Awkward | Sevmione

Capítulo 7: Trégua

"Não jogue os crisopídeos na bebida, garota! Coloque-os no redemoinho, gentilmente, como se estivessem flutuando em seu caldeirão". A voz dele era decididamente condescendente, mas ainda estava muito longe das duras críticas feitas em sua sala de aula, pensou ela.

Ela estava praticando a Poção Volubilis, pois Slughorn lhe dera um chocante 'Excede as Expectativas' tanto na redação quanto na sessão de preparação. O velho feiticeiro cacarejou quando olhou para ela, balançando um dedo de advertência em seu rosto ao dizer: "Minha querida, não se esforce demais. Você parece um pouco cansada ultimamente". Hermione cerrou os dentes, deu um sorriso forçado para Slughorn e voltou para os aposentos do marido para reclamar, acabando por exigir uma aula particular.

Aparentemente preocupado com a possibilidade de que ela destruísse ou quebrasse alguma coisa, Severus acabará permitindo que ela fizesse a fermentação em seu laboratório particular, embora apenas sob sua estrita supervisão. O laboratório era imaculado, impecável, sem um grão de poeira, limpo como só a magia poderia fazê-lo, e continha uma vasta gama de caldeirões diferentes, varetas de agitação, prateleiras com ingredientes raros e cinco lareiras de pedra de lava elevada para colocar os caldeirões. Estava escuro, como o resto da masmorra, mas muito quente com o calor de seu fogo mágico. Em uma prateleira próxima, o escaravelho-Skeeter estava agachado em seu frasco, olhando para Hermione, com as mandíbulas estalando impacientemente.

E aqui estava ele, debruçado sobre o caldeirão, com seus olhos afiados encontrando falhas em tudo, desde a forma como ela manuseava os ingredientes até a técnica de agitação e a temperatura do fogo.

Suspirando, ela se corrigiu, colocando o restante do lacewing no caldeirão. Ele bufou levemente e recuou alguns passos, cruzando os braços sobre o peito largo.

"Agora, deixe ferver por doze minutos, mas abaixe um pouco o fogo. Está muito quente."

Ela fez o que ele disse, olhando rapidamente para ele. Será que ele estava brincando com ela com toda essa confusão e crítica? Ele certamente parecia estar de bom humor, pensou ela com azedume, antes de perguntar: "Como é que eu passei em poções, senhor, se tudo o que eu faço aparentemente está errado?" Definitivamente, ele estava brincando com ela, porque agora estava sorrindo, aquele bruxo tolo.

"Ah, aí está a diferença entre as aulas particulares comigo e uma classe", disse ele, com a diversão praticamente escorrendo da língua. "Você recebe toda a minha atenção e eu tenho tempo e oportunidade para ajudá-la a fazer uma poção perfeita."

"Eu pensei que sabia essas coisas", ela murmurou mal-humorada, e ele bufou.

"Você é adequada, mas não está à altura de um Aprendiz de Poção".

Seu humor se deteriorou ainda mais, com as sobrancelhas franzidas, e ela resmungou: "Suponho que nunca estarei, agora".

Ele lhe lançou um olhar exasperado, com a boca afinada, antes de lançar um feitiço de Imobilização em seu caldeirão.

"Ei, eu não tinha terminado...", ela começou com raiva, mas ele a interrompeu rudemente, quase rosnando:

"Eu sei que você não terminou, garota, sou um mestre de Poções e posso ver claramente a diferença entre uma poção terminada e uma inacabada. Agora, ouça-me, garota, e então poderá continuar a preparar a sua poção."

Com uma carranca para ele - aquele que havia plantado sua semente em sua barriga, fazendo com que seus NIEMs fossem para o inferno, efetivamente prejudicando sua carreira e seus planos futuros - ela se recostou no balcão, esperando que ele falasse, batendo o pé impacientemente.

Ele a encarou com um olhar vazio e inexpressivo, que ela havia aprendido que era uma máscara que escondia seus sentimentos e emoções. Eles estavam lá, enterrados sob aquele exterior frio, aquelas emoções fortes, borbulhando sob a superfície, seu controle de ferro sobre a mente mantendo tudo dentro, como um caldeirão contendo uma bebida fervente. Exceto quando tudo explodia, isso sim.