Você se lembra de como era viver cada minuto intensamente? Na adolescência tudo é motivo de desespero e aflição, essa é a visão de Alissa, uma menina de 13 anos com uma família bem complicada.
*Essa é uma história de romance adolescente*
Terceira ida ao banheiro, tudo graças a porcaria da comida de avião, por que eu estou em um? Ah, nem eu sei direito, só sei que nada faz sentido nesse momento, não sei o que sentir e nem o que falar para a minha mãe no acento ao lado; mas eu também reclamo demais, pelo menos ela comprou um acento na janela e um pacote de chiclete de menta, além de que da pra ver filme e escutar música!
*DE MANHÃ-antes disso*
Acordei com o sol entrando pela janela e refletindo em meu rosto, a vista seria linda se 10 malas não estivessem cobrindo o chão do meu quarto! Me levanto e tento pisar cuidadosamente na bagagem até chegar á porta
- Ô MÃEEEEEEEEEEEEEEEE porque tem um monte de mala no meu quarto?
Quando finalmente alçando a saída, vejo meus pais sentados no sofá, eles pareciam bem sérios e minha mãe vestia uma roupa... de... de Vitória?
-mãe, porque você está usando isso? Essa velharia tá á um século pegando poeira
Isso tinha cheiro de problema, será que ela tinha visto meu histórico de pesquisas? Ou será que foram as minhas Playlists? Me juntei a eles no sofá e vi um papelzinho em cima da mesa, ele me chamou atenção assim que bati o olho.
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Se passavam mil e uma coisas na minha mente, mais praticamente todas elas podem ser resumidas em uma só: como vão ser as nossas vidas a partir de agora? Fiquei encarando o papel enquanto todas as palavras que eu lia dançavam desordenada na minha cabeça -regras gerais, escritura pública, repartição conjugar... Sem perceber, comecei a sussurrar as palavras da papelada aleatoriamente
-filha, eu sei que é muito repentino, mais eu e seu pai achamos que era a melhor coisa a se fazer
Eu segurei as lágrimas naquele momento, mais eu sabia que meus olhos estavam quase transbordando
-e... e para onde o papai vai? -eu vou ficar aqui querida... -ah, que bom então Comento aliviada -filha... mas... eu vou em bora, e você também, meu amor Mamãe pontua, retomando minha angústia -como assim? Para onde nós vamos? Quando nós vamos? -calma Alissa! Mamãe usou aquele tom autoritário, mas como ela quer que eu fique calma com todas essas bombas jogadas de uma só vez? -vamos para Vitória novamente! Vai ser bom para você querida, vai ver os velhos amigos.
Ela realmente pensa que eu ainda falo com algum daqueles "amigos", nem sei como eles estão hoje em dia. Antes que eu pudesse responder, Giulia abre a porta esfregando o olho -que gritaria é essa gente, é sábado, eu tenho o direito de dormir Ela finalmente percebe a papelada em cima da mesinha e cai de joelhos no chão. -eu... EU QUERO FICAR COM O MEU PAI! O único ruído que impedia um silêncio constrangedor eram os gemidos de Giulia. -tudo bem, eu resolvo isso por aqui, mais vocês tem que ir pro aeroporto, o voo é daqui a 3 horas! Papai aponta para o relógio, que marcava 13:30 -vamos viajar hoje? DAQUI A 3 HORAS?
E foi isso que aconteceu, agora eu estou em um avião assistindo filme, mascando chiclete e escutando música, como? Eu também não sei, só queria poder deletar tudo isso da minha mente e ter a minha vida antiga em São Paulo com o meu pai e minha irmãzinha, que eu não devo ver tão cedo...
Mas talvez não seja tão ruim assim voltar para vitória, eu lembro que era bem divertido quando eu morava lá, as praias eram lindas e ainda fazia um friozinho de vez enquando, eu acho que a única coisa que me faltava era a minha família... espera, ONDE EU VOU MORAR SE A MINHA FAMÍLIA ME ODEIA? Imediatamente pensei em perguntar pra minha mãe se ela já tinha falado com alguém, mas quando olhei pro lado ela estava no décimo sono; ah quer saber, seja o que Deus quiser! Eu não tenho nada a perder mesmo.
*ALGUM TEMPO DEPOIS*
Foram as 2 horas mais demoradas da minha vida! Mas finalmente chegamos em Vitória.
