Promessas feitas com palavras vazias

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Meu corpo estremece, como se eu não esperasse ter que falar com Yukhei. Tenho noção do meu papel neste plano e sei que devo cumprir. Só não esperava ser tão logo.

Engulo em seco e faço que sim.

— P-Posso ir?

Sehun ergue os ombros.

— É bom, Taeyong — ele coça a garganta. — Quando o filho do presidente manda, é melhor obedecer.

É, não tem jeito. Só peço licença para poder colocar minha roupa confortável de volta, e assim que ponho os pés de novo no provador, sinto a vontade de chorar vindo. Não, não vou chorar agora! Ranjo os dentes e troco de roupa sem reclamar. Volto com um Donghyuck com um ar preocupado; sorrio, para não preocupá-lo.

Olho diretamente para Jungwoo e sua expressão neutra. A sua gargantilha parece nova e, mais uma vez, não consigo ler o que está escrito no pingente, culpa da minha baixa visão.

— Oi Jungwoo — digo, quase sem voz.

— Oi Taeyong! — ele sorri, sendo simpático. — Não esperava te ver aqui de novo.

— É... Eu também não — não me dou ao trabalho de sorrir.

O Kim fecha a cara e ergue os ombros.

— Ele está no Edifício Circences, na cobertura.

Aceno com a cabeça e faço questão de ignorá-lo ao sair da sala. Sem olhar para trás, acompanho os seguranças, que me cercam para que eu não fuja ou algo assim. Não tenho motivos para fugir, não agora.

Atravesso parte da Base da Tranquilidade, percebendo algumas mudanças aqui e ali, tudo de forma bem limitada, até chegar ao Edifício Circences. Engulo em seco e sou levado até o elevador enorme em um silêncio sepulcral.

Chegamos na cobertura, acima do quadragésimo andar. Aqui, há um sofá em formato de L em frente a uma mesa, além de alguns outros detalhes, como espreguiçadeiras ou coisas do tipo. Não consigo focar nos detalhes agora, porque estou com raiva. Não sei exatamente o que dizer para Yukhei, e tenho que guardar a minha vontade de agredi-lo para mim mesmo, só de me lembrar o que ele fez com Ten. No entanto, tenho que engolir meu orgulho e fazer o que vim para fazer.

Yukhei está sentado no sofá, com um cigarro aceso entre os dedos e com o olhar distante. No nariz há um tipo de curativo, provavelmente fruto da agressão de Ten, que quebrou seu nariz. Fico admirado com a coragem do tailandês em ter feito isso.

Wong finalmente olha para mim e, sem sorrir, faz um gesto com a mão para me aproximar. Quase lentamente, o obedeço, me sentando ao seu lado no sofá de cor azul claro. Ficamos uns segundos sem falar um com o outro, o que é constrangedor. Eu sabia que iria esperar ele dizer algo primeiro, mas aparentemente, Yukhei espera o mesmo de mim.

Tomo coragem:

— Olha, eu...

— Você tinha me prometido que não iria fugir, Lee Taeyong — prometi? — Estou chateado.

Como se eu me importasse com isso. Todavia, tenho que fingir que me importo.

— Eu sinto muito, mas eu não...

— Se for falar que você não escolheu fugir e foi sequestrado, nem perca seu tempo. Eu sei que você foi por livre e espontânea vontade.

Ergo as sobrancelhas.

— "Livre e espontânea vontade" é um termo forte. O que importa é que... — penso bem no que vou falar — eu me arrependi.

— Hum... Se arrependeu?

O Lado Escuro do Sol - Livro 2 [TAETEN]Onde histórias criam vida. Descubra agora