Epílogo

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"Quando te segui de volta, já tinha estabelecido um limite de tempo desde o início, porque de qualquer forma eu não poderia deixar esta ilha."

Tongrak estava na ilha havia duas semanas desde o dia em que chegaram a um entendimento. Neste momento, ele estava sentado em um quiosque dentro do resort, recostado contra uma almofada grossa e macia que descansava em uma cadeira de madeira escura. Seus olhos claros, refletindo a luz do sol e parecendo de tom mel, olhavam para as águas azul-vivas, pensando nas palavras do seu amado.

"Amado" — uma palavra estranha, mas que fazia Tongrak sorrir com uma sensação de calor. Ele tinha seu primeiro e único amor.

As pessoas da família Taksakorakarn eram conhecidas por seu amor duradouro — amando verdadeiramente, por muito tempo e de forma constante, ao ponto de parecerem tolas.

Sua mãe amava seu pai até o ponto da obsessão. Sua irmã se apegava ao seu amor do passado, recusando-se a deixar qualquer outra pessoa se tornar uma nova figura paterna para sua filha. E parecia que o próprio Tongrak não era diferente.

Tongrak pensava com diversão, mas quando seus pensamentos voltavam ao mesmo ponto, a situação deixava de ser engraçada.

Mahasamut não tinha intenção de deixar a ilha.

Tongrak sabia que seu amado prezava profundamente o mar, as praias de areia e esta ilha, e estava determinado a preservar sua beleza natural pelo máximo de tempo possível. Ele amava isso em Mahasamut. Tudo bem, não era um problema insuperável, já que o outro havia dito que voltaria para Bangkok durante a baixa temporada, mas isso não era suficiente para Tongrak.

Tongrak podia escrever romances sobre o amor, mas vivia em um mundo onde relacionamentos à distância não funcionavam.

Quantos de seus amigos haviam terminado enquanto estudavam no exterior, no Canadá? Ou mesmo aqueles que tinham parceiros enquanto estudavam lá acabavam se casando com outra pessoa de volta aqui. Como ele poderia aceitar ficar separado por longos períodos? De jeito nenhum. Felizmente, Tongrak era escritor, uma profissão que ele poderia orgulhosamente declarar que lhe permitia trabalhar de qualquer lugar. Desde que houvesse internet, poderia acompanhar seu trabalho de qualquer lugar.

Então, Tongrak disse que ele também ficaria lá. Isso fez Mahasamut rir alto.

"Não há clínica de beleza aqui, sabia?"

Isso foi o suficiente para fazer o rosto de Tongrak se contorcer. Droga, o amor era uma coisa, mas negligenciar seu autocuidado era simplesmente inaceitável. Ele ainda teria que ir à cidade para assuntos pessoais, sem mencionar lidar com o trabalho em Bangkok. Não vamos esquecer que ele não precisava apenas escrever livros, mas também lidar com documentos, contratos, eventos de livros ou vender direitos para adaptações de séries.

Ah... E não se esqueça do trabalho de tradução, que às vezes exigia reuniões com agências e todas as negociações imobiliárias que sua mãe o fazia gerenciar para aluguéis.

No final, eles concluíram que passariam seis meses na ilha e seis meses em Bangkok.

Mas!

Sim, ainda havia um "mas"... Onde Tongrak ficaria? "Na sua casa."

"Você pode realmente ficar lá?"

"Sim."

"Mesmo?"

Diante do olhar afiado, um pouco arrogante, da pessoa que perguntava, Mahasamut se viu incapaz de argumentar, porque Tongrak, apesar de insistir que podia ficar, sabia que a casa de madeira construída sobre o mar, conectada apenas por uma passarela de concreto, e, o mais importante, sem ar-condicionado — apenas um ventilador — seria difícil para uma pessoa da cidade acostumada ao conforto, como Tongrak.

Love sea [novel pt]Onde histórias criam vida. Descubra agora