Awkward | Sevmione

Capítulo 9: Parceiros no crime

Dizer que ela estava enojada seria dizer o mínimo. A aparição paralela era muito menos nauseante do que a sensação daqueles dedos longos, frios e finos percorrendo suas nádegas, e isso dizia alguma coisa. A saída do salão de baile dos Malfoy foi um borrão, sua mente muito chocada e horrorizada com o que havia experimentado, mas ela se lembrava claramente do olhar preocupado no rosto de Draco enquanto ele murmurava: "Você está bem?"

Ela balançou a cabeça e deu de ombros ao mesmo tempo, e Draco estremeceu, sua testa pálida franzindo. O ar fresco e frio lá fora foi um breve alívio, mas para acompanhar as longas pernas de Severus, ela quase teve que correr ao lado dele, e então o redemoinho e a torção repugnantes tomaram conta dela. Agora, ela foi cuspida em um lugar desconhecido.

Severus a puxou por um quintal de aparência desalinhada em direção a uma pequena e decrépita casa de tijolos, e ela sentiu um formigamento ao seu redor quando ele abriu a porta e a conduziu para dentro.

A casa estava fria e escura, e o ar viciado, como se ninguém estivesse lá dentro há meses. Severus murmurou algo baixinho, as luzes foram acesas e um pequeno vendaval de ar fresco entrou pela porta, soprando ao redor deles, fazendo suas vestes balançarem e expulsando todo o ar mofado e viciado.

"Bem-vinda a Spinner's End", disse ele, encolhendo os ombros enquanto olhava ao redor na cozinha estreita e empoeirada. Um movimento de sua varinha fez uma chaleira sair de um armário, um "Augamenti" sussurrado encheu a chaleira e em segundos ela estava fervendo. Seu marido alto vasculhou os armários, encontrando canecas e chá, antes de dizer: "Sem creme ou açúcar. Você ainda deveria tomar uma xícara de chá para se acalmar." Dando-lhe uma caneca com chá bem quente, ele fez sinal para que ela o seguisse para dentro da sala, um movimento de seus dedos criando um fogo crepitante na lareira.

"Sente-se", ele ordenou, e ela afundou no sofá, as molas rangendo quando o peso dele se acomodou ao lado dela.

Ela não disse uma palavra desde antes de eles saírem da mansão Malfoy, sentindo como se tivesse ficado muda com o choque. Olhando ao redor, ela viu que as paredes estavam cobertas de estantes de livros, gemendo sob o peso dos volumes pesados. Em qualquer outro momento ela teria ficado encantada, mas agora... Não, havia algo errado com ela. Ela não conseguia reunir nenhum interesse nesses livros. Era como se ela... estivesse trancada... dentro de si mesma.

Severus respirou fundo e disse: "Isso foi para o inferno."

Sacudindo-se, para se livrar do estupor, ela soltou uma risada curta e sem humor, respondendo com um coaxar: "Você pode dizer isso de novo."

"Ele te machucou?"

"Não", ela disse brevemente. Na verdade, Voldemort não fez nada disso, apenas acariciou suas nádegas, apertando antes de separar suas bochechas de uma forma bastante assustadora. Ela se sentiu tão assustada, tão humilhada e com muita raiva. Então... violada.

Seu marido murmurou: "Eu vou matar Albus Dumbledore por fazer você passar por isso. A ideia dele de protegê-la contra os Comensais da Morte funcionou muito bem, pois todos eles ficarão longe de você. Exceto que funcionou pelos motivos errados."

Bufando, ela disse: "Eu vou te ajudar". Inclinando a cabeça, ela perguntou: "Você acha que o plano original dele teria funcionado? Quero dizer, eles teriam ficado longe de mim por causa do casamento?"

Suspirando, ele disse brevemente: "Sim".

"Porque..." ela cutucou, sua curiosidade a estimulando.

Dando-lhe um olhar irritado, ele quase rosnou: "Porque todos eles têm medo de mim. Tenho certeza que você pode entender o porquê depois desta noite. Exceto Bella, é claro. E agora, você se tornou sua inimiga mortal porque seu precioso mestre está... interessado."