But I'm shy can't you see

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Talk to me, show some pityYou touch me in many, many waysBut I'm shy can't you see

Armin estava novamente naquela cafeteria, poderia dizer que era por amar o estilo do café literário, ou que o estilo meio renascentista, meio ultrarromântico e sombrio o atraia, isso poderia servir de desculpas também para sua constate presença no local, amava o ambiente sombrio e, ao mesmo tempo, acolhedor, no qual poderia ficar horas e horas apenas mergulhados em seus livros acompanhado de xícaras de café. Entretanto, a realidade era outra, ele estava ali por ela.

Os azuis tão claros que poderiam se passar por um par de Aqua-marinhas e rosto que raramente permite que sorrisos escapem e foi um desses raros sorrisos que o fizeram se encantar e se tornar quase um stalker, vindo sempre ao seu local de trabalho, para roubar pequenos olhares, pequenos momentos quando seus olhares se cruzam e pode ver o reflexo dos seus naquele azul e tem vontade de falar com ela, mas é impossível, Armin sabe que sua timidez não permitirá mais do que essa pequena troca de olhares.

Nem sempre ele tem sorte, mas hoje poderia dizer que está sendo extremamente sortudo, ela o estar atendendo e conseguiu descobrir seu nome: Annie Leonhart, ele poderia aproveitar sua sorte e terminar seu café e seguir seu caminho, mas não consegue, agora que sabe seu nome, o tem tatuado a ferro e fogo em seu coração. Não sabe de onde tirar forças para pedir uma nova xícara sem que sinta o sangue correr por seu rosto e as chamas tornarem sua pele clara um tom vermelho como se amoras fossem esfregadas em suas bochechas. Por que céus tinha que ser tão tímido?

Ou pior, quando achou que seu coração iria explodir quando seus dedos roçaram nos dela quando pegou seu pedido, sua vontade era implorar para que segurassem as mãos. Tão patético, tão tolo e tão apaixonado por uma pessoa que mal trocou algumas palavras, porém sente-se tão atraído como se ela fosse seu norte e seu coração uma bússola que sempre aponta em sua direção.

Já passou da hora de ir, Armin sabe, mas maldita timidez, ele queria apenas pedir o número dela, e quem sabe um dia teria coragem de fazer algum movimento, mas agora, não consegue nem apenas a olhar sem sentir seu ar sumir. Eren iria rir da cara dele se soubesse, com certeza o amigo teria feito algum movimento, mas ele, era incapaz de falar, só conseguia apenas observar e torcer que ela percebesse, mesmo que fosse um sonho ingênuo, ela retribuísse um olhar, mas do que adianta se é tão tímido que não consegue nem ao menos retribuir com um sorriso quando ela chega para perguntar se deseja mais alguma coisa.

Seria demais sonhar que ela também o observa? Que ela teria a coragem de falar com ele, quando ele parece perder a voz quando estar perto dela? Maldita timidez que o deixa impotente perto da beleza dela, que faz com que esqueça todos os poetas que leu e estudou durante a vida, pois a única poesia que enxerga são as palavras ditas pela voz de anjo dela. Quem sabe um dia, mas esse dia não é hoje, pois hoje consegue apenas sonhar com o meio sorriso que ganhou e com nome daquela que possui os olhos do mais belo azul.

Armin sabia que não poderia continua ali, sonhando com Annie, restava apenas pedir a conta e seguir para casa, para sofrer sozinho, mais um dia em que perdeu a chance de falar como seu peito arde a cada olhar, de como fica hipnotizado quando, mesmo que por um breve segundo seus olhares se cruzam, ou como seu sangue parece correr mais rápido quando sem querer se tocaram de leve, de forma que uma corrente elétrica invisível transpasse seus corpos, mas ele é a porra de um rapaz tímido demais, que sonha em um dia ter coragem de falar com aquela que lhe despertou a paixão.

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