Um Derbi Inesquecível - Joaquín Piquerez.

Capítulo 30

— Então, o que pode ser feito em relação a isso? - meu pai pergunta para Luiz, que resolveu dar o ar da sua graça. — Sofi está insatisfeita e se isso continuar assim, teremos que procurar outra pessoa que esteja interessada em gerenciar a carreira dela. - diz o homem sério.

Quando Luiz entrou em contato avisando que estava vindo para conversarmos, chamei meu pai para estar presente. Sei que meu empresário só aceitou conversar depois que eu disse que estava pensando em procurar outra pessoa para assumir o trabalho que ele não estava fazendo. Estou há quase um mês sem entrar em campo e isso está me deixando louca.

— Sobre o problema com o treinador, eu já marquei uma reunião com o presidente para vermos o que pode ser feito. - diz Luiz na maior calma, o que me deixa irritada. Estou esperando há não sei quanto tempo por uma resposta e ele vem falar disso justo agora. Essa reunião já deveria ter acontecido muito antes.

— Certo, e sobre a questão de você ter sumido e ter dado as caras somente agora? - não consigo controlar e, quando me dou conta, já fiz a pergunta.

— Eu estava ocupado. - ele responde.

— Queria estar ocupada como você. - digo, encarando-o. Ele acha que eu não vi as fotos que ele postou na Disney com a família e do passeio pelas vinícolas na Itália para comemorar o aniversário de casamento.

Antes que eu diga mais alguma coisa, meu pai toma a frente e encerra a reunião. Ele leva o homem até a porta. Observo-os se despedindo com um aperto de mão e, quando Luiz vai embora, meu pai fecha a porta.

— Precisamos de um novo agente para ontem! - diz ele, e eu acabo concordando com ele.

...

— Muito obrigado por terem aparecido. - digo ao grupo de jogadores rivais e às meninas.

— Até parece que foi um sacrifício vir. - diz Bruna, me abraçando.

— Que roupa é essa, Sofi? - pergunta Richard.

— Gostaram? - dou uma voltinha para mostrar melhor o meu vestido de noiva caipira. Ele é bem simples, manga curta, branco com alguns retalhos coloridos, e um pouco acima do meus joelhos. Improvisamos um véu, que colocarei na hora da dança. — Hoje é o dia do meu casamento.

— E esqueceram de avisar o Joaco? - Veiga brinca e Joaquín lhe mostra o dedo do meio.

Como uma bela tradição, em nossa quermesse teremos uma quadrilha e, justamente este ano, fui escolhida como a noivinha.

— Tá linda, amiga! - o elogio de Ayla me faz sorrir. — E quem é o noivo?

— Advinha!? - pergunta Wesley, surgindo atrás de nós. — Ainda bem que não sou eu.

— E você será quem? - pergunta Bruna.

— O padre! - ele dá uma voltinha.

— Mas e aí, quem é o noivo? - Joaquín repete a pergunta de antes.

— Tá com ciúmes, Joaco? - Malu o cutuca com o cotovelo. — Mas não precisa, o noivo não chega aos seus pés. - ela tenta dar um tapinha em seu ombro, mas, por causa da altura, ela acerta o braço.

Para minha felicidade, meus pais se juntam a nós. Aproveito o momento para apresentá-los ao pessoal. Claro que meu pai aproveitou a oportunidade para zoar com nossos rivais, que levaram na esportiva e entraram na brincadeira.

— Então, aquele que é meu genro? - minha mãe empurra com o ombro enquanto balança as sobrancelhas.

— Ei, pode parar você também! - a repreendo. Já não basta meus amigos e meu pai falando disso, agora tem ela. — Ele não é nada além de meu amigo.