Prólogo

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"O mundo é o inferno e os homens dividem-se em almas atormentadas e diabos atormentadores" 

Arthur Schopenhauer





Luana

 Alguns anos atrás 

Estava dormindo quando do nada acordo com uns gritos, acabei ficando assustada e com isso me enrolo cada vez mais nos cobertores que me cobriam, mas como defeito sou uma criança muito curiosa decido me levantar e ver o que está acontecendo.

Eu sei que não devia e ia me arrepender de fazer isto mas fazer o quê sou uma criança e sou curiosa e óbvio que eu não ia ficar na cama como se nada estivesse acontecendo. Então decido ir em direção das escadas. 

Assim que chego perto das mesmas, olho para baixo, pois dali dá para ver a sala e a cozinha, e então vejo meu pai agarrando os cabelos da minha mãe, o mesmo tinha uma faca em suas mãos e estava extremamente bêbado, foi o que eu pensei. Eu pensei que ele não fosse fazer nada, afinal ele amava a minha mãe, mas foi aí que eu me enganei.

Minha mãe continuou a chorar e quando eu ia começar a descer as escadas para ir ter com a mesma vi meu pai passar a lâmina da faca no pescoço dela, fazendo jorrar um monte de sangue para cima do mesmo.

Com o susto acabei me desiquilibrando e caindo no chão, fazendo um pouco de barulho, assim que o mesmo ia se virar pra ver o que tinha caído eu me levantei depressa e saí da zona das escadas indo em direção ao meu quarto, o trancando e deitando debaixo das cobertas com os olhos cheios de lágrimas e o peito doendo.

Ele não podia ter feito isso, não podia era a minha mãe. Eu estava paralisada como alguém é capaz de poder fazer isso com a pessoa que ama, eu não entendo, eles sempre foram felizes, sempre pensei ter a família perfeita, mas afinal eu estava errada a família perfeita que eu achava que tinha não existe.

Um tempo depois ouvi a porta da frente fechar com força, sinalizando que ele tinha saído de casa, então corri em direção à sala onde estava o corpo da minha mãe já sem vida. Como a minha mãe tinha uma amiga aqui perto, eu decidi correr para a casa dela e pedir ajuda, mas assim que ia sair pela porta o meu pai entrou contudo apontando uma arma para mim.

Eu gelei ali, ele vai me matar assim como matou a minha mãe, eu pensei em gritar mas assim que eu gritasse o mesmo ia atirar então decidi ficar ali parada, olhei para o mesmo e vi que ele não estava bêbado e aí sim eu fiquei com mais medo.

Pai: Tu vai entrar nessa casa, eu vou ligar para a polícia e dizer que quando cheguei ela já estava morta e tu vai confirmar a história caso tente alguma gracinha você morre entendeu bem.

Ele falou de um modo que estava me deixando cheia de arrepios e concordei, pois não tinha mais o que fazer. O mesmo ligou para a polícia. Assim que a polícia chegou no local o mesmo fingiu estar chorando e diz ele que não sabe quem pode ter feito isso com a pessoa que ele mais amava. 

Como alguém pode ser tão cínico a este ponto, ao ponto de matar alguém e ainda dizer que amava, e algo que eu pelo menos acho, é que quem ama não mata a pessoa que ama né.

Assim que a polícia saiu para investigar ele preparou algumas coisas para o velório e quando chegamos em casa, pois a mesma foi enterrada poucas horas depois de estar na funerária, começou o inferno.

Passei a dormir em um quarto pequeno e com um cheiro horrível, comecei a comer apenas água e pão, só podia tomar banho de dois em dois dias e tinha que deixar a casa toda brilhando, pois senão eu apanhava.

E foi sempre assim a minha vida após a morte da minha mãe, mas ele que não descanse muito porque o que é dele está guardado. E se eu fosse ele dormia com um olho aberto e o outro fechado, pois não sabemos que acidentes podem acontecer durante a noite, não é mesmo.

Eternamente Presa a VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora