Opposite Lands: Olhos Azuis, como o atlântico.

5 • Incerteza

Em escombros de uma outrora bela vila, um homem adulto, de cabelos brancos, pele morena e olhos negros observava dois bebês e uma criança. Lesionada e aos destroços de um casarão, a criança protegia os bebês.

— O que aconteceu?

O homem de cabelos brancos questionava à criança, ensaguentada e com inúmeros cortes em seu corpo. Sem conseguir falar qualquer palavra, ela retirava sangue do seu rosto com os dedos, e em sua mão, escrevia a palavra ‘’AJUDA’’.

—  Certo…

Ele retira sua blusa branca e desfere alguns cortes uniformes nela, formando alguns lenços. Apesar dos ferimentos surreais, os bebês permaneciam intactos.

— Vou estancar os seus sangramentos.

Os lenços eram colocados sobre a cabeça e o peitoral da criança, que permanecia quieta, sem produzir um único som. Retirando mais um pouco de sangue, ela escreve ‘’Nome’’ em sua mão esquerda, indicando um questionamento. O homem responde, sorrindo:

— O meu nome é Takashi. Não há problema em falar, garoto! Quantos anos você tem, e poderia me explicar melhor o que aconteceu?

Agarrando os bebês, a criança finalmente decide responder algo:

— Obrigado, Takashi… Eu sou Riku.

Agora adulto, Riku recobrava a consciência. Se recobrando sobre o que seus irmãos, sobre o que o velho significava para ele. A mutualidade de emoções desaparecia, e uma iminente e gigantesca coragem vinha ao corpo de Riku, junto com uma gigantesca aura. Ele se levanta, segurando seus dois revólveres, disparara toda a munição contra a criatura.

— Eu… Consegui? Era só isso?

Wing, vendo a perseverança de seu irmão, que rotineiramente era covarde, decide tomar o mesmo caminho. Em alta velocidade, as árvores que cobriam o corpo de Ramphson eram despedaçadas pelas lâminas, e o homem se levanta. Mas, mesmo com uma severa hemorragia e incapacidade de se mover, o monstro permanecia de pé. A alcateia de lobos se dirigiam em direção à criatura, abrindo sua mandíbula e pulando no estômago do inominável. A cena era aterrorizante, traumatizante e estranha. Os três irmãos estavam paralisados diante à figura. Wing diz:

— O que está acontecendo? Não podemos ficar parados, temos que atacar.

Todos os cartuchos das pistolas de Riku haviam se esgotados. Wing e Ramphson eram os únicos em condições de batalha.

— Temos que atacar de longe, não sabemos o que é essa criatura e os perigos que ela representa.

Tornando suas espadas em redemoinhos, ele as lança contra a cabeça do mastodôntico ser. Foi ineficaz, pois uma enorme metamorfose cobrira o corpo do monstro. Os danos dos projéteis foram nulos, e a enorme pata da figura partia as espadas ao meio. Mais um urro de dor fora lançado ao anoitecer, forçando os três irmãos a tamparem seus ouvidos, caso o contrário, teriam seus tímpanos rompidos. Novamente, o sentimento de incapacidade, futilidade e tristeza cobria o corpo de Riku, que tentara, e pensara em matar o monstro. Uma estrutura óssea, idêntica àqueles rabos dos lobos mortos, surgiria no ser. Uma plumagem cobria tal estrutura, junto ao seu rosto. De alguma forma, era notável a dor que a criatura sentia; Até mesmo lágrimas saíam dos olhos da criatura, que cada vez mais parecia não ser humana.

— E-e-eu t-t-enho que fugir! Vamos sair daq-…

Ao se virar, o completo terror cobria o corpo de Riku. Era como se a criatura sempre estivesse lá, mas não… A velocidade e sutilidade foi apenas o suficiente para simular um ‘’teleporte’’. O mais frágil dos irmãos percebia toda sua vida percorrer em câmera lenta: