O ambiente permanecia escuro, com todas as janelas fechadas, mas ainda assim, a luz entrava pelas frestas das madeiras imperfeitas. Uma luz fraca, mas que iluminava muito bem o chão onde o garoto estava, os feixes de luz que brilhavam refletindo em seus fios castanhos escuro e parando nas grandes folhas do livro na qual escrevia no chão.
O silencio persistia na casa quase vazia, até que batidas na porta logo são ouvidas. O menino, logo larga a caneta na qual usava na mão, assustado se levanta para atender a porta.
Ao abrir depara-se com um menino de cabelos loiros escuros, com uma aparência ofegante, o que poderia lhe dizer que viera correndo. O menino logo entra e fecha a porta com força, se escorando atrás dela.
—Alder?! O que faz aqui?! — O menino de cabelos castanhos pergunta.
—Bhaylor! Bom dia. — O menino responde, como se ignorasse a atitude que tivera antes.
—O que está fazendo aqui?
—Vim lhe visitar, porque não pode? — Diz, se desencostando da porta e indo em direção ao meio da sala.
—Poder, pode, mas achei estranho a forma que veio.
—São os guardas.
—Guardas?
—É! Rei Darian mandou ficarem de olho em mim, estava cansado daquele castelo, decidi então vir te ver. — Explica, fitando-o com um sorriso.
—Voce fugiu?
—Não usaria esse termo, usaria o termo saí sem ninguém ver e sem falar onde ia.
—Voce é maluco!
—Não me olhe assim, Bhaylor. Voce não sabe como está ruim no castelo. Se você estivesse lá seria melhor.
—Voce não vê? Esse é o motivo de eu não estar lá. Você tem uma esposa na qual deve conhecer e inseri-la na sua vida. É a ela a quem você deve sua atenção.
—Ela não é minha esposa.
—Mas um dia vai ser.
—Eu não vim aqui para falar sobre isso...
—Voce não pode fugir para sempre.
—Mas posso fugir até o último momento.
Bhaylor apenas o olha, como se reprendesse a ideia, mas não fazia questão de falar dela agora.
—Como está a vida aqui? — Pergunta Alder.
—Vai bem. Magnus é legal, estamos nos dando bem, sendo que, mesmo assim, ele não passa muito tempo em casa como pode perceber.
—Ele não era um guarda aposentado?
—Ele é, mas podem tirar o trabalho dele, mas não ele do trabalho, — Explica com uma pequena risada — Ele gosta daquilo e isso que ele faz mesmo não precisando.
—Você fica a maior parte do tempo sozinho aqui?
—É, mas não é tão ruim se for isso que pensa. Ele me conta histórias quando chega.
—Histórias? — Pergunta finalmente observando o livro no chão.
—Sim! Histórias incríveis! Esses dias eu me falo sobre deusas.
—Deusas?
—Sim! E tanta coisa impressionante, —Bhaylor começa a falar mais entusiasmado — que eu decidi! Eu quero ser um mestre, estudarei sobre as deusas, falarei sobre elas, estudarei sobre as histórias, sobre tudo que tiver, e tudo que ainda não tem. Tipo, eu estudaria e quem sab...
—Bhaylor!
O menino o olha.
—Como assim?!? — Continua Alder —Mestre?!
—É...
—Mas... — Alder parecia não entender isso.
—Eu seria apenas um mestre, estudaria e escreveria livros, apenas isso.
—Apenas estudar e escrever livros? —Pergunta ainda com incerteza.
—Sim — Responde Bhaylor — Somente isso.
—Mestres nunca tem um final bom.
—Mestres religiosos, não têm um final bom. Eu apenas serei um mestre de conhecimento, não me envolverei nessas coisas.
—Eu confio em você então — Diz se sentando no chão. — O que exatamente está escrevendo?
Bhaylor então se senta junto.
—Eu falei sobre mim. Olhando alguns livros de alguns mestres que ele tem, eu percebi que todos falam sobre ele primeiro e foi o que eu fiz — Diz, pegando o livro e abrindo onde tinha falado sobre ele. — Aqui, aqui falei sobre mim, sobre minha vida.
Alder então pega o livro e olha a escrita na qual estava na página inteira, sendo que logo no final algo faz o menino questionar.
—O seu nome, por que mudou?
Bhaylor hesita em responder, permanecendo em silêncio.
—Seu nome é Bhaylor Crospsby. Por que assinou como Bhaylor Sidereum? Da onde veio esse Sidereum?
—Eu vi em um livro... que significa estrelado. Achei legal usar como sobrenome.
—Por que não usou o da sua família?
—Eu não tenho família, Alder. Não considero eles minha família e não continuarei ela, criaria a minha própria Sidereum.
—Não parece tão ruim, Bhaylor Sidereum — Diz com uma risada — Posso me acostumar. O que tem na outra página? — Diz, a virando.
—Sobres as deusas, foi a primeira história que Magnus me falou, Thymoria e Vennlighet. Hoje ele disse que me contaria uma nova hoje quando chegar.
—E você escreverá sobre ela?
—Sim, escreverei até saber o máximo que sempre quis.
Os dois dão uma pequena risada.
—Sabe, sinto falta de como era antes...Eu queria que nada tivesse mudado.
—Talvez seja uma mudança boa
—Eu discordo. — Diz cabisbaixo.
—Voce só vai saber se espera. — Toca em seu braço como um ato de apoio.
—Se voce tivesse lá, seria mais fac...
—Bhaylor, cheguei — Diz Magnus abrindo a porta e vendo oa dois garoto ali. — Príncipe Alder? Não sabia da sua presença aqui. — Faz uma simples referência.
Bhaylor discretamente desencosta do amigo.
—Ele só veio passar um tempo. — Explica Bhaylor.
—Aqui não é um lugar apropriado para um príncipe.
—Não se preocupe eu já estou de saída — Diz Alder, levantando. — É melhor voltar mesmo.
Bhaylor levanta logo em seguida.
—Posso pedir a carruagem para você, majestade.
—Eu posso ir andando, obrigado. — Ele anda em direção à porta, mad antes vira — Podemos nos ver de novo?
—Podemos — Responde Bhaylor com um sorriso.
O garoto então sai e a porta se fecha.
—O garoto é bem seu amigo. — Diz Magnus.
—Nos conhecemos a um bom tempo.
—Eu terei que me preocupar com as visitas dele?
—Imagino que não.
—Melhor assim. Pegue os papais do chão, irei me arrumar e te contarei a história que te prometi.
Bhaylor sorri ao ouvir a notícia e logo começa a catar os papeis.
—A história de hoje é será, como posso dizer? Uma fera vingativo, talvez? — Fala rindo e indo para seu cômodo se arrumar.
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Contos e Histórias Emperianos
FantasíaDo mesmo universo de "Emperys a origem" Em "Contos e Histórias Emperianos," siga Bhaylor, um jovem que supera seu passado doloroso para se tornar um sábio mestre. Ele narra as lendas mágicas, as façanhas dos grandes heróis, e os segredos das deusas...