Capítulo 2

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Dazai andava pela floresta com Atsushi, de vez em quando gostava de ir para lá e ajudar nos afazeres de curupira, ajudar os animais, plantar algumas mudas, cuidar de algumas criaturas e claro, assustar caçadores com intenções malignas.

Mas naquela vez era diferente, Dazai estava em busca de algum registro de Odasaku, seu melhor amigo, ele tinha esperança de que ele estivesse vivo e tivesse escapado para a floresta ou uma vila próxima.

Um menino amigo de Atsushi, chamado Tanizaki estava em uma canoa, ele é um ribeirinho das comunidades do Baixo Amazonas, os dois explicaram ao ruivo a situação, e ele deixou que todos entrassem na canoa (que surpreendentemente aguentou o peso da onça).

A comunidade era de pessoas simples que sobreviviam da pesca e do turismo, feita de flutuantes, meninos jogavam bola em um desses flutuantes, se a bola caísse no rio era adeus.

Havia um flutuante ali que era misterioso, ele estava no fundo da comunidade, as pessoas não sabem se alguém mora lá ou é apenas um flutuante abandonado, e como Dazai gosta de se meter onde não se deve, ele foi ver o que tinha lá.

O interior de lá era humilde, panelas penduradas na parede, armários enferrujados, e a madeira era velha, mas uma coisa importa lá, uma mesinha com cartas escritas e uma moldura com uma foto.

-Dazai, eu acho melhor a gente sair daqui. -Avisa Tanizaki. -Eu não gosto daqui...

-Nem eu... -Fala Atsushi.

-Espera aí, a gente já vai, só deixa eu ver algumas coisas!

Foi então que prestaram atenção em quem de fato estava na moldura, não era qualquer foto, era Ango Sakaguchi, Oda Sakunosuke e Osamu Dazai reunidos, aquela foto foi tirada escondida de Mori, como registro de que um menino de etnia indígena existia, coisa que todos tentavam esconder o máximo que pudessem, Dazai pensava que aquela foto estivesse desaparecida.

Havia cartas na mesa, então Dazai começa a ler as cartas que tinha ali.

"Querido Odasaku,

somos só eu e você nas ruínas desse mundo, o sentimento de confusão, e eu sei que vai precisar de mim com vocês, mas eu estou me perdendo e acho que você vai me perder.

E eu preciso salvar você, mas quem é que me salva? Me perdoe pelo que vai acontecer, mesmo que não seja eu quem esteja no comandando isso tudo, mas peço seu perdão Oda.

Aos cães sem dono, Ango Sakaguchi."

"Caro Odasaku,

soube que você está com planos de ajudar Dazai a fugir de Mori, então estarei mandando estas cartas para você um dia, eu prometo.

Eu tenho um humilde flutuante em uma pequena comunidade do Baixo Amazonas, pode ter a certeza de que ele ficará bem lá, todos ali são pessoas de confiança e simples, tem muitas crianças então sinto que ele vai se adaptar.

Sobre a organização que eu estava trabalhando, eu não estou mais lá, no momento que eu escrever esta carta eu estarei sendo contratado pelo governo, não tem nenhum corpo docente que proteja os povos originários, porém, tentarei mexer uns pauzinhos pelo Dazai.

Aos cães sem dono, Ango Sakaguchi."

Dazai lia aquilo com surpresa, o seu melhor amigo traiu ele e Odasaku, mas ao mesmo tempo ajudava os dois? O que ele teria que sentir? Repulsa? Raiva? Gratidão?

-Aí Dazai, o que está escrito? Eu não sei ler. -Resmunga Tanizaki.

-Nem eu... -Diz Atsushi.

-Desculpe-me, mas isso é pessoal meu... é algo do meu passado...

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⏰ Última atualização: Jun 21, 2024 ⏰

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