Um Derbi Inesquecível - Joaquín Piquerez.

Capítulo 24

— O que foi? - pergunta Joaquín, me encarando com uma expressão preocupada. — Quem era?

Olho para o número que acabou de me ligar e depois volto a encará-lo. Minha mente ainda está processando o que acabei de ouvir.

— Sofi... — Ele se aproxima, segura minha mão, seus olhos buscando os meus. — O que aconteceu?

— A realização de um sonho! - respondo, incapaz de conter o sorriso que explode no meu rosto. Ele arqueia uma sobrancelha, curioso. — Era da produção do programa "Os Donos da Bola", me convidando para participar do programa na próxima sexta! - digo com tanta empolgação que acabo pulando nos braços dele.

Esse é um dos meus maiores sonhos, e mal posso acreditar que finalmente está se tornando realidade.

— Meus parabéns! - ele diz, me segurando firme antes de me colocar no chão novamente, ainda com um sorriso largo no rosto. — Mas não esqueça de mandar um beijo pro seu vizinho da frente, viu? - ele pisca e sorri de lado, com aquele ar provocador.

— Se quiser... - me aproximo mais dele, ficando perigosamente perto. — Posso te dar agora. - digo, o encarando de perto.

— Se não for pedir muito... - responde ele, com um sorriso divertido nos lábios.

...

— Quem te viu, quem te vê. - Malu diz, com sua risada provocativa de sempre. — Para quem jurava que não beberia dessa água, agora está com ela até o pescoço! - ela solta uma gargalhada, me fazendo revirar os olhos, mas não consigo deixar de sorrir.

— Que isso fique entre nós. - Ayla acrescenta com um sorriso travesso. — Mas fala sério, que mulher seria forte o bastante para resistir a essa tentação? Estamos falando o Piquerez. - o que aconteceu com a Ayla? Essa definitivamente não é a menina quieta e tímida que conheci! Passar tanto tempo com Maria Luiza claramente está mudando sua personalidade.

— Vocês podem parar, por favor? - digo, cobrindo o rosto com as mãos, tentando esconder o embaraço. Eu sabia que era um erro contar a elas sobre o clima entre Joaquín e eu, que ficou mais intenso nas últimas horas. Só não contei que por pouco as coisas não avançaram ainda mais. A ligação inesperada da produção do programa me salvou de perder o foco.

— Não estamos falando nada. - Malu responde, com aquele sorriso malicioso que ela sabe fazer tão bem. Ayla solta uma risada, e eu sei que as provocações estão longe de acabar. — Falando sério. - continua. — Eu super apoio você e o Pique.

— Eu também! - Ayla diz, empolgada.

— Vocês não têm que apoiar nada! - respondo rapidamente, cruzando os braços. — Até porque, não está rolando nada entre a gente.

— Pode não estar rolando agora. - Malu insiste. — Mas se as coisas continuarem assim, não vai demorar muito para um estar assistindo aos jogos do outro.

— Tipo você, que foi assistir ao jogo do Corinthians só por causa do Pedro Raul? - retruco, cruzando os braços e lançando um olhar desafiador. Ela pensa que não sei que esteve na Arena. Um conhecido meu (Henrique, o filho mais velho do Fagner) a viu lá e me mandou uma mensagem no Instagram contando tudo.

— Para sua informação, eu não fui por causa dele! - responde, tentando manter a compostura, mas eu não estou convencida. — Eu estava lá porque perdi uma aposta.

— Aposta? - pergunto, levantando uma sobrancelha, enquanto ela confirma com a cabeça. — E o que você apostou? Com quem?

...

— Ai! - Wesley exclama, levando a mão à cabeça exatamente onde dei um tapa nele.

— Isso não é nada perto do que eu quero fazer com você! - fecho a porta com força, e ele caminha até o sofá, se jogando nele. — Vocês dois, você e a Maria Luiza, não pensaram nas consequências dessa aposta idiota? - encaro-o, minha paciência quase esgotada.

