CAPÍTULO 5

29 7 0
                                    

"Aquilo definitivamente não estava nos meus planos, mas o que eu poderia fazer? Pelo menos eu estaria perto de você."


Já havia se passado uma semana, hoje seria o último dia para as inscrições, e todos que planejavam participar já tinham se inscrito para alguma função no teatro, seja para elenco ou bastidores, na verdade a maioria dos alunos estavam se importando mais com a nota que receberiam em sua média.


Sara não havia se inscrito, ela não se importava com essa peça, mas tentava expressar empolgação quando Finn contava sobre a mesma. Ele era um dos que haviam se inscrito, e estava apenas esperando os testes, para ser designado a um papel.


O grupo de quatro pessoas, dois jogadores e duas líderes de torcida, estavam divididos meio a meio. Louis e Lilian queriam participar na atuação, no caso da garota, apenas tentar. Já Jeremy e Camila queriam fazer parte das músicas, usando todas as habilidades que eles haviam adquirido no chuveiro para cantar na peça, fazendo parte da trilha sonora.


A Johnson se manteve em seus próprios pensamentos durante a semana, ela não falava muito com seu grupo, e também não se dava o trabalho de escutar suas conversas, a garota estava mais concentrada em outra coisa. Ela não entendia porque Sara não havia ido falar com ela, e também não entendia porque não conseguia ir até a garota, então ela apenas ficava observando a Belchior de longe nos corredores da escola, criando coragem para ir até a mesma. No fundo, a garota sentia esperança da Belchior fazer parte do teatro.


No momento, Sara estava na biblioteca, passando pelas diversas prateleiras, lotadas por livros de todos os gêneros. Era o horário do intervalo, e às vezes, a Belchior preferia passar esse tempo livre lendo. Isso era algo que ela considerava uma de suas paixões, a leitura.


A garota amava se lembrar de que toda vez que ela se sentava com um livro em suas mãos, e começava a folhear as páginas do mesmo, lendo cada palavra, podia sentir sua mente se prendendo cada vez mais a história, e seus problemas da vida pessoal desapareciam, era como se tudo se apagasse por um instante, e ela vivesse dentro da narrativa de tal história. Uma sensação de liberdade, sem preocupações, sem medos, sem lembranças boas, porém dolorosas de seu passado.


Sara, que bom vê-la aqui, achei que tinha esquecido da biblioteca — a voz tão bem conhecida pela garota chama sua atenção, fazendo se virar, encontrando uma mulher alta, de cabelos grisalhos e olhos azuis, com roupas desleixadas porém elegantes em tons de verde, junto a sua calça jeans branca, e seus diversos acessórios semelhantes aqueles que se vendem em praias.


Eu jamais me esqueceria do único lugar que eu gosto dessa escola a garota cumprimenta a mulher, que sorri simpática.


E de mim? Não se esqueceu de mim não é? — a mulher questiona levantando uma sombrancelha.


Não, como eu poderia esquecer da única pessoa que liga pros meus gostos para livros e me ajuda a encontrar mais histórias? indaga com um sorriso gentil, que a mulher prontamente retribui, colocando a mão no peito em emoção.


Fico lisonjeada seu tom brincalhão arranca uma breve risada da garota, que carregava consigo um livro, que a mulher logo percebe.

"A Biblioteca da Meia-Noite" por Matt Haig? Um livro que te faz repensar muito, te prende de maneiras inexplicáveis. Eh uma ótima escolha — a mulher comenta após ler o título do livro que Sara segurava.



Seria Isso O Amor? (Romance lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora