Fragmentos de um Enigma

40 6 4
                                    

*Jennie POV

Acordei na manhã seguinte com os olhos pesados e o corpo ainda mais cansado do que quando fui dormir. A noite havia sido longa e repleta de perturbação por causa do pesadelo que tive e dos questionamentos sobre o aviso, que até agora não consigo entender. O aviso que a pessoa enigmática ressaltou me atormentava. Que história é essa de eu seguir em frente e esquecer o passado? Que passado é esse que eu não posso saber? Passei a noite toda tentando entender e só obtive frustração.

"Ah, não aguento mais isso." Levantei-me da cama com dificuldade, sentindo o peso de cada movimento. Hoje não é meu dia. Sinceramente, acho que estou ficando doida.

Eu sabia que precisava ir à escola, mas cada fibra do meu ser queria ficar em casa, evitar enfrentar a realidade e os enigmas que pareciam crescer a cada dia. No entanto, cedi à rotina, como sempre fazia, e comecei a me preparar. Tomei um banho demorado, na esperança de que a água quente aliviasse um pouco da tensão em meus músculos. Vesti minha roupa e desci as escadas em silêncio, sem fazer qualquer tentativa de chamar a atenção do meu pai. Ele, como de costume, já estava imerso em seu trabalho na sala de estar, e eu sabia que nossa troca de palavras seria mínima.

Saí de casa e fui recebida pelo ar fresco da manhã. O céu estava limpo, com um azul brilhante que contrastava com meu humor sombrio. O caminho para a escola parecia mais longo do que o normal, meus pensamentos um redemoinho de dúvidas e lembranças. O enigma, a ausência de minha mãe, os sonhos inquietantes - tudo se misturava em minha mente, tornando impossível encontrar qualquer tipo de clareza.

Quando finalmente cheguei à escola, respirei fundo, tentando me preparar para o dia que tinha pela frente. Entrei no corredor e fui em direção ao meu armário, onde guardei meus livros com movimentos mecânicos. O corredor estava cheio de alunos conversando e rindo, mas eu me sentia como uma ilha, isolada e distante de todos ao meu redor.

Foi então que a vi.

Jisoo estava no final do corredor, rodeada por suas amigas. Seu riso era como uma melodia que cortava o ruído ambiente e, por um momento, meu coração acelerou. Observei-a por um breve segundo, mas rapidamente desviei o olhar, fingindo uma indiferença que estava longe de ser real. Fiquei parada ali, incapaz de me mover, até que me obriguei a seguir em frente e entrei na sala de aula.

O ambiente familiar da sala de aula era uma espécie de refúgio, um lugar onde eu podia, pelo menos temporariamente, ficar tranquila sem as pessoas me encarando. Sentei-me no meu lugar habitual, perto da janela, onde podia olhar para fora e perder-me nas vistas da natureza, numa tentativa de acalmar a tempestade que rugia em meu interior.

Os minutos passaram lentamente enquanto a sala começava a se encher de alunos. O professor entrou logo depois, iniciando a aula com um sorriso que eu mal consegui retribuir. Meus pensamentos voltaram-se para Jisoo, e eu me perguntei por que sua presença tinha um efeito tão poderoso sobre mim. Havia algo nela que me fazia sentir como se estivesse à beira de uma revelação importante, algo que eu ainda não conseguia compreender completamente.

Concentrei-me nas palavras do professor, tentando absorver o conteúdo da aula, mas minha mente continuava a vagar. As lembranças da noite anterior, os sonhos perturbadores e a figura enigmática do pesadelo preenchiam meus pensamentos. Questionava-me incessantemente sobre o significado das palavras daquela figura misteriosa nos meus sonhos. O que a figura enigmática queria dizer com "seguir em frente"? O que estava tentando comunicar para mim?

A aula prosseguia, mas eu me sentia desconectada, como se estivesse apenas passando pelas ações sem realmente estar presente. Tudo parecia surreal, como se eu estivesse vivendo em dois mundos diferentes ao mesmo tempo - o mundo visível e o mundo das sombras e segredos.

AMOR ÉPICOOnde histórias criam vida. Descubra agora