A artista/ Billie Eilish

Capítulo 51

Ponto de vista de ninguém

À medida que a turnê continuava, todos os envolvidos pareciam ficar um pouco mais estressados com o processo. Seja qual fosse o papel deles, de qualquer forma que estivessem envolvidos, a turnê de mais de um ano estava começando a cobrar seu preço em todos.

Billie estava ficando incrivelmente popular, tanto nas paradas quanto pessoalmente, e todo dia era tão exigente para ela que qualquer pessoa próxima à garota podia ver o quanto ela estava começando a se desgastar. Ela simplesmente não admitia, não confessava, então ninguém achava necessário falar sobre isso.

Uma pessoa, no entanto, podia ver através da fachada corajosa dela. Enquanto todos os outros viam as grandes produções de palco ou o show hipnotizante e imersivo no qual Billie se jogava noite após noite, uma pessoa podia ver as olheiras cada vez mais profundas sob os olhos da garota, ou o peso crescente no seu sorriso.

E isso a preocupava.

O que mais a preocupava era a ideia de que essa deterioração lenta da pop star mais requisitada do mundo fosse culpa dela. Ela sabia que não podia simplesmente correr de volta para a sensação de cabelo verde, porque - afinal - ela estava errada, e isso era a coisa certa a fazer.

Então, por enquanto, ela deixava Billie fazer o que fazia de melhor e deixava ela lidar com isso sozinha; mas isso não a impedia de ficar de olho na garota e segui-la para fora do quarto de vez em quando, quando suspeitava que ela estivesse lutando um pouco mais naquele dia.

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Ponto de vista de Billie

Toda expressão caiu do meu rosto enquanto eu me curvava na frente do espelho fortemente iluminado do banheiro.

Estávamos em outro hotel, outra cidade qualquer, outra arena cheia de pessoas.

Minhas pessoas. Meus bebês.

Eu tinha que lembrar do que se tratava tudo isso, pelo que era tudo isso. Eu sei que é por eles; eu sei que eles estão aqui comigo, que estamos conectados por algo mais poderoso do que a música.

Mas, agora... É difícil sentir isso. Eu me vejo puxando minha ponta da conexão, sentindo-a fraca e frouxa. E não correspondida.

E eu sei que não é assim, e é isso que me deixa tão furiosa comigo mesma. Eu sei que eles ainda estão lá, é só tão difícil sentir isso através de entrevistas e autógrafos e contratos de gravação e gravações e ensaios e programas de jogos e aparições especiais e talk shows e apresentações e participações especiais e barulho e barulho e barulho.

Estou me afogando nisso. Estou me afogando e não lembro como diabos nadar e ninguém percebeu.

Se for ser honesta, eu... Eu pensei que alguém pudesse. Qualquer um.

Não é difícil ver que estou desmoronando, e eu pensei que talvez, só talvez, se eu parasse de usar corretivo embaixo dos olhos e não fingisse meu sorriso tanto e não saísse da cama por horas depois do que deveria, que... Eu não sei. Que alguém notaria.

Isso é egoísta?

Eu não sei.