Love sea [novel pt]

Capítulo 26 - Um canalha disfarçado de pai

Nos momentos em que o céu estava adornado com estrelas cintilantes, ainda que seu brilho fosse ofuscado pelas luzes artificiais no chão, dois jovens estavam aninhados juntos em um sofá luxuoso no meio de um apartamento caro. Um deles havia adormecido, exausto mas contente por ter concluído seu trabalho, enquanto o outro permanecia acordado, olhos abertos, encarando o teto fraco, imerso em pensamentos. Os eventos da noite permaneciam vívidos em sua memória.

A conversa com Jak... o pai da pessoa em seu abraço.

Os olhos de Mahasamut desceram para o belo perfil ao seu lado, traçando das sobrancelhas arqueadas até os cílios espessos repousando contra a pele clara. Seus dedos não resistiram ao impulso de acariciar suavemente a bochecha macia.

Mahasamut estava certo... Ele nunca tinha visto alguém tão bonito em sua vida.

Alguém que era tanto bonito quanto bonito ao mesmo tempo, alguém que parecia ter nascido com tudo, mas também alguém que enfrentou traumas pesados assim como ele.

Sua mão se fechou tão firmemente que as veias eram visíveis.

Se Mahasamut quisesse socar alguém agora, seria aquele bastardo...

Em uma cafeteria não muito longe de uma prestigiada escola particular, Mahasamut estava frente a frente com um homem de meia-idade e bonito, tomando café com um sorriso. Não muito longe dali, Meena, que insistiu em vir junto, estava abraçada ao seu copo de sorvete, os olhos fixos nos dois homens.

Jak pousou sua xícara de café e perguntou casualmente, "Como está?."

"O que você quer dizer? Você pergunta como se nos conhecêssemos," respondeu Mahasamut, sem se incomodar em esconder seu comportamento antipático. Ele não era do tipo que colocava uma cara agradável para alguém que tinha machucado alguém importante para ele.

Enquanto Jak continuava a sorrir, sem mostrar nenhum sinal de descontentamento com o jovem diante dele, o homem de meia- idade repetiu sua pergunta.

"Como é viver com Rak?"

Jak riu alto com a expressão no rosto do jovem.

"Eu sei que você tem vivido com Rak desde que veio da ilha. Vamos lá, eu sou o pai do Rak. É natural para um pai se preocupar com a vida de seu filho, especialmente sobre com quem eles estão namorando ou... quem eles trazem para casa para morar."

Mahasamut permaneceu impassível, mesmo que o homem enfatizasse deliberadamente no final de sua frase que ele era apenas um ninguém que seu filho tinha trazido para casa. Era como se esse pai e filho ainda fossem próximos como se ele fosse um pai profundamente preocupado com seu filho. Enquanto isso, a garota abriu a boca várias vezes, querendo discutir, mas conseguiu se conter bem a tempo.

"Eu não sei se você já ouviu falar de mim, mas julgando pela cara da Meena, você provavelmente ouviu bastante," Jak sorriu para sua neta, que abruptamente desviou os olhos para sua sobremesa. Meena cobriu o rosto com as mãos, sentindo como se seus pensamentos estivessem sendo lidos, e é claro, ela odiava essa sensação mais do que qualquer coisa.

O homem de meia-idade virou-se para encontrar mais uma vez o olhar penetrante de Mahasamut.

"Eu admito que fiz muitas coisas no passado para o Rak, Khwan, ou a mãe dessas duas crianças. Eu fui um marido e pai terrível, e é algo que eu lamento até hoje," Jak revelou um olhar entristecido. Seu rosto bonito parecia imerso em memórias passadas. Então, seus lábios formaram lentamente um sorriso dolorido.

"É uma pena, realmente. Eu gostaria de ter a chance de ver essas duas crianças crescerem e se tornarem adultos, de estar lá no dia em que decidissem fazer algo significativo em suas vidas, de apoiá-los..." disse Jak.