Os dois tinham feito uma aposta boba durante uma partida de Uno online. Se Malu ganhasse, Wesley teria que assistir a um jogo do São Paulo no Morumbi, e se ele ganhasse, ela teria que ir à Arena. Por sorte, foi Malu quem perdeu, ou Wesley estaria enfrentando a fúria da torcida corinthiana.

— A gente só estava brincando! - ele responde, como se isso fosse a coisa mais normal do mundo.

— Queria ver se você ainda estaria rindo se tivesse que encarar a organizada do Corinthians para dar explicações. - digo, olhando-o seriamente. — Eles já estão bem felizes com a situação do time, né?

— Falando em felizes... você ficou sabendo que o Carlos vai embora também?

— Sim! Aquele cretino... - paro antes de terminar, quase xingando a mãe dele por tabela. — Esperou a torcida aceitar a saída do Cássio para depois nos apunhalar também.

— O clima no CT está horrível por causa disso.

— E com razão.

...

Ligo a TV e pego meu celular, distraída com um programa que não estou realmente prestando atenção. Entro no TikTok e o primeiro vídeo que aparece é de Joaquín Piquerez, meu vizinho de frente, acompanhando Rios. Nos últimos dias, ele e o Rios têm aparecido com frequência na minha For You, e o Piquerez até mais que o colombiano.

Será que isso é um sinal?

Se for, não tenho a menor ideia do que isso pode significar. Sempre fui lenta para entender sinais divinos.

Passo por alguns vídeos até encontrar um que me chama a atenção e decido compartilhá-lo com as meninas.
Clico no ícone de compartilhar e envio o vídeo para o grupo do WhatsApp.

Bruna é a primeira a responder.

bruna: O que é isso? - ela pergunta, acompanhada de um emoji de dúvida.

eu: O elenco de uma fanfic. - respondo rapidamente.

Ayla aparece em seguida.

ayla: Pera, eu entendi direito? Essa é uma fanfic sua com o Piquerez?

sofi: Sim kkk

Confirmo, achando estranho e engraçado ver alguém me usando como personagem de uma história. Sempre gostei de ler fanfics, escrevi algumas na escola, mas nunca publiquei e acabei perdendo o que escrevi.

ayla: Pelo vídeo, deu vontade de ler.

bruna: O pior é que parece bem real.

sofi: Sim, fiquei até curiosa para ler. Vou mandar o link para vocês.

Coopio o link da fanfic, que está no Wattpad, um site que conheço bem, e envio para elas.

ayla: Já vou dar uma olhada.

bruna: Eu também!

Uma batida na minha porta me faz largar o celular e levantar do sofá. Pelo olho mágico, vejo que é Piquerez. Abro a porta com uma mistura de expectativa e nervosismo.

— Esqueci de te perguntar. - ele diz, coçando a cabeça de maneira descontraída. — Você me perdoou?

— O que você acha? - cruzo os braços, desafiando-o com um olhar.

— Não sei. - ele responde, com um olhar de incerteza. — Pelo nosso clima de antes, eu diria que sim, mas você não disse nada a respeito, então fiquei na dúvida.

— Espero que você tenha aprendido que quando se promete algo, não se deve descumprir. - aponto um dedo para ele, com um tom sério. — Sua sorte é que você só parou de fazer gols e não aconteceu algo pior.

— Eu aprendi a lição. - ele levanta a mão direita, como se estivesse fazendo um juramento.

— Que bom. - sorrio para ele.

— Então, o que você me diz?

— Você está perdoado, Joaquín Piquerez! - e, para minha surpresa, ele me levanta do chão em um abraço apertado, girando-me no ar com alegria.

— Você não sabe o quanto isso me deixa feliz. - ele diz, ainda me segurando, e então, com um brilho nos olhos, acrescenta. — Vou até te dar um beijo por isso.

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