Parte 9

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A concentração de Sasuke é sobrehumana e sua crueldade, desumana. Ele tranca todas as portas e quebra os ferrolhos para parecer emperrados. Não é difícil. Seus olhos só enxergam Naruto sendo alvo de ovos e tomates, incrédulo, ainda atormentado pelas fotos e pelos berros. Ele desceu correndo do palco e se escondeu sob uma mesa. Sasuke sai da escola a passos largos e com um chute do sapato, quebrou a ferrugem do tanque da caminhonete de Matt Salles. Olhou para cima, para as janelas, notando os alunos chegando até lá. Olhou para frente - lá vem o velho Tobb fumando cigarro caseiro -, Sasuke correu para a fundos antes de ser visto, onde fica a piscina e os hidrantes da escola. Abriu o único escape da água sob forte pressão - que ele colocou na sala de máquinas -, a piscina, a água foge assustada do olhar vermelho de Sasuke.



-O que Sasuke Uchiha fez para que você odiasse tanto ao ponto de seguí-lo, perseguí-lo e fotografá-lo?

-Eu? Odiar? Não. Não sinto nada por ele, apenas pena por estar no hospital de novo. É a segunda vez este ano. Tomara que morra.

-Por que quer que ele morra?

-Imagina você ser o culpado de tudo de ruim que acontece? Vão culpá-lo pelo fogo só porque o irmão mais velho tocou fogo na casa e nos parentes. - esta é Antonieta Brigham. Apelidada de Tonia Brig. No futuro, será uma jornalista de sucesso e escreverá um livro investigativo sobre aquela noite. E quando descobrir todas as ações que Sasuke tomou para impedir que mais de 200 estudantes fossem carbonizados dentro de um ginásio escolar, sua garganta será cortada e ela será largada num pântano. Terá 48 anos e terá descoberto tarde demais que stalkear Sasuke Uchiha foi seu maior erro. - É melhor que ele não sobreviva.

-Por que fez as fotos?

-Me pagaram 500 por cada uma. 500. Eu preciso da grana para a faculdade. Aceitei. Não sabia que iam expor os caras daquele jeito. Pensei que era só para chantagear Sasuke.

-E por que você tirou fotos de Naruto sendo atacado pelos colegas?

-Porque sou jornalista. Jornalistas contam a verdade. Eu vou mostrar para todo mundo que aquela escola era suja. Já foi tarde.



Devia ser três horas da manhã quando Sasuke saiu da cama para beber água. Tinha 11 anos e vestia pijamas de dinossauro. Não conseguiu dormir porque todas as vezes que fechava os olhos, via seus pais, seus tios e suas tias batendo, socando e pisando em Itachi e Deidara. Descobriram que eles eram um casal e que iriam se casar. Papai e mamãe odiaram, ficaram enfurecidos ao ponto de perder a razão.

Sasuke nunca viu ninguém com tanta raiva na sua vida. Parece que quanto mais batiam neles, mais tinham que bater. Todos se uniram numa roda com vassouras, correntes e cordas para bater, sufocar e descarregar toda a sua ferocidade naqueles dois. Parecia uma represa que se partiu e deixou o ódio fluir.

Ao notar que estava sozinho, o menino pequeno desceu até o porão, onde achou seu irmão e o namorado acorrentados. Sangravam por todo canto. Deidara não se mexia e Itachi olhava para ele fixamente. Sasuke não perguntou, mas sabia que aquele rapaz loiro estava morto - o ódio ao diferente o matou.

Ele trouxe uma toalha e o copo de água, usou-os para lavar o rosto de Itachi, que ainda conseguiu sorriu apático. Depois de uns segundos, Sasuke foi até a mesa de ferramentas, subiu e chegou ao armário alto. A chave das correntes estava lá e do armário proibido do papai também: Sasuke abriu ambos. No armário havia galões de gasolina, armas de fogo, querosene, as revistas pornográficas do papai e as fotos do papai fazendo a "brincadeira feia" com Itachi, na mesma idade de Sasuke.

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