Capítulo 1| Querido Jack

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Era clima de outono e eu, princesa Safira, tinha mais missões a cumprir como futura rainha. Acordei com um dos guardas me chamando para o café, pois meus pais já estavam à mesa.

Me arrumei rápido – meus pais odiavam que eu me atrasasse para compromissos ou até mesmo para o café da manhã. Cheguei à mesa envergonhada e com medo de que começassem a falar no meu ouvido, mas eles agiam normalmente comigo. Era estranho eles ignorarem isso, já que sempre brigavam quando eu me atrasava. Estava claro que estavam escondendo alguma coisa.

– Bom dia, Safira.

– Bom dia, papai. – Engulo seco.

– Dormiu bem esta noite? – Ele pergunta enquanto pega uvas que estavam na mesa.

– S-sim, papai. – Digo nervosa. – E você, mamãe, está bem?

– Estou sim, Safira, mas você não parece estar bem, não é mesmo? – A rainha me olha profundamente.

– Eu estou bem, mamãe, licença... – Me levanto lentamente da cadeira, mas a rainha me interrompe, me deixando em choque.

– O que você anda fazendo saindo do castelo de madrugada, Safira? – A rainha se levanta e vem em minha direção.

– Eu... eu não saio de madrugada, mamãe, licença. – Me viro tentando sair daquela situação, mas a rainha pega meu braço.

– Onde você pensa que vai, mocinha? – Ela me puxa. – Quanto tempo você anda saindo à noite? – A rainha me pressiona.

– Desculpe, mãe, mas eu não saio de casa... – O rei me interrompe.

– Não adianta mentir, Safira. Que atitude horrível! Como você vai ser rainha desse jeito? – Ele se levanta da cadeira. – Que decepção... – Ele vem em minha direção.

– Co-como vocês souberam disso? – Pergunto aflita.

– Oh, meu amor – a rainha gargalha. – Você achou mesmo que ia esconder algo de nós?

– Eu... – abaixo a cabeça.

– Você é uma vergonha para mim, garota. Como uma futura rainha age desse jeito? Você me dá nojo.

– Me desculpe, rainha. – Falo de cabeça baixa, deixando lágrimas descerem pelo meu rosto. – Essas palavras me machucam profundamente.

– Basta! Vá para seu quarto, agora! – O rei fala em tom alto.

– Sim, pai. – Ando em direção ao meu quarto frustrada. – Que absurdo! Como ela pode falar tudo isso com sua própria filha!

– Licença, Alteza.

– Ah, Anne! Que ótimo que você chegou. Posso te fazer uma pergunta?

– Sim, Alteza, faça qualquer pergunta.

– Como meus pais descobriram que eu saía à noite?

– Ah, princesa, foi um dos guardas especiais do rei que viu você saindo pela sua janela.

– Mas como ele me viu? Eu usava touca preta.

Princesa Safira - Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora