8 - Almoços e limites

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Sam podia jurar que sentiu Natália entrar no escritório antes que ela pudesse vê-la. Quando seus olhos caíram sobre sua amiga caminhando pela passagem para seu escritório, Sam não pôde deixar de sorrir. Lá estava ela. Natália Cardoso. Na forma superior. Ela estava toda sorridente e Sam mal podia esperar para ouvir a história.

"O que você fez? Ou melhor, quem?" Sam perguntou quando ela caiu para pisar ao lado de Natália.

"Chega de perguntas, Ventura. No meu escritório. Agora."

Sam estava extremamente confusa sobre o que estava acontecendo. Natália raramente a chamava por seu sobrenome, e o tom de sua voz não parecia combinar com seu comportamento anterior. No entanto, o alívio a inundou quando a porta do escritório se fechou atrás deles e Natália se virou para encará-la com um sorriso gigante.

"Que porra foi essa do Cardoso?"

"O quê? Tenho uma imagem para defender neste lugar. Eles não conseguem descobrir que eu tenho, sabe, sentimentos e coisas assim."

"Veja, isso aí, seu uso de palavras, é por isso que você é a chefe. Você vai ter um Pulitzer em breve, eu posso sentir isso."

"Chega de sarcasmo, Sam. Agora se senta e ouve. Se você achou que o começo dessa pequena história foi bom, vai adorar a forma como ela está progredindo."

Natália não conseguia evitar a divagação. Ela sentiu como se estivesse transbordando com os sentimentos que permaneciam nela do dia anterior. Ao compartilhar sua história com Sam, ela se divertiu com as imagens e momentos com Carol.

"Você escreveu isso para ela? E só a deixou esperando? Meu Deus Cardoso, você é foda. Eu preciso de um banho gelado agora. Mas eu sei que você raramente faz algo sem saber exatamente qual será o seu próximo movimento. Então, conta, qual é o plano?"

"Ei, eu não vou permitir que você viva vicariamente através de mim, eu vou te contando à medida que as coisas forem acontecendo. Tudo o que vou dizer é: não me procure durante o almoço. E se eu não voltar ao escritório mais tarde, me cubra."

*

"Carol! Pelo amor de Deus! Dá para sair dessa? Você esteve em todos os lugares, menos aqui a manhã inteira. Você não percebeu a quantidade insana de clientes passando por aqui hoje? Você poderia ter pelo menos levantado um ou dois itens. Ou você me conta tudo ou está pagando um assistente para ajudar por aqui".

Por mais que Adriana tentasse ser séria, ela não conseguia deixar de sorrir um pouco para a amiga. Ela não via Carol tão atordoada e confusa desde que elas estavam no ensino médio, quando Carol não podia escolher entre o cara bonitinho e a menina descolada. Embora, desta vez, Adriana tinha certeza de que não havia confusão sobre quem Carol estava pensando.

"Vou assumir que seu encontro com a misteriosa Sra. Cardoso correu bem ontem? Porque me parece que você ainda está lá."

"Sinto muito Adriana. Mas é como se ela tivesse tomado conta da minha mente completamente. Nós tivemos um tempo incrível juntas, e então houve um jantar e ela me levou de volta ao meu apartamento. E ela me beijou pra caramba! E eu queria convidá-la para entrar, mas não o fiz porque isso é bom demais para ser verdade, ela é boa demais para ser verdade. E então eu fui e enviei a ela essa foto estúpida, e então a resposta dela foi tudo, menos estúpida. Ela me faz sentir mais com uma única mensagem do que eu senti em tempos. Na verdade, não, nunca senti nada parecido antes. Quer dizer, eu nunca me considerei uma pessoa muito sexy, mas porra..."

Carol estava claramente muito perdida em sua própria palavra para ouvir a campainha acima do som da porta.

"Cala a boca sua lésbica. Você está jorrando. E por mais agradável que seja ver, ainda temos trabalho a fazer."

Sob o Olhar | NarolOnde histórias criam vida. Descubra agora