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Marina

Já havia passado quase todo o show, ou melhor, o show já estava praticamente no final. Richard me encarou do início ao fim, até pensei que eu era a cantora, não a Karol. Pela setlist, era a última lista, ok, essa é a hora. Encaro Richard e James, e vou andando para qualquer canto afastado dali.

  – Marina — Escuto ele me chamar

Puxo dois banquinhos que tinha ali e me sento. Richard se senta a minha frente, me encarando.

  – Pode começar — Cruzo as pernas

Ele me observa, encarando as minhas pernas.

  – Meu rosto é aqui em cima, Montoya — O aviso, segurando o riso

Richard levanta o olhar, com o rosto vermelho.

  – Quer começar? — Sorrio de lado

  – Olha, eu comecei a me lembrar daquela noite, só me escuta por favor — Richard suplica

  – Pode falar estou te escutando — Cruzo os braços

Quando ela ia começar, alguém nos interrompe.

  – Marina? — Calma, é aquele veterinário

Levanto o meu olhar, mas me sinto estranha olhando assim para ele. Me levanto, com Richard se levantando em seguida, ficando atrás de mim. Calma, qual o nome dele mesmo? 

  – Henrique — Sorrio quadrado

  – Não te esperava ver aqui — Ele sorri

  – O rosto dela é mais em cima — Richard fala

Dou uma cotovelada nele, que resmunga. 

  – Henrique, esse é Richard — Respiro fundo — O meu namorado — Dou um sorriso forçado

O brilho no olhar dele sumiu, e sei que Richard deu uma risadinha, porque senti a sua respiração. Richard estica o mão para ele, que cumprimenta o colombiano. Depois que ele vai embora, me viro para Richard.

  – Então quer dizer que sou seu namorado? — Ele sorri de lado

  – Ah, não enche - Dou uma risada — Ele tava flertando comigo - Dou de ombro

  – Deixa que eu me resolvo com ele — Richard sai da minha frente

  – Ao, vai nada não, aquieta esse fogo ai, sem ciúmes, a gente não tem nada ainda — Puxo ele de volta

  – Oh, ainda é — Richard percebe o que eu falei

Posso me enfiar no fundo da terra? Meu Deus, que ódio.

  – Richard, a gente tem que conversar antes — Digo enquanto sinto ele me puxar pela cintura

  – Vamos deixar para depois hm — Ele começa a beijar o meu rosto

  – Richard — Meu corpo se arrepia

  – Fala mami — Rich fala baixinho

  – A gente realmente precisa conversar — Murmuro

  – Quer ir lá para casa? Pelo menos a gente conversa com mais calma e em um lugar reservado — Ele me olha

Concordo com a cabeça e ele sai na frente, seguro a mão dele, e vou indo atrás, vendo algumas pessoas nos olhando.

Como posso dizer, as coisas saíram um pouco do controle, quando? Nem eu sei, só me encontro agora, prensada na parede do elevador, com Richard me beijando como se fosse o último dia dele na terra. 

Querida Jornalista | Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora