FRÁGIL

1

LUIZA'

Depois de um longo tempo morando em Ilhabela eu voltei para Guarulhos. Já faz um tempo que eu estava com essa ideia de voltar pra cá e simplesmente vim.

Cumprimentei o porteiro e subi para o apartamento que eu tinha antes de me mudar.

Fui até a janela do apartamento e vi a vista de São Paulo com a cidade totalmente iluminada. Notei que estava chegando mensagem no meu celular e quando vi de quem era desbloqueei o telefone e bloqueei o número.

Eu só quero paz!

Tirei uma foto com a vista da minha varanda e postei no storys do instagram.

Alguns minutos após minha postagem vi que havia chegado várias notificações e mais uma vez fui ver de quem era.

brennuz_ respondeu seu storys: como assim tá em sp??
nem falou nada né sua viada
pdp Luiza 👍

KKKKKKKKKKKK
calma filhão
cheguei não faz uma hora

nem pra me falar

menos, Breno!

tá no mesmo apê?

sim

queria te ver hoje ainda, bora festinha?

onde?

Ibiza, tenho convite

bora

te pego em 30

tô esperando

Fechei a conversa com o meu melhor amigo e fui direto para o banho. Não tenho saudades de São Paulo mas sinto falta dos meus amigos.

Breno é a pessoa em que eu mais confio nessa vida, ele me ajudou no meu pior momento e nunca se afastou de mim, as vezes me sinto meio culpada por ter afastado ele mas não me arrependo.

afastei muita gente de mim.

Tomei banho, fiz um babyliss no meu cabelo e coloquei um vestido vermelho. Não deixei minha maquiagem muito pesada pois nem tinha tanto tempo para algo elaborado. O básico funciona, né?

O porteiro interfonou aqui em casa e eu logo desci avistando o mais velho me esperando.

— Breno — sorri e abracei — como você tá? —

— eai irmãzinha, tô firmão e você? —

— tudo certo — sorri e fomos até o uber —

No caminho fomos conversando sobre quem estaria na festa e Breno me disse que alguns amigos próximos dele estarão lá.

Assim que chegamos no local ele me guiou até uma roda de amigos e eu conhecia algumas pessoas que estavam ali. Jota e Doprê são os únicos conhecidos.

Breno me apresentou algumas pessoas e eu até que gostei dos amigos dele.

— você bebe Luiza? — A namorada do jota me pergunta —

— se deixar entra até em coma alcoólico —

— cala boca, Breno! — voltei a atenção para a mulher — bebo sim, kau — sinto que vamos nos dar muito bem.

— vamos lá pegar uma bebidinha — Ela segurou minha mão e fomos até o bar — então Luiza, quantos anos você tem? —

— fiz 19 ano passado —

Conversamos até nossos drinks ficarem pronto e gostei bastante do barman, gatinho até.

Se controla Luiza.

Voltamos para onde a galera estava e fiquei curtindo com a morena que havia conhecido a poucas horas atrás. Desde quando cheguei percebi que o garoto com corte de mullet estava me fuzilando com os olhos, fingi que não percebi mas agora isso está me incomodando.

Dessa vez eu fiquei encarando o garoto esperando ele ter alguma atitude. Me distrai por alguns segundos e ele saiu do meu campo de visão.

— vai ficar me encarando em vez de me dar um beijo? — uma voz sussurrou no meu ouvido e assim que me virei era ele.

— quem ficou me fuzilando com os olhos é você — digo após dar um gole na minha bebida.

— vai desenrolar? —

— seu papinho furado não colou comigo, seja mais criativo na próxima —

— então me fala, o que eu faço pra ganhar um beijo seu? —

— nasce de novo — disse e ele riu em seguida negou com a cabeça —

— já vi que é complicada —

— eu? claro que não, Otávio —

— lembra do meu nome? — assenti — fiquei na sua cabeça então —

— menos tá — peguei mais um energético e sai dali

Me juntei ao Doprê já que o Breno deu perdido na gente pra ficar com alguém e o resto estava por aí.

— tá gatona hein — Pedro segurou minha mão e eu dei uma voltinha —

— sempre — joguei o cabelo e sorri —

— ah não, ai cê' acaba comigo — ele passou a mão no rosto —

— senti saudades sabia —

— também senti pô, você sumiu —

— um dia vocês vão entender — sorri fraco —

Um cara chegou com dois shots e nós pegamos. Brindamos e viramos a vodka pura na boca, minha garganta chega ardeu.

Começou a tocar os funks que eu gosto e arrastei a Khauane pra dançar comigo.

— bora Luiza — Breno segurou meu braço sem força — bebeu pra caralho já, vou te deixar em casa —

— mas já? tá cedo ainda cara —

— cala boca e só vamo — revirei os olhos e me despedi do pessoal —