❄️ [𝟎𝟎] O PACTO DE GELO E FOGO.

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NO DISTANTE E PEDREGOSO NORTE, onde os ventos eram gélidos e tornavam o ar mais denso, doendo até os pulmões daqueles que não estavam acostumados com tal clima, a doença rastejava-se pela neve, pronta para se infiltrar nas casas dos mais frágeis

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NO DISTANTE E PEDREGOSO NORTE, onde os ventos eram gélidos e tornavam o ar mais denso, doendo até os pulmões daqueles que não estavam acostumados com tal clima, a doença rastejava-se pela neve, pronta para se infiltrar nas casas dos mais frágeis. Foi essa doença que ceifou a vida da primeira esposa do atual Senhor do Norte, Lorde Cregan Stark. A senhora Arra Norrey deixou o mundo com um sorriso no rosto, sentindo que havia cumprido seu destino e aceitando abraçar o Estranho. Mas não apenas isso: a mulher também deixou um pequeno fruto de seu amor com o Senhor de Winterfell, uma criança que o homem nomeou de Rickon Stark, em homenagem a seu próprio pai.

À medida que as luas passavam e o menino Rickon crescia cada vez mais, Cregan, com o apoio dos senhores de seu próprio conselho, decidiu tomar uma nova esposa. Sem dúvidas, a língua afiada e a bravura que Alysanne Blackwood trazia em suas veias não passaram despercebidas por ele, e o homem logo se viu cativado e completamente apaixonado pela donzela. A jovem guerreira, magra e de longas madeixas negras como o manto da escuridão, conseguiu facilmente derreter o duro coração do Lobo do Norte, e eles não tardaram em se unir em matrimônio diante do maior inverno já visto, unindo a Casa Stark e a Casa Blackwood. Conforme o casamento, Alysanne concebeu quatro crianças saudáveis e fortes para Cregan. No entanto, a última criança, que nasceu com a chegada da primavera, veio ao mundo após um parto surpreendentemente difícil e doloroso.

Durante aquele evento, no alto do céu, uma lua cheia brilhava intensamente, iluminando todos os cantos de Winterfell. Cregan Stark andava de um lado para o outro, atormentado pelos gritos de dor de sua esposa. Ele desejava abrir as portas de seus aposentos e ficar ao lado dela, mas fora impedido de tal ato, e aquela demora o deixava cada vez mais angustiado e aflito. Lady Alysanne, por sua vez, suplicava aos Deuses Antigos por sua vida e pediu para que eles tirassem aquela dor que ela carregava. A mulher caminhava pelo cômodo, recusando-se a permitir que a parteira ou qualquer outra pessoa a tocasse.

Alysanne arranhava seu ventre e recitava palavras ofensivas, implorando para que a criança deixasse seu corpo. A dor era quase insuportável, beirando todos os limites do que ela podia suportar. Até que, em meio à agonia e ao desespero, ouviu algo surpreendente, embora não impossível: o uivo de um lobo atravessou seus ouvidos com rapidez. Ela afirmava que o som era tão alto quanto doloroso, como se o animal compartilhasse de sua dor, de seu desespero, e quisesse de alguma forma se comunicar com ela ou com o que estava dentro de si, sua criança.

FLAMES IN WINTER. ❦ ﹙LUCERYS VELARYON﹚Onde histórias criam vida. Descubra agora