- Pai? - Me assustei ao vê-lo.
- Onde você estava? - Ele disse com a voz calma, mas mesmo assim dava para ver que ele estava puto da vida, em nenhum momento ele tirou o jornal de seu rosto.
- E-eu... - Droga, não conseguia dizer nada.
- Fala, Milena. - Ele gritou, atirando o jornal longe e vindo em minha direção. Regina riu. - Você não vai me dizer onde você estava? - Ele perguntava me olhando com certa fúria, chegava a ser doloroso.
- Eu estava.... - Pensei. - Na casa de Nath. - Menti legal, ou será que eu deveria dizer que eu estava me envolvendo com um gangster inconsequente e eu estava na casa dele? Não, esquece.
- Ah, na casa de Nath? - Ele disse ainda desconfiado.
- Óbvio que ela está mentindo, amor. - Regina se pronunciou.
- Cala a boca, vadia. Volta para a sua esquina. - Gritei.
- Olha o respeito, Milena. - Meu pai me repreendeu. - As vezes eu acho que eu fiz algo errado em relação à sua criação. - Ele disse respirando fundo e aquilo me doeu. - Mas enfim, ligue para Nath, quero ver se é verdade. - Droga, fodeu a porra toda. Nath não estava falando comigo, não sei se ela iria me acobertar, não sei nem se ela iria me atender.
Peguei meu celular com as mãos super trêmulas, eu estava mais do que fodida, Oakley nem precisaria se dar o trabalho de me matar, meu pai já faria isso. Ele não tirava os olhos de mim em nenhum momento, apenas esperando eu fazer a tal ligação. Liguei, chamou. Mas só chamava mesmo, ela não me atendia.
- Atendeu? - Ele perguntou.
- Você ouviu algum "alô" ? - O cortei.
Liguei novamente, e ela não atendia, liguei mais uma vez e nada. Amém, Senhor.- Pai, ela deve estar dormindo. Dê um tempo, por favor. - Senti um alívio me percorrer.
- Ligue de novo. - Regina disse, incrível como ela só queria ferrar com a minha vida.
- Não se meta, mas que droga mesmo. - Disse irritada com tudo.
- Ok, Milena... - Meu pai falou. - Eu vou dormir, estou super cansado, mas amanhã é outro dia. - Aquilo soou como uma ameaça.
Deitei em minha cama perdida em pensamentos bons e ruins, eu estava exausta, então adormeci.
Mais um dia que eu não estava nem um pouco a fim de enfrentar. Levantei-me quase caindo de tanto sono, e o pior era que aquela escola era turno integral, eu não merecia tudo isso. Fiz minha higiene, vesti-me, peguei minhas coisas as quais eu lembrei que eu havia deixado em algum lugar da sala no terrível dia anterior. Peguei uma maçã de leve na cozinha, pois eu não havia tempo e nem pique para um café da manhã reforçado. Logo lembre-me que meu carro não estava na garagem, estava com Oakley.
Merda, será que meu pai havia visto?
Claro que havia, até porque ele sempre saía antes de mim, seria mais outra coisa da qual ele me cobraria à noite. Eu desejava não voltar. Mas agora a questão era: como eu iria para a porcaria da escola? Eu só me fodo nessa vida, era impressionante isso, eu poderia ser uma adolescente normal, mas não, parecia que isso não era possível. Depois que eu conheci Oakley tudo virou do avesso, tudo mesmo.
A escola era longe, realmente longe, só de carro dava uns 30 minutos, imagina se eu pegasse um ônibus, chegaria lá em minha formatura. Comecei a caminhar pela rua, pensando numa possibilidade de ir para aquela joça, óbvio que eu ia ter que ir até o apartamento de Oakley e talvez pegar uma carona com ele, era o jeito.
Ouvi o barulho de uma buzina e quase não acreditei quando vi o humilde carro de Oakley.
- Você não acha que vai chegar naquela escola indo a pé, né? - Ele disse sarcástico, como sempre.
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𝐏𝐎𝐒𝐒𝐄𝐒𝐒𝐈𝐕𝐄 - 𝑪𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂𝒍 𝒄𝒆𝒆
Fanfiction"𝘝𝘰𝘤𝘦̂ 𝘦́ 𝘮𝘪𝘯𝘩𝘢 𝘲𝘶𝘦𝘳𝘦𝘯𝘥𝘰 𝘰𝘶 𝘯𝘢̂𝘰, 𝘱𝘰𝘳𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘶 𝘴𝘪𝘮𝘱𝘭𝘦𝘴𝘮𝘦𝘯𝘵𝘦 𝘢𝘯𝘴𝘦𝘪𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘴𝘦𝘫𝘢 𝘢𝘴𝘴𝘪𝘮 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ 𝘯𝘢̃𝘰 𝘵𝘦𝘮 𝘦𝘴𝘤𝘰𝘭𝘩𝘢." - 𝘊𝘦𝘯𝘵𝘳𝘢𝘭 𝘊𝘦𝘦 𝘌 𝘴𝘦 𝘦𝘭𝘢 𝘧𝘰𝘴𝘴𝘦 𝘥𝘦𝘭𝘦? 𝘚𝘰𝘮�...