Six

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Mavilyn não era uma pessoa maleável, mas mudar de revista repentinamente era algo totalmente diferente. Tudo ali era díspar, começando pelo facto dela escrever em uma revista que fala sobre poluição do ar, aquecimento global, chuva ácida, efeito estufa e mudanças climáticas. As vezes ela sentia uma pequena compunção, mas não era por ela ter se tornado bastante célebre, a compunção deve-se ao facto dela sempre estar a ser enaltecida pelos seus colegas e pela sua chefe, mesmo que ela retarda-se a entregar qualquer projecto e mesmo com a falta de criatividade, todo mundo a enaltecia. Mas ela não estava pronta para conviver com tudo aquilo, com todo mundo sendo benevolente com ela, era um sentimento que ela não conseguia ilustrar. Além disso, ela sempre gesticulava-se o por que de uma editora tão celebre querer coligar com alguém tão pachorrenta como ela.

Já faziam muitos dias que Mavilyn não visitava a livraria Amnsal, tanto que ela não reconheceu a viela.

Quando Mavilyn entrou na livraria, ela não conseguiu ignorar a desordem a sua volta. Alguns livros estavam disseminados pelo chão, pelas mesas e pelas prateleiras.

A livraria não havia sofrido nenhuma alteração, além dos adornos que foram adicionados.

Jesse estava a trabalhar na
Livraria sozinho e mesmo estando no meio de algo insolúvel, Jesse continuava com sua vivacidade habitual.

Mavilyn quis ser benevolente e perguntou se poderia ajudar, Jesse não poderia
repeli-la, pois existiam diversos livros para organizar e ele não conseguiria fazer tudo aquilo sozinho.

Eles só conseguiram terminar o trabalho quando estava sombreado, Mavilyn estava tão exausta que poderia jurar ter visto várias sósias de Jesse.

Jesse e Mavilyn sentaram-se em uma mesa da livraria, Mavilyn fazia vincos em um guardanapo qualquer e Jesse a observava discretamente. Não demorou muito para Mavilyn perceber que está a ser observada.

- O que houve?- Ela inquiri, reprimindo um sorriso.

O esgar assustado que Jesse tem fez Mavilyn rir.

- Mavi, eu posso fazer uma pergunta? - Jesse pergunta.

Mavi balança a cabeça positivamente.

- Onde você encontra inspiração para escrever.- Jesse pergunta com o intento de saber mais sobre Mavilyn.

- Na verdade, eu não escrevo coisas sentimentais ou românticas, então, eu não preciso me inspirar em algo ou alguém.- A pausa que Mavilyn deu foi tão espaçada que por um momento Jesse havia pensado que ela havia terminado de falar.- Eu escrevo sobre assuntos que podem ser encontrados facilmente na internet ou em qualquer lugar, então eu não sou praticamente uma escritora, eu não escrevo sobre minhas próprias obras.

As palavras de Mavilyn fizeram Jesse emudecer por um longo tempo.

- Você já pensou em escrever alguma obra da sua própria autoria ?- Jesse pergunta.

- Não. E você, Qual é o seu maior sonho? - Mavilyn pergunta de forma lacônica.

- Eu sempre gostei de fotografar, mas parece que vivemos em um flagelo que nos impede de ser feliz.

Vivemos em uma cidade que nem sequer aparece na Televisão, ninguém tem chance de se tornar famoso, nem mesmo eu. - Mavilyn diz amuada.

- Você precisa encontrar a felicidade em empregos que possuem preeminência ou em cidades grandes e vistosas.

Mavilyn deu uma risada, que soou mais como um suspiro.

Um lampejo surgiu quando Jesse debruçou-se na direção de Mavilyn. Não havia entrave que os impedisse de se aproximar e Jesse nem precisou alicia-la.

Quando os lábios de Jesse incidiram nos de Mavilyn, ela não se sentia preparada para aquilo.

Querido e desolado amor Onde histórias criam vida. Descubra agora