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FINNEY

Dois dias depois.
03:56 da madrugada.

Deitado eu estava naquela cama suja e mofada, aquilo sem sombra de dúvida acabava com o meu nariz. Embora eu me sentisse fraco. Aquela voz irritante não parava de me dizer coisas.

"— Eu o teria matado se fosse você, teria arrancando a cabeça dele com uma faca de serra e teria empalado em uma estaca" Ele dizia em plena irritação, andando de um lado para o outro na minha mente, por alguma razão eu podia ouvir seus passos frustrados e pesados ecoando nos meus ouvidos.

Ele estava falando em minha mente sem parar nesses últimos dias, e eu acabei aceitando. Não tinha absolutamente nada que eu pudesse fazer a não ser aceitar que eu estava louco e que Will iria me assombrar pelos restos dos meus dias.
Grabber não veio aqui nesses dois dias e eu agradeço a Deus por isso.

Bufei em irritação e logo me deitei de lado com ambas mãos nos meus ouvidos, meu corpo doía mas, não o suficiente pra' mim não conseguir se mover.

— Cale a boca... Willy — Resmunguei pra mim mesmo enquanto olhava para a parede suja e podre. "Se Vance estivesse aqui, ele dava um chute forte nesse concreto pra arrebentar tudo de uma vez" pensei comigo enquanto tomava forças e me sentava na cama, estava de noite e eu estava completamente sozinho.

Eu não sentia medo, não sentia pavor, não sentia absolutamente nada. Era estranho. Já que eu era o mais medroso de todos e aguentava tudo calado.

Era estranho o sentimento que eu tinha. E então me lembrei de algo, a faca que eu peguei na cozinha. Busco em minhas vestes o objetivo pontiagudo e logo a acho no meu tênis.

Era uma faca média, cabo grosso e polido de madeira escura, como ébano. A parte de metal era brilhante, um brilho estranhamente tentador. Passei o dedo pela lâmina livre de arranhões. Me cortei.

Meu sangue escorreu pela lâmina com precisão, até pingar no chão. — Que coisa... — Murmurei para mim mesmo enquanto olhava o meu dedo cortado. A dor era suportável.

TRIMMMMMM

O som agudo do telefone ecoou pelas paredes do porão, e isso me tirou do meu pequeno transe, fazendo-me derrubar a faca ensanguentada no chão.

Levantei-me devagar e andei com passos leves até o telefone - eu podia jurar que ele respirava profundamente.

Estendi a mão e atendi o aparelho, o sangue escorrer pelo telefone até cair no chão.

— Alô? — Minha voz veio rouca e cansada, não continha nenhuma emoção, esperei silenciosamente alguns segundos, e então uma voz feminina irritada veio.

— Você tem algum tipo de problema? Que tipo de pessoa se corta e não tem reação alguma? — Ela perguntou em frustração e irritação, eu não reagi, não sentia necessidade disso. — Fale o que quer, veio me dar uma dica ou um sermão? – Eu perguntei enquanto me escorava na parede com O TELEFONE PRETO.

— Língua afiada hein? Gostei de você — Ela disse em tom de escárnio e eu abri um mínimo sorriso, logo eu busquei em minha memória quem poderia ser. Eu sorri ao lembrar de Cassandra Parker.

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⏰ Última atualização: Jun 24 ⏰

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