01| Borboleta. A criação do caos...

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Oiii, como estão? Turo bom?

Neste capítulo começa a jornada da história do passado do Jimin, vai ser contado cada pedacinho da sua vida e o seu passado o Jk.

Não se esqueçam da estrelinha e não se contenham em comentar horrores!

Boa leitura!

ᵔᴗᵔ 

2013, Jeju-do

O início de um dos ciclos mais marcantes da minha vida aconteceu quando eu tinha cinco anos, no dia em que me perdi dos meus pais biológicos. O que era para ser apenas uma viagem de verão para a ilha de Jeju-do tornou-se a compreensão do porquê de meus progenitores sempre dizerem que eu devia tomar cuidado e me manter perto deles sempre que saíssemos de casa.

Éramos uma família ativa que gostava de viajar pelo país. Meu pai, um chef com um restaurante recém-inaugurado no centro de Seul, apreciava visitar novas regiões nacionais para aperfeiçoar seu conhecimento sobre a gastronomia tradicional.

Recordo-me com perfeição de uma dessas tardes em que visitamos um ponto turístico da ilha por puro capricho da minha mãe: duas árvores que haviam se curvado ao longo dos anos e criado o formato de um coração. Essas árvores passaram a ser conhecidas como a "árvore do amor", onde os casais gostavam de pendurar seus desejos, esperando que um dia se concretizassem.

Eu, como uma criança que ainda nem conhecia o significado da palavra amor, não poderia estar mais desinteressado por tal conjunto de árvores. Então, uma borboleta azul e branca que passou por mim foi capaz de roubar minha atenção com extrema facilidade. Com um pensamento inocente, pensei que seria uma ótima ideia perseguir o pequeno animal voador com a intenção de descobrir onde era sua casa, na esperança de encontrar mais seres como ela.

Porém, minutos depois, acabei por perder a borboleta de vista, assim como meus pais. Minha primeira reação foi chorar assim que percebi que estava perdido. No entanto, mesmo com as lágrimas banhando meus olhos como marés em uma noite de tempestade, em vez de permanecer no mesmo lugar aguardando por ajuda, como me havia sido ensinado, fiz exatamente o contrário. Afinal, sempre fui uma criança independente que gostava de resolver tudo sozinha. Impulsivo seria um ótimo adjetivo para me descrever até os dias atuais.

Durante a caminhada, que durou mais do que o caminho que havia feito inicialmente, entre árvores beijadas pela brisa do fim de tarde, encontrei uma fazenda. Do lado de dentro da cerca amarela, desgastada pelo tempo e pela falta de reparação, avistei galinhas, cabras e ovelhas. Era a primeira vez que via animais de fazenda além dos livros didáticos da escola, pois, independentemente de todas as viagens que fazia com meus pais, uma fazenda nunca foi o destino principal.

Fiquei ali, olhando os animais, até começar a anoitecer, sendo o céu de uma mistura de vermelho, amarelo e laranja minha única companhia. Porém, ao escutar um motor de carro se aproximando, avistei uma carrinha velha e enferrujada estacionar ao lado do portão onde eu estava empoleirado para poder espreitar os animais com mais facilidade.

Foi nesse início de noite, quando o sol se despedia e dava as boas-vindas à sua amada lua, que conheci as pessoas que por muitos anos chamei de pais. Shin Tae Ho e Shin Min Hee eram os nomes dos adultos de cinquenta anos na época. Um casal sem filhos, apenas eles e seus animais.

Os quatro pares de olhos me encararam com certa relutância e confusão, afinal, não era para menos, havia uma criança desconhecida em frente à casa deles. Lembro-me de como os olhos doces da senhora Shin me encararam e da forma como ela sorriu ao se abaixar para ficar na minha altura. Era compaixão o que aquelas orbes sinceras transmitiam.

Dez Anos Amando Você | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora