4 • O Metamorfo.

3 0 0
                                    

AGE 658

O entardecer ia se encerrando. Às 5 horas da tarde, a noite tomava conta do território. A lua cheia finalmente comparecia perante aos olhos dos meros mortais, residentes do Vilarejo Takashi. No deserto, Aoimoku e Kōri prosseguiam com o treinamento em dupla. De um ponto de partida, ambos liberavam todo o seu poder em um único ataque. Kōri acumulou boa parte da energia vital em seu punho, e Aoimoku replicou o ataque.

— Droga!

Nervoso, o combatente grita. Aoimoku estaria levando vantagem em seu punho, que impressionantemente exalava faíscas de fogo, anulando a habilidade do Kōri de congelar o que toca. Percebendo a desvantagem em combate, o homem cogita:

(— Preciso levar a sério, caso o contrário, perderei... Ela tá me impressionando, e ela claramente evoluiu, mesmo hospitalizada! Ela foi capaz de, com a velocidade de seu soco, criar uma pequena camada de fogo ao redor. Genial.)

Concluindo a sua reflexão, ele aumenta a intensidade do ataque, invertendo a situação no combate. Aoimoku enfim perderia, sendo jogada para longe e caindo na rasa areia do deserto.

— 3 a 1, garota. Vamos até o décimo round! Espera... A sua mão...

O recém vitorioso Kōri percebia uma inconsistência no punho de Aoimoku. O sangue se misturava com o punho da garota, afetado por queimaduras de alto nível. Uma enorme quantidade de vapor era emitida do membro de Aoimoku, que mesmo sentindo dor, se levanta.

— Não é nada! Vamos continuar lutando. 

Com convicção, a jovem manceba ordena. Sem dizer nada, seu adversário apenas balança a cabeça, deixando subentendido a concordância. Kōri estava reflexivo.

(— Creio que usar o fogo como artifício tenha ferido a mão dela... Não importa, vou pegar mais leve.)

Em seguida, o homem entrava em posição de combate, deixando claro que não ia pegar leve. Aoimoku sorri, e avança novamente contra o garoto. Partículas brilhosas iam se formando aos pés da moça, e em um instante, elas formam uma barreira de gelo ao redor a garota, deixando apenas seu crânio livre.

— No deserto, de noite, chegamos em temperaturas imensamente frias. Isso corrobora com o meu poder, que se amplia em ambientes gelados. Essa forma ainda é instável, pois gasta muita energia vital... Mas de qualquer forma, 4 a 1.

Levantando a mão direita em direção à barreira, ele rompia-a em um piscar de olhos. Aoimoku estava imóvel, mas não por causa do frio em seu corpo, e sim por uma imensa admiração ao seu amigo. Gaguejando, ela responde:

— Kōri, por favor, me ajude a ficar mais forte! Eu quero usar essa tal de ''energia vital'' igual você!

Sem se opor, o garoto concorda, afinal, acima da batalha, precede o treinamento. Ele desativa a sua transformação, voltando ao normal. Caso não desativasse, a sua energia vital restante seria consumida em pouco tempo. Ele levanta o seu dedo indicador, fazendo o símbolo do número um:

— O primeiro passo para controlar sua energia vital é entender como ela funciona. Todos nós, até mesmo animais, utilizamos a nossa energia vital inconscientemente. Quando colocamos força em um ponto específico do nosso corpo, já utilizamos a energia vital! Mas quando não se conhece ela, não conseguimos usar com perfeição. O melhor jeito de treinar, é limitando os movimentos do corpo, focando em um ponto específico. Mas para te falar a verdade... Eu sou só um iniciante meia boca. Nem me comparo ao meu chefe. Mas algo que me impressiona, é sua capacidade de aprender as coisas tão rápido e se adaptar!

Prestando atenção, a garota fecha os seus olhos. Tendo consciência do seu fluxo de energia, ela o concentra em seu punho esquerdo. Uma aura monstruosa, vindo internamente de Aoimoku, é perceptível para Kōri, que tinha a fundamental habilidade de sentir presenças através do fluxo de energia. Como uma forma de testar sua força, ela esmurra uma grande rocha, que é brutalmente rachada pelo ataque.

Opposite Lands: Olhos Azuis, como o atlântico.Onde histórias criam vida. Descubra agora