Peregrino

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Faz uma semana que Tomioka e Sanemi estão andando de vilarejo em vilarejo, em uma situação diferente, Sanemi gostaria disso, eles decidiram silenciosamente aceitar que namoram, mas, Tomioka queria fazer um pedido romântico e brega. (Na minha cabeça o Tomioka AMA coisas bregas).

Eles estavam andando de mãos dadas por um campo, as flores estavam fechadas ainda, afinal, estavam no verão, mas Sanemi anotou como chegar no lugar, levaria Tomioka lá quando fosse a primavera, e ele esperasse que até lá, Tomioka já fosse um humano...

Bem, o silêncio estava confortável, Tomioka usando um guarda chuva para fugir do Sol, seu haori servindo com um bom manto enquanto andavam.

—Hm...–Tomioka pegou a mochila, pegando um caderninho que Sanemi havia comprado (ou roubado) em um vilarejo próximo depois de Tomioka ter perdido o livro de libras.

"aonde vamos?"

—Hm... Não sei–Sanemi disse despreocupadamente e voltou a olhar ao redor, recebendo um suspiro de Tomioka.

Tomioka puxou um pouco a mão de Sanemi, para receber sua atenção novamente, e Tomioka escreveu em seu bloco de notas.

"Vamos fugir pra sempre?"

—Só até podemos provar sua inocência

"mas agora que fugirmos, isso não nós declara culpados?"

—Não, porque até agora ninguém nem sabe que você é um demônio, você ainda é desaparecido, então se a Shinobu acusar algo, é uma acusação vazia–Ele disse limpando o suor do rosto, mesmo que não esteja Sol, estavam andando a muito tempo.

"E o Genya?"

—O que que tem ele?–Sua voz ficou um pouco mais grossa, e baixa

"Ele não vai se perguntar o por que de você ter sumido? Não sei, talvez, se preocupar?"

Sanemi engoliu o seco, mas não disse nada, apenas suspirando e enfiando a mão no bolso conforme andavam, Tomioka considerou isso como um aviso para não insistir, então não o fez.

Em um vilarejo qualquer, Tomioka e Sanemi ficaram em um quarto para descansar, pediram duas camas de solteiro separadas, as pessoas já achavam suspeito dois homens andarem constantemente juntos, eles dormirem na mesma cama? Seria ainda mais bizarro. (Eu lembrei que isso se passa em 1920, onde a homofobia corre solta 😋)

O quarto era simples, paredes cor de creme, piso de madeira, duas camas de solteiro meio mofadas e velhas, Tomioka conseguia sentir vários cheiros diferentes no colchão e nas roupas de cama, que aparentemente, ninguém parecia se dar ao trabalho de lavar regulamento, ou pelo menos lavar direito.

Tomioka estava sentado na cama, escrevendo o que parecia ser uma carta, mas Sanemi não conseguia ler o conteúdo dela, as letras ficavam meio turvas.

—O que você tá fazendo?–Ele se levantou da própria cama, indo até Tomioka.

Tomioka suspirou, e murmurou.

—É aniversário do Muichiro, queria mandar uma carta–Sua voz trêmula e fraca, como sempre, enquanto ele dava a carta para Sanemi.

Sanemi deu uma olhada, forçando sua visão de certa forma e semicerrando os olhos.

08 de agosto de 1920

  Eu sei que é meu aniversário, e eu sinto motivos por não estar aí com você, uma canta é o máximo que tanto mandar agora, espero que entendimento, apenas assovio que estou bem, receio que não tô receber sua resposta, já que quando você perceber essa carta, já estarei em outro lanche.

(Não) Foi Sua Culpa (sanegiyuu)Onde histórias criam vida. Descubra agora