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Aeroporto de Guarulhos, São Paulo

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Aeroporto de Guarulhos, São Paulo.

Moço, bom dia. - falo entrando no táxi.

— Bom dia, senhorita. - um senhorzinho fala. — Qual o destino?

— Pra Cambuci, por favor. - passei o endereço específico da rua para ele.

Ele saiu com o carro e eu estava aflita de tanta pressa, ter que resolver um caso familiar em período de duas semanas seria difícil. Segundo minha cliente, o pai da sua filha está já seis meses sem pagar a pensão e continua se recusando a pagar, um dos casos que mais me revoltam.

Disquei o número de Thiago, ainda não havia tido tempo para avisar a ele que estava em São Paulo, nas últimas vinte e quatro horas foi tudo tão corrido, vendo passagens, vendo o caso a fundo, pegando depoimentos da minha cliente, mesmo depois de terminar a faculdade, advogados nunca vão parar de estudar igual a um bando de condenados.

Mordo o lábio inferior a esperada dele atender, quando atendeu, escutei seu bocejo rouco, obviamente ele estava dormindo, eram seis e meia da manhã.

— Oi vida. - sua voz falhou. — Bom dia.

— Bom dia, Tico.

— Aconteceu alguma parada pra você me ligar a essa hora?

— Desculpa atrapalhar o seu horário de sono.

— Que nada, você sabe que artista não tem horário de sono, tava três dias virado.

— Eu só queria te avisar que tô em São Paulo.

— Quê?

— É. - suspiro. — Saí do fórum á tarde depois da audiência e já fui presenteada com outra cliente precisando de mim, ela estava desesperada.

— Caraí preta, mo fita isso aí.

— Nem me fala. - expiro. — São casos que as vezes eu nem gosto de trabalhar porque me deixam muito desgastada, casos com criança. Mais um pai se recusando a fazer o mínimo.

— O comédia não quer pagar a pensão da neném, né?

— Aharam.

— Viado, se eu trombo com um maluco desse eu não sei nem oque eu faço.

— Eu que agora tô sem conseguir dormir desde ontem colhendo todas as informações do caso e pensando em como resolver o mais rápido possível.

— Cê consegue, eu sei que consegue.

— Enfim, só queria avisar que eu tô em São Paulo.

— E vai ficar aonde?

— No apartamento dos meus pais em Cambuci, eu morava lá antes de me mudar pro Rio.

— Vai ficar com eles esses dias aqui?

— Não, o apartamento tá no nome deles mas eu morava lá sozinha quando fiz dezoito anos, foi meio que uma força que eles me deram quando eu quis sair de casa, mas a casa deles é tipo a dez minutos de distância. - expliquei.

Ressentimento - Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora