CAPÍTULO UM

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Eu acordo, com o som altíssimo do meu despertador, que eu juro ter dispensado duas vezes e vejo o horário. 7h05.
Droga! Meu voo é as 7:30!

Eu pulo da cama rapidamente e vou ao banheiro. Faço as minhas necessidades e volto pro quarto. Pego uma camiseta preta e uma calça jeans. Me visto. Coloco correndo meu tênis e dou uma olhada na hora. Já são 7:13! Pego o telefone, e já chamo o Uber. Pego a mala que estava no canto da cama encostada na parede e saio do quarto.

No corredor mesmo, eu acelero o passo. Não posso me atrasar de jeito nenhum! Meu primo me mata! Entro correndo no elevador.

Saio do hotel, já podendo ver meu Uber chegando. Me aproximo da calçada. O carro para, e o vidro se abre. Um homem entre seus quarenta e poucos anos, grisalho, olha para mim e diz:

- Leonardo?

Sorrio e digo: - Sim! Graças a Deus! Será que o senhor podia abrir o seu porta-malas? Preciso colocar essa mala.

- Claro - o homem aperta um botão ali no carro e a porta do porta-malas é destrancada. Já coloco minha mala e fecho. Abro a porta do passageiro e entro. O carro parte.

Graças a Deus o aeroporto é bem perto do hotel!
Ah e a propósito, prazer, sou o Leonardo, mas gosto que me chamem de Léo!

(Quebra de Tempo)

Acabei de chegar no Rio e já posso sentir o calorzão que é esse lugar!

Nesse momento, estou saindo do Santos Dumont. Já chamei o Uber. Mas ele vai demorar uns 15 minutinhos pra chegar. Avisei meu primo, Felipe, também, que acabei de chegar. Vou passar no banheiro e me arrumar.

(Minutos depois...)

Ando em direção à saida, quando meu celular começa a tocar. Atendo.

- Alô?

-Leonardo? - Reconheci a voz sendo dela, ela, a mais-mais, a minha mãe! Dona Susana! - Aonde é que você tá menino?

- Oi, mãe! Já tô saindo aqui do aeroporto, meu Uber chega daqui a pouco. Relaxa!

-Ai, aí, aí! Já avisou seu primo?

- Mas é claro né mãe!

- Vê se toma cuidado meu filho! As coisas no Rio não estão fáceis! Ainda mais essa questão de roubo! Que por aí tem demais! - Reviro os olhos no mesmo instante, minha mãe é tão dramática!

- Tá bom mãe! Eu sei! Preciso desligar que meu Uber já tá chegando! Quando eu tiver lá, eu mando mensagem pra você ! Não precisa ficar tão preocupada assim. Tá? Te amo mãezinha. Tchau.

- Beijo. Também te amo. - Desligo a ligação enquanto um carro preto, se aproxima da onde eu estou. As janelas se abrem e uma senhora de uns 60 e poucos anos, morena, me aborda

- Leonardo Almeida?- Diz ela alternando o olhar para mim e para o celular a sua frente.

- Eu mesmo! - Digo já me aproximando.

- Quer que eu abra o porta-malas?

- Por favor! - Me aproximo do mesmo e o abro. Coloco a mala e já entro no carro. Quando ele sai.

(Minutos depois...)

Tiro os fones de ouvido que eu estava quando consigo sentir o carro dando umas paradas. Olho para a moça. Então:

-Moça. O que é que tá acontecendo?

- Eu juro que não sei também. Isso nunca aconteceu comigo. - Ela me diz, olhando para mim pelo espelho, com um olhar de preocupação.

De repente, ela encosta o carro no meio-fio. Perto de um matagal.
Isso não pode estar acontecendo comigo! Não hoje! Meu Deus do céu!

A mulher sai do carro. Olhando para a frente do mesmo, posso ver uma pequena fumaça subindo. No mesmo instante, eu saio. Me aproximando.

- Será que não queimou algo? Digo, aflito.

- Sinceramente, não sei! E eu nem entendo nada disso. Vou chamar um guincho. Só um segundo. - Ela pega o celular dela que estava dentro do carro e volta lá para fora. Se aproximando da beira do meio-fio. - Alô?

-Eu posso ajudar! - Quando de repente eu ouço uma voz masculina. Me viro no mesmo instante. E quase caio pra trás!

Um homem, que parece ter entre seus vinte e poucos anos, moreno, um pouco alto, e SEM CAMISA ali, todo suado na minha frente!

A mulher, bufa, aliviada. Se aproxima do moço.

- Você entende de carros?

- Claro. Sou mecânico! - O homem sorri para a mulher e se aproxima do carro.

MECÂNICO? COMO ASSIM? UM HOMEM DAQUELES SENDO MECÂNICO? IMPOSSÍVEL! Me aproximo dele quando ele abre o capô. A mulher continua fazendo a ligação pro guincho.

- Você sabe o que pode ser? O carro tava soltando uma fumaça.

O homem se vira para mim e sorri. PQP! Eu podia desmaiar aqui mesmo, mas vou evitar passar essa vergonha, ainda mais com um homem gostoso desse na minha frente.

- Provavelmente o motor fundiu.

- Eu já chamei um guincho! Já tá vindo. - A mulher volta.

- Pra quem você ligou? Dependendo de quem for, eu conheço, ele pode levar lá na oficina que eu trabalho e a gente pode dar uma olhada. Pra ver se é isso mesmo. - Diz ele, numa calmaria.

- Era um tal de Robson que atendeu. Mas esse serviço não vai ficar tão caro não?

- Acho que não.

- Só pode estar de brincadeira comigo! Que droga! - Acabo desabafando um pouco alto.

- Vocês são família?

- Não. Eu sou apenas a motorista dele. Eu não o conheço. - Diz a moça sorrindo para mim.

- Eu acabei de chegar de São Paulo. Estava indo pra casa do meu primo. Vou passar uns dias lá. Em falar nele, vou ligar pra ele. - Digo, pegando meu celular e ligando para Felipe, que atende no mesmo instante.

- Alô?

- Felipe? Você precisa vir aqui me buscar! O carro da Uber deu pau! A gente vai pra oficina agora, o guincho já tá chegando. Me encontra lá. - Desligo, quando vejo o homem olhando pra mim, dando risada enquanto o guincho se aproxima.

CONTINUA...



A FORMA COMO VOCÊ ME TEMOnde histórias criam vida. Descubra agora