2 • As frias memórias que retornam na mente.

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Numa casa de palha, Aoimoku apertava os olhos, com o objetivo de focalizar o indivíduo à sua frente. As luzes incidiam diretamente sobre os olhos azuis da moça, impedindo-a de enxergar com precisão. O homem, sem obter uma resposta, repetia a frase, mas com uma entonação de maior desânimo.

— Ahn... Olá.

Aoimoku, envolta em um cobertor, levantava da cama quente e aconchegante. A mente da garota estava embaralhada e confusa, responderia ao jovial homem de cabelos castanhos.

— Oi!!! Onde eu tô? E quem é você?

O homem ajustava o travesseiro da garota, deixando-a mais confortável diante da situação. Ele sentou-se ao lado, em uma cadeira, numa posição nada saudável, inclinando suas costas para baixo e apoiando a cabeça nas mãos. Derradeiramente, a resposta é proferida para Aoimoku.

— Eu sou Kori, e você?

O desânimo gradual de Kori envergonhava Aoimoku, que coçava a cabeça, com bochechas coradas. A garota decidia contra questionar o jovem, imputando um imenso e contagiante ânimo em sua fala.

— Eu sou Aoimoku! Mas por que estou aqui?

Kori ajusta a sua posição, colocando as costas em uma posição retilínea e ereta. A resposta do jovem seria fria e pontual.

— Eu te salvei da morte.

A garota arregalava os olhos, com a língua sendo colocada para fora, demonstrando espanto. Ao término da reação, ela indagava o homem por mais detalhes. As suas memórias sobre os acontecimentos anteriores aos atuais eram vagas e desconexas.

— Como assim?! O que aconteceu? Onde eu estou?!

A garota, ao recitar tais frases, levantava-se da cama, largando o cobertor no chão. Assim como uma criança inquieta e infantil, Aoimoku ia em direção a Kori, balançando os ombros do jovial. Já estressado, o homem dá um empurrão no corpo da garota, fazendo-a cair.

— DÁ PARA PARAR DE ME BALANÇAR?! Eu te achei caída, perto do rio. Tinha uma ferida enorme na sua cabeça, e como você estava desmaiada, decidi te levar para cá.

Aoimoku recordou-se instantaneamente dos eventos anteriores. Um flashback passou por sua mente, onde ela se via em uma canoa. Utilizando os remos improvisados, confeccionados a partir das patas do louva-a-deus, ela tentava avançar contra a correnteza. Por um breve período, Aoimoku conseguiu seu intento, mas logo perdeu o controle. Sem a devida experiência em situações análogas, acabou colidindo com a cabeça em uma pedra, o que resultou em um corte profundo e subsequente hemorragia. Com sua racionalidade deteriorando-se, a canoa foi desviada por uma vertente do rio, embarcando em um local arenoso, próximo ao deserto. A visão da jovem ia gradualmente turvando, suscitando um desmaio. A recordação se encerrava, e Aoimoku percebia que seu corpo estava completamente enfaixado por gesso.

— Rsrsrs… Como eu sou boba… Nem percebi que eu estava enfaixada! Muito obrigado, Kori!

Ela começava a abraçar o homem, mesmo nunca tendo visto ele antes. Kori se mostrava envergonhado, tentando se desgrudar da garota. As bochechas do garoto estavam coradas, parando de se incomodar com a situação, achando fofo. Mas, para demonstrar imponência, finge que Aoimoku está sendo chata.

— EI! Para de melação!

A jovem interrompe o caloroso abraço. Ambos se levantam, e Aoimoku começa mais um diálogo com o pubescente homem de olhos castanhos.

— Ei, Kori! Eu estou morta de fome… Aliás, quantos anos você tem? Eu tenho doze! De onde você vem? VOCÊ É DAQUI?! Ai, meu Deus! São tantas perguntas!

Opposite Lands: Olhos Azuis, como o atlântico.Onde histórias criam vida. Descubra agora