(Não) Foi Sua Culpa (sanegiyuu)

Tomioka Giyuu

Tomioka Giyuu, um hashira de 21 anos de cabelos negros, ele era calado e solitário, não era muito de conversar, na verdade preferia muitas vezes evitar falar, geralmente era bem calmo e paciente, apesar de ser calado, queria se aproximar de outros hashiras, tais que incluía Sanemi, um homem irritado que por algum motivo o odiava mais que todos os outros e como modo de tentar criar laços com o Shinazugawa, decidiu fazer ohagis para ele, gesto adorável, não?

-O que você acha que tá fazendo?-Sanemi perguntou bruscamente vendo Giyuu o dar ohagi, sua comida favorita, gostava do ato de Tomioka, mas não poderia transparecer isso

Giyuu apenas ficou quieto esticando o braço oferecendo o ohagi para Sanemi

-Eu não quero nada vindo de você.-O albino disse, iria dar um tapa na mão de Tomioka, mas o "pequeno" sentimento que tinha por ele o impediu de tal ato

Tomioka novamente ficou calado

-Por que você sempre fica tão calado? Se acha tão bonzão assim pra não querer gastar a voz comigo? Ein?-Ele estava farto da serenidade e ",mudez" de Tomioka

-Não... não é isso-Sua voz saiu baixa, era uma das poucas vezes que Sanemi pôde ouvir a voz de Tomioka

-Então o que é?? Ein?!-Ele se alterava cada vez mais enquanto se aproximava do moreno

Giyuu parecia não querer falar nada, apenas se distanciava um pouco enquanto Sanemi se aproximava ficando cada vez mais ameaçador

-Você é um inútil, não é atoa que por sua culpa aquele seu amigo morreu.-Suas palavras saíram como facas diretas em Giyuu, sua raiva fez soltar tais palavras que no momento não pareceram nada, mas quando olhou novamente para Tomioka seus se arregalaram levemente

Tomioka se lembrou mais uma vez da cena que assombrava sua mente toda santa noite, seu melhor amigo sendo morto brutalmente por um demônio na tentativa de salva-lo, aquele dia que provou que Tomioka nunca séria um hashira de respeito, era fraco. Só havia sobrevivido por que Sabito se sacrificou por ele...

Seus olhos lacrimejavam e sua visão se tornou turva, ele deixou o ohagi que segurava cair no chão, e então se virou se retirando de perto do outro hashira, tentando manter sua expressão séria e serena, mas falhando com as lágrimas irritantes insistindo em sair de seus olhos, a lembrança de ver seu melhor amigo ter a cabeça esmagada por sua culpa, era sua culpa, era sua culpa, foi por sua culpa que Sabito morreu, quem deveria ter morrido era Tomioka, como ele poderia ser tão fraco e inútil a esse ponto?! Ele não merecia ser um hashira, ele não merecia estar vivo.

Ele foi direto ao seu quarto, trancando sua porta e se sentando enquanto caia em prantos.

Como ele era patético, inútil, fraco, irritante, não era atoa que todos o odiavam, ele havia ceifado não só uma, mas duas vidas

Em meio a sua crise se lembrou de sua doce e amável irmã mais velha, uma jovem encantadora que teve sua vida roubada enquanto tentava salvar Tomioka de um demônio, ela morreu no dia de seu casamento enquanto Tomioka havia sobrevivido.

Ele deveria estar morto, não merecia viver, não depois de matar duas pessoas que ainda teriam muito para viver

Então com tais pensamentos em sua mente, pegou uma lâmina cortando seus pulsos, talvez se matando aja uma forma de ser perdoado pelas pessoas que matou

Seus olhos continuavam a lacrimejar enquanto sua visão se tornava turva e escurecia... finalmente ele iria conseguir?

...

Ele acordou, mais uma vez deitado na cama de seu quarto, seus pulsos enfaixados, ainda estava de noite, não ficou inconsciente por muito tempo, havia um prato com salmão com daikon em cima, havia um bilhete escrito "desculpa" e a assinatura de Sanemi

Parece que aquele pedido de desculpas havia tido um resultado em Tomioka, mas não muito grande, afinal, Sanemi havia apertado um gatilho em Giyuu, não acho que um pedido de desculpas que nem saiu da boca de Sanemi daria certo

Tomioka comeu o salmão devagar, ainda meio atordoado, não conseguia dormir durante a noite, aquelas memórias traumatizantes seguiam se repetindo e se repetindo, como um loop infinito no qual Tomioka nunca conseguiria sair... talvez não sozinho, mas quem o ajudaria? Ninguém gosta dele

Aqueles pensamentos não o abandonavam, não o deixaram dormir nem ao menos fechar os olhos, sempre que fechava se lembrava que havia ceifado vidas, que não merecia estar vivo

Talvez ele devesse estar morto... mas por que? Por que mesmo depois de tantas tentativas ele continuava vivo?!

Ao amanhecer seu sono continuo ausente com sua cabeça agora latejando pela falta de sono e por tanto chorar (tô escrevendo um momento emocional pra crl ouvindo atoladinha 😭)

Ele se levantou de sua cama, já era de manhã, não tinha tempo para se lamentar na cama, ao se levantar sua visão ficou turva rapidamente, talvez tenha levantado muito rápido ou a noite mal dormida estava tendo efeito (tô ficando atoladinha)

Então ele andou um pouco se apoiando as paredes, sua cabeça estava latejando de dor, mal conseguia pensar, mas tinha coisas mais importantes a fazer do que ficar deitado chorando por uma dorzinha de cabeça, ele pegou uma... duas... três pílulas para dor de cabeça e tomou a seco, ele não ligava se poderia morrer engasgado ou de overdose, afinal, sua vida era insignificante.

Ele pôs seu uniforme no qual ele não se lembrava de ter tirado anteriormente, mas estava com uma roupa diferente e mais larga, enfim, ele pôs sua espada na bainha e saiu de seu quarto.

Saindo de seu quarto, viu a pessoa que menos queria ver, Sanemi Shinazugawa, que apenas o ignorou como sempre, então, Giyuu decidiu não insistir mais, apartir de agora também ignoraria Sanemi, talvez fosse o melhor para ambos, manter contato apenas por meios profissionais

Tomioka suspirou levemente e passou direto por Sanemi, o ignorando totalmente, ele saiu do QG, sua cabeça continuava latejando e sua visão as vezes ficava turva, ele se forçava a aguentar sozinho, ninguém precisaria se incomodar tentando o ajudar com isso.

Após sua saída foi chamado por seu corvo kasugai indicando uma nova missão, então Giyuu seguiu as cordenadas do corvo de forma silenciosa, a dor o incomodava, mas ele tentou ignorar o máximo possível, continuaria sua missão mesmo que esta dor o distraísse e causasse sua morte

Notas do autor

Eu fiquei uns três dias procrastinando esse capítulo, juro

1070 palavras