydan como uma mãe e não entendo como ele pôde descartá-la assim, sua mãe só queria o amor de seu agora único filho

Me sento na Harpa que ficava no quarto e vou tocando a música e cantando baixinho, não queria incomodar ninguém

Lembranças off


Agora eu estava mais relaxada e podia voltar para o meu quarto e tentar dormir, o tempo lá fora estava nublado, nuvens escuras e frias, provavelmente iria ser uma grande tempestade, então passo na cozinha e resolvo fazer um leite quente para dormir melhor após tudo

-Quando esse inferno irá passar? Será que nunca serei feliz com quem amo?

Muitas dúvidas me rondavam. Tomo meu leite e subo novamente para o meu quarto, me aconchego em Ay e durmo ou cochilo, Já que dormir foi um pouco possível

O Sol já adentrava meu quarto, não conseguindo mais dormir, resolvo me levantar, parecia que um cavalo havia passado por cima do meu corpo, estava toda doída nas costas de tanto rolar de um lado a outro da cama

Calço minha pantufa e me olho no espelho do quarto, eu estava acabada, olheiras fundas e totalmente pálida, ignorando esse fato, vou em direção ao banheiro, ao abrir a porta vejo ninguém mais e ninguém menos que....

-Serkan?! - pergunto confusa ao vê-lo deitado no chão do meu banheiro e agarrado a minha banheira

Ele estava dormindo, ele estava com as mesmas roupas de ontem, com exceção do casaco, que ele fez de travesseiro.


Meu maior ErroOnde histórias criam vida. Descubra agora