4. Arena

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A arena consistia em uma parte central de anfiteatros cobertos de areia, onde se realizava combates entre gladiadores e feras

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A arena consistia em uma parte central de anfiteatros cobertos de areia, onde se realizava combates entre gladiadores e feras. Nela, o sangue; suor; lágrimas e a poeira se misturavam com o chão de terra em uma lama só enquanto os corpos precisavam se estraçalhar até a morte.

A arena era a miniatura do espaço circular e fechado que envolvia cada pessoa abandonada à própria sorte e ao seu estado mais primitivo. Era a natureza. Era o naturalismo. O natural em carne viva e sem lapidação.

Semelhantes às arenas eram os ringues dos escravos de estimação de Vere em que, circundados por homens poderosos, garotos com os membros ainda descoordenados e a própria excitação em um estado brutalizado, lutavam uns com os outros para dominarem.

Para mais satisfazerem do que serem satisfeitos. Para montarem uns nos outros, sob gritos ou vaias. Era a natureza agindo a serviço da perversidade. Era o prazer sendo encabrestado por sadismo e por si mesmo. Por algo devastador que existe dentro de cada homem. E sobre o qual ninguém quer pensar o suficiente pelo medo de entender.

Também existiam as guerras em que homens desde tempos remotos, incorporando a própria morte e deliberando sobre o tempo de cada um, ceifavam a existência com um brandir de espada.

Como a guerra em que Damianos de Akielos golpeara Auguste de Vere fatalmente. Uma luta limpa, mas injusta como eram todas as guerras que colocavam homens depredando uns aos outros. Que colocavam príncipes caindo de joelhos, olhando para o sol por uma última vez e sentindo já saudade do mundo no momento em que o deixavam.

Por último, havia as arenas da corte de Vere, as quais Damen já frequentara durante o seu tempo de escravo e nas quais Laurent crescera. A política também era uma arena.

Cavalos, fortes, cidades inteiras, plantações, vidas e soldados podendo ser pulverizados ou mantidos vibrantes por uma década inteira. Todos debruçados sobre os ombros de seus governantes que bebiam vinho e estruturavam o futuro com um aceno de dedos ou de cabeça. Viveremos ou pereceremos? - seria o que eles perguntariam com ansiedade em seus olhares injetados.

Na arena política, o golpear e os carinhos adulatórios eram feitos com as palavras. Os olhares eram cúmplices ou prolixos.

Todas as arenas consistiam na dança da destruição rodopiando a vida até que ela se tornasse tonta. E vazia. Mas a política era um circo em que os homens se combatiam com a mente. E apesar de, por conta disso, ela parecer ser um espaço mais confortável, na verdade, ela era tenebrosa.

Príncipe Cativo: A Execução dos MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